JERÓNIMO SEMPRE SEM MÁSCARA

Jerónimo esteve igual a si próprio. Argumentou e manteve a mesma atitude de sempre em relação ao futuro. “ O PCP estará sempre disponível para discutir e chegar a entendimentos seja com quem for, desde que o conteúdo interesse aos trabalhadores, ao povo e ao país”.

Já António Costa manteve ao longo do debate sempre a mesma atitude de frieza. Tratando, o que não é habitual, o seu opositor apenas por “senhor deputado”. Fazendo-se de vítima em relação ao chumbo do Orçamento, com o discurso e toda a postura calculista, visando a tão almejada maioria absoluta. E o líder do PCP, frontal, sem segundas intenções, como já se disse, sempre igual a si próprio.

O primeiro-ministro, com a máscara que mais lhe convinha, tentando influenciar o eleitorado para se manter no cargo que ocupa. Mas enfim, há quem represente, e quem, mesmo na política, mantenha sempre a mesma personagem: a sua.

O entrevistador fez o trabalho que lhe competia e, lamentável mesmo, foi a atitude dos quatro comentadores, especialmente os homens. Menosprezando as propostas de Jerónimo, do PCP, e enaltecendo as de Costa/PS. As senhoras, nomeadamente, a jornalista da Antena 1, Natália Carvalho, ainda referiu a afabilidade, a autenticidade e a verticalidade de Jerónimo de Sousa.

Foi assim ontem na campanha, na TVI. Fora dela, da campanha eleitoral, ainda é pior. É o quase silenciamento do PCP/CDU na comunicação social dominante. E assim, quase só com comentadores, analistas, fazedores de opinião, dos partidos do sistema, nomeadamente dos principais, PS e PSD, os resultados de dia 30, serão viciados. Aliás, como sempre. Mas, claro, em nome da justiça, da dignidade e do futuro, a luta de Jerónimo, do PCP, da CDU, jamais esmorecerá.

Francisco Ramalho