É bom ouvir-se falar de igualdade de tratamento a conceder aos cidadãos. Tem o seu quê de “justiça”, e soa muito bem nos ouvidos da “malta”. Pôr todos os portugueses a contribuírem “igualmente” para o esforço da despesa pública é ideia sedutora, mas mentirosa, e propagandeá-la é o que fazem a IL e o Chega quando, com a maior das canduras, nos vêm propor uma taxa única para o IRS. Com ela, passaríamos todos a pagar x% do nosso rendimento. Maior “igualdade” não se poderia desejar!
O problema é que essas propostas são profundamente falaciosas, como cabalmente provou Susana Peralta (S.P.) no seu didáctico artigo “A taxa chata” (PÚBLICO de 14.01.2022), em que ensinou “minudências” como as diferenças entre taxa marginal e taxa média, lembrou que existem umas “coisas” que se chamam limiares de isenção, e até se divertiu com a “planura” da flat tax, preferindo, e bem, chamar-lhe “chata”. Donde se conclui que a economia e as finanças até podem ser engraçadas...
Pouca piada acharão os cazaques que, desde 2007, “beneficiam” de uma taxa máxima de IRS de 10%. Têm andado tão felizes da vida com o sistema fiscal que até desencadearam os protestos que se viram, com a intervenção de tropas estrangeiras, dezenas de mortos e milhares de detidos.
Não nos deixemos enganar por falsas taxas igualitárias que, como S.P. adverte, servem “sobretudo para meter dinheiro no bolso dos mais ricos”.
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