A POBREZA PODE SER ERRADICADA
Assinalaram-se recentemente o Dia Mundial da Alimentação e o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Respetivamente, a 14 e 17 deste mês.
Naturalmente, falou-se destes assuntos. Nomeadamente, da pobreza.
O Presidente da República, com certeza, num recado ao Governo, disse que novas abordagens e modelos de ação devem ser implementados para o seu combate.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, propôs mesmo uma tal figura de Gestor Social de Caso, e que as autarquias colaborem mais no combate, palavras minhas, a esta chaga social.
E pronto, ficamos assim. Creio que Marcelo não especificou as abordagens e os modelos de ação que referiu, nem a senhora ministra disse se vão ser transferidas verbas com esse fim para as autarquias. Para já, parece que não constam no novo OE. E o tal gestor, deve servir apenas para apurar o número de pobres que os Governos dos partidos de Marcelo e de Ana Mendes Godinho, têm gerado ao longo de todos estes anos, praticamente desde o 25 de Abril, que se têm alternado à frente dos destinos do país.
Quem ande minimamente atento, sabe que o número de pobres tem aumentado. E muito. Segundo responsáveis por organizações assistencialistas, incluindo os sem abrigo, de uma forma exponencial.
Segundo o INE, são mais de 2 milhões que vivem ou estão no limiar da pobreza. E muitos deles, empobrecem mesmo a trabalhar.
Portanto, para além do desemprego, uma das causas da pobreza, são os baixos salários e pensões de reforma, e o crescente aumento do custo de vida. Em contrapartida, o que é que vemos? Não são os lucros dos grupos económicos sempre a crescer? Não são os banqueiros a arrecadarem milhões por dia? (15 milhões de euros) Não são os 5% mais ricos do país, a acumularem 42% da riqueza nacional?
Portanto, assim, evidentemente, não se combate a pobreza! E todas as teorias de novas abordagens e gestores sociais, não passam disso mesmo, teorias.
Mas a pobreza pode ser erradicada! Não pode ser, é com as políticas do PS, do PSD, ou dos seus sucedâneos, IL e Chega. Esses são mais do mesmo, e de uma forma ainda mais demagógica se chegassem a ter algum quinhão de poder.
Portanto, a pobreza não é uma fatalidade. E os responsáveis por ela, sabem-no bem! Só que, para acabarem com ela, os privilégios da minoria que representam, tinham de dar lugar a uma muito mais justa e moral distribuição do que deve ser de todos. Principalmente dos que produzem, os trabalhadores.
Bastava que se aplicassem as propostas da oposição. Nomeadamente, as do seu principal partido; o PCP.
Também não é retirando fundos ao Estado com as privatizações, como a da TAP, que se combate a pobreza. Antes pelo contrário.
As guerras também aumentam a pobreza e igualmente podem acabar. Por exemplo, esta absolutamente miserável, que está a matar o povo palestiniano à fome, à sede, à bomba e por falta de cuidados médicos. Bastava que os EUA e a submissa UE, lhe retirassem o apoio e o ocupante saísse da Palestina.
Francisco Ramalho
Publicado hoje em "O Setubalense"