terça-feira, 31 de outubro de 2023

 A POBREZA PODE SER ERRADICADA


Assinalaram-se recentemente o Dia Mundial da Alimentação e o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Respetivamente, a 14 e 17 deste mês.

Naturalmente, falou-se destes assuntos. Nomeadamente, da pobreza.

O Presidente da República, com certeza, num recado ao Governo, disse que novas abordagens e modelos de ação devem ser implementados para o seu combate.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, propôs mesmo uma tal figura de Gestor Social de Caso, e que as autarquias colaborem mais no combate, palavras minhas, a esta chaga social.

E pronto, ficamos assim. Creio que Marcelo não especificou as abordagens e os modelos de ação que referiu, nem a senhora ministra disse se vão ser transferidas verbas com esse fim para as autarquias. Para já, parece que não constam no novo OE. E o tal gestor, deve servir apenas para apurar o número de pobres que os Governos dos partidos de Marcelo e de Ana Mendes Godinho, têm gerado ao longo de todos estes anos, praticamente desde o 25 de Abril, que se têm alternado à frente dos destinos do país.

Quem ande minimamente atento, sabe que o número de pobres tem aumentado. E muito. Segundo responsáveis por organizações assistencialistas, incluindo os sem abrigo, de uma forma exponencial.

Segundo o INE, são mais de 2 milhões que vivem ou estão no limiar da pobreza. E muitos deles, empobrecem mesmo a trabalhar.

Portanto, para além do desemprego, uma das causas da pobreza, são os baixos salários e pensões de reforma, e o crescente aumento do custo de vida. Em contrapartida, o que é que vemos? Não são os lucros dos grupos económicos sempre a crescer? Não são os banqueiros a arrecadarem milhões por dia? (15 milhões de euros) Não são os 5% mais ricos do país, a acumularem 42% da riqueza nacional?

Portanto, assim, evidentemente, não se combate a pobreza! E todas as teorias de novas abordagens e gestores sociais, não passam disso mesmo, teorias.

Mas a pobreza pode ser erradicada! Não pode ser, é com as políticas do PS, do PSD, ou dos seus sucedâneos, IL e Chega. Esses são mais do mesmo, e de uma forma ainda mais demagógica se chegassem a ter algum quinhão de poder.

Portanto, a pobreza não é uma fatalidade. E os responsáveis por ela, sabem-no bem! Só que, para acabarem com ela, os privilégios da minoria que representam, tinham de dar lugar a uma muito mais justa e moral distribuição do que deve ser de todos. Principalmente dos que produzem, os trabalhadores.

Bastava que se aplicassem as propostas da oposição. Nomeadamente, as do seu principal partido; o PCP.

Também não é retirando fundos ao Estado com as privatizações, como a da TAP, que se combate a pobreza. Antes pelo contrário.

As guerras também aumentam a pobreza e igualmente podem acabar. Por exemplo, esta absolutamente miserável, que está a matar o povo palestiniano à fome, à sede, à bomba e por falta de cuidados médicos. Bastava que os EUA e a submissa UE, lhe retirassem o apoio e o ocupante saísse da Palestina.

Francisco Ramalho


Publicado hoje em "O Setubalense"






Guerra ou genocídio do Povo Palestiniano?

Quando através do mandato britânico na Declaração de Balfour que garantia o apoio expresso aos judeus para se fixarem na Palestina, já havia esta terra com gente, cidades e, de repente, torna-se destino dos judeus. Determinou-se que nesta nova casa do Povo judeu, não se podia nem se devia prejudicar os direitos dos não judaicos - os Palestinianos. Os judeus ficaram com lar, quem já lá estava começou a ser alvo de agressão e ocupação, pela usurpação de terra dos Palestinianos. Israel, já é detentor de 78% da Palestina(!). O secretário-geral da ONU, é assertivo sobre a guerra israelo-palestina, quando diz que o Povo Palestiniano foi sujeito a 56 anos de ocupação e de violação de Direitos Humanos, é uma verdade indesmentível! A incursão criminosa do Hamas em Israel não nasce de geração espontânea... as destruições sionistas em Gaza em 2014 e 2021 e na Cisjordânia dão conta da morte de milhares e milhares de Palestinianos comparando com baixas residuais de israelitas. Agora, nunca tínhamos visto um comportamento tão criminoso e genocida do Povo Palestiniano pelo actual executivo pró-fascista de extrema-direita de Israel. Esta razia sanguinária fomentará mais sede de ódio, vingança e sangue. O primeiro-ministro de Israel terá de responder no Tribunal Penal Internacional, por crimes de guerra e genocídio. Quando a administração dos EUA quiser - a guerra pára! Exigimos diplomacia e cessar-fogo, já!

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

 A SOLIDARIEDADE COM A PALESTINA ENCHEU A BAIXA DE LISBOA


Talvez até para surpresa de muita gente onde me incluo, embora não devesse haver surpresa nenhuma, um mar de gente, ou se quiserem, um vibrante rio caudaloso, encheu a baixa de Lisboa do Martim Moniz à Praça do Município. Difícil saber-se exatamente o número pessoas, mas se não foram 100 mil, não deve ter andado muito longe. E nem a chuva impiedosa que começou a desabar fez arredar ninguém. O inferno que está a ser imposto ao povo palestiniano, mereceu as muitas molhas que lá se apanharam.

Milhões de pessoas manifestam-se em todo o mundo, o SG da ONU, o Papa, as mais diversas personalidades, 120 países na ONU, apelam todos à paragem do genocídio, e o “senhor” bibi e camarilha, mantém a sua sanha sanguinária. É claro que ainda há quem o apoie. Até aqui na Europa. Tornam-se igualmente criminosos.

Voltámos ao tempo da barbárie. E ninguém diga que não sabia. Por isso, A baixa de Lisboa foi ontem um mar de gente, na próxima sexta-feira, será ainda mais na Alameda D Afonso Henriques, em mais cidades portuguesas e, claro, por todo o mundo.

Que pretendem os agressores e apoiantes, nomeadamente os arvorados exportadores da democracia e dos direitos humanos? Incendiar todo o Médio Oriente?

É nosso dever, a solidariedade com este ou com qualquer povo vítima de tamanha prepotência e genocídio. Já o fizemos também pelo de Timor.

A indignação e a solidariedade, serão mais fortes que a barbárie.

A Palestina vencerá!

Francisco Ramalho


Todo o mal fosse assim

 

BOA VIZINHANÇA

 

Veio desculpar-se porque os animais

Tinham ido comer à minha horta

Respondi-lhe que isso nada me importa

Porque temos dessas couves muitas mais.

 

Só me preocupam problemas reais

Não o que fazem ovelhas à solta

Porque o que comeram não nos faz falta

São couves “galegas” na horta banais.

 

Brinquei que se nós fôssemos ovelhas

Também invadiríamos “ao calhas”

Tudo que nos parecesse comida;

 

Não entendo que haja quem se aborreça

Com o que quase nada interessa

Podendo ser bem mais simples a vida...

 

Amândio G. Martins

 

domingo, 29 de outubro de 2023

Quando se normaliza o absurdo...

 

Depois de ter proposto o nome de uma senhora para a Direcção-Geral de Saúde, a entidade cuja função é seleccionar quadros capazes para as mais diversas funções do Estado, dita CReSAP, informou o ministro que o concurso terminou sem que fosse possível encontrar três nomes com mérito para o cargo, significando que a nova directora-geral indigitada, sendo medíocre, foi o melhor que puderam arranjar.

 

Isto é tanto mais estranho quanto, tendo concorrido ao lugar um ex-subdirector e o actual, com conhecimento dos “cantos da casa” e capacidade no desempenho do cargo, já que não se conhece que lhes tenham sido reportadas insuficiências impeditivas, são estes senhores classificados pela CReSAP de incompetentes para subir de posto; e tendo optado por propor uma senhora, o que em condições normais seria de louvar, fazem-na acompanhar de um comentário depreciativo, debilitando-a logo à partida, o que deixou estupefactos, à espera de explicações, pessoas de renome na área da saúde...

 

Amândio G. Martins

sábado, 28 de outubro de 2023

A B Ó B O R A


 Em Real, freguesia de Penalva do Castelo, distrito de Viseu, Beira Alta, realizou-se em 24 de Setembro, o 8.º Festival da Abóbora., com concurso que elegeu a mais pesada e a mais bonita. Real tem 14,5 quilómetros quadrados de área e tinha 244 habitantes, pelos censos de 2021. Em 2011, tinha 263 habitantes e em 1970, 411. As abóboras vencedoras no concurso de Real, estiveram expostas na Feira da Maçã de Esmolfe, em 8 de Outubro, onde foram efectuadas as fotos.

A abóbora é o fruto da aboboreira, é cultivada praticamente em todo os continentes, desde a agricultura para fins alimentares, incluindo doçaria, sendo bastante nutritiva e saborosa, até também à sua utilização na decoração.

A sua origem é na América do Sul. No século XVI navegadores portugueses e espanhóis espalharam a abóbora por todo o mundo. Estudiosos terão concluído que já era cultivada no Peru há dez mil anos. A abóbora tradicional americana é muito utilizada nos festejos do Halloween (Dia das Bruxas), no final de Outubro, normalmente esculpida em lanterna decorativa. 

O maior produtor mundial de abóbora é a China.



 QUEM PODE DORMIR TRANQUILAMENTE?


Quem pôde dormir esta noite tranquilamente, sabendo que cerca de 2 milhões de seres humanos, homens mulheres e crianças, encurralados, muitos deles já gravemente feridos ou com familiares nessas circunstâncias, sem terem que comer ou beber (pelos menos água potável), sem abrigo, sem luz, sem comunicações e sujeitos aos mais intensos bombardeamentos de sempre?

Quem pode dormir tranquilamente, sabendo que no mais representativo fórum internacional, a Organização das Nações Unidas (ONU), numa votação para pôr fim, pelo menos temporariamente (cessar fogo) para abastecer e socorrer aquela gente, ainda os representantes de 14 países votaram contra? E, ainda muito mais grave, entre eles, claro, o país agressor/ocupante, tal como se esperava, votou também contra, o poderoso país que se arma em polícia, moralista e defensor da democracia no mundo?

Quem pode dormir tranquilamente num mundo destes?

Mas podemos e devemos dormir o melhor que podermos, porque para além das 45 abstenções, 120 países votaram decentemente (entre os quais, o nosso), votaram a favor.

Mas devemos dormir o melhor que podermos porque com ou sem votações, a esmagadora maioria da humanidade, é pelo bem e não pela ignomínia.

Mas devemos dormir o melhor que podermos, para nos batermos contra os “senhores” da guerra e contra todas as formas de terrorismo. Incluindo o que se abate há tantos anos sobre o martirizado e humilhado povo palestiniano, o terrorismo de Estado.

Amanhã à tarde (15,30 horas) podemos demonstrá-lo na rua (Martim Moniz, Lisboa)

Viva a Paz!

Não à Guerra!

Francisco Ramalho



sexta-feira, 27 de outubro de 2023

 UMA IMENSA HIPOCRISIA


Vemos ouvimos e lemos que Israel não poupa nem hospitais nem escolas, os bombardeamentos continuam a demolir tudo. E para além da população em geral, médicos, pessoal do Crescente Vermelho (Cruz Vermelha Árabe), da ONU e bombeiros continuam a ser mortos e feridos. Já são dezenas de milhar. O socorro continua a ser uma gota de água e tudo inspecionado pelos agressores/ocupantes que não permitem nem uma gota de gasóleo ou gasolina. De maneira que os médicos não podem operar nem fazer qualquer outro tratamento. Imagine-se o sofrimento das pessoas agonizando até à morte.

O SG da ONU, António Guterres, só por dizer o óbvio,que isto é ilegal e inaceitável, os agressores e ocupantes exigiram logo a sua demissão. E perante este imenso crime e vergonha, que faz a UE? Diz que sim senhor, que a população civil deve ser poupada e protegida, mas na prática, atrelada aos EUA, nada faz para isso e apoia o Estado agressor/ocupante.

Isto deveria indignar toda a humanidade. Mas, por enquanto, só indigna parte dela. Os hipócritas, coniventes com os criminosos, manipulam a que podem.

Francisco Ramalho

Calma, que isto vai...

 

ARRASTANDO OS PÉS

 

Mais cinquenta anos poderá estar bem

Aquele que entretanto não falece

Disfarçando a choraminga na prece

Cada um já louva a vidinha que tem...

 

Enredados num sistema que entretém

Dizem que se tem o que se merece

Ao que diz que essa conversa aborrece

Respondem que espere quem quer ser “alguém”.

 

Já faltou mais para a felicidade

Outros cinquenta e é realidade

Até lá vais vencendo os sobressaltos;

 

Valha-nos a nossa idiossincrasia

Que nos faz sobrelevar com alegria

Momentos baixos sonhando nos altos...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Contra a estafada hipocrisia

 

O clima de animadversão que o governo de Israel pretende criar contra o Secretário Geral das Nações Unidas é bem revelador da maldade, prepotência e sentimento de impunidade daqueles dirigentes; é que nenhum ser humano bem formado pode deixar de condenar as miseráveis acções do Hamas naquela noite sangrenta, mas Israel é um Estado, e a um Estado obriga-o o Direito Internacional a saber diferenciar os seus actos dos de um grupo sem lei.

 

Ao arrepio da hipocrisia geral, que leva os principais actores políticos mundiais a dar uma no cravo e outra na ferradura, António Guterres, não podendo esquecer o que deve à  sua honra, disse o que era urgente ser dito por alguém com o seu estatuto  naquele cada vez mais desacreditado organismo internacional, para cujo prestígio não tem outro poder que não seja o de exercer com verticalidade o cargo para que foi reeleito.

 

A demonstração de que foi certeiro no que disse deram-na logo altos cargos da governação israelita que, com as costas quentes, não se coibiram até de exigir a sua demissão imediata, eles que já mataram dezenas de funcionários da ONU cuja missão era tentar ajudar em Gaza aquela gente martirizada, e sempre fizeram “ouvidos moucos” às resoluções das Nações Unidas contra a criação continuada e violenta de colunatos onde lhes estava vedado fazê-lo, expulsando do seu chão os que lá tinham nascido e crescido, gerações inteiras que nunca conheceram outra situação que não a da opressão continuada e cada vez mais violenta de Israel, e a história mostra-nos que violência gera violência...

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

A mesma cartilha

 

Pareceu-me ter visto na nossa televisão que os valores carreados pelos ricos portugueses para paraísos fiscais ascendem a 35 mil milhões de euros; tinha visto, no mesmo dia, numa televisão espanhola, que a mesma prática em Espanha depaupera o país em 140 mil milhões o que, atendendo à dimensão daquele país, estará em linha com o que se passa por cá, o mesmo estratagema para esconder os roubos que representam a fuga ao cumprimento dos deveres fiscais, representando somas fabulosas, que minimizariam muitos dos problemas mais prementes que os dois países enfrentam.

 

Perguntado ao ecomonista catalão Gonzalo Bernardos, professor na Universidade de Barcelona e habitual comentador na TV “La Sexta”, canal privado do grupo Atresmedia, o que se poderia fazer para acabar com isto, este economista respondeu rotundamente que nada, porque se trata de uma prática há muito enraizada entre os endinheirados, e os principais esconderijos nem são em locais exóticos, mas aqui na própria Europa, como Andorra, Luxemburgo, Países Baixos e Suiça, e não se vislumbra nos burocratas da União Europeia a menor capacidade ou vontade de o resolver, até porque se encontram entre os próprios actores políticos com poder muitos usuários desse esquema fraudulento...

 

Amândio G. Martins

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Blá blá blá estéril

 

MAIS DECÊNCIA

 

Há gente o tempo todo a “partir pedra”

Tentando ser melhor a cada dia

Porque acredita ser a melhor via

Para uma vida decente na terra.

 

Mas quantos se desdobram contra a guerra

Repetindo retórica vazia

De velha e estafada ideologia

Não convencem quem dela tem reserva.

 

Culpam a vítima pelo seu drama

Favorecendo a sinistra trama

Que o atacante alimenta de má-fé;

 

Quando tudo é mal esclarecido

Propositadamente distorcido

Confunde-se o sério com o que não é.

 

Amândio G. Martins

IUC: imposto muito controverso

Manifesto de interesses: não tenho carro mas, solidarizo-me com centenas de milhar de portuguesas(es) que não têm poder monetário para ter viatura com poucos anos e, menos ainda, comprar carro novo. O Imposto Único de Circulação(IUC) apresenta um objectivo amigo do ambiente, que diz: quanto mais velho for o carro mais polui. Porém, a rede pública de transportes, que diminui o trânsito, é deficitária, suprimida e, agora, anda antes do horário aprazado(!). Escrevo, por experiência própria, tendo de pagar passe no início do mês e ser mal servido... O executivo falha clamorosamente e, ainda mais, na interioridade, porque aqui, em muitas povoações nem há transporte colectivo! Quem não tem um «chaço» como se desloca para o ganha-pão? O parque automóvel está envelhecido. Que tal haver uma compensação para o abate das velhas viaturas, para se poder adquirir outras mais novas amigas do ambiente? Esta medida é um factor de pressão (lóbi) da indústria dos carros eléctricos? Estes conseguem ser mais poluentes por via das suas baterias a lítio? Esta medida da governança é impopular, mobilizando toda a Oposição contra ela. Há mais de 300 mil assinaturas numa Petição Pública, número além daquele previsto para obrigar os deputados a discutir a medida no Parlamento. Se esta carga fiscal é para tributar emissões poluentes, reduzindo-as, porque é que o governo por via da redução das portagens incentiva as suas passagens/utilizações, para que haja vasta poluição? O IUC atinge os que menos têm. Estamos em presença de mais um esbulho aos mesmos de sempre?!

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

MAÇÃ BRAVO DE ESMOLFE

 

Esmolfe é uma freguesia do concelho de Penalva d0 Castelo, no distrito de Viseu, na Beira Alta, com pouco mais de 10 quilómetros quadrados e segundo os censos de 2021, com 382 habitantes. Em 2011, tinha 417 habitantes e em 1970, 625.

A Maçã Bravo de Esmolfe será conhecida desde o século XVIII, tendo a sua origem em Esmolfe e terá sido obtida a partir de uma árvore de semente, cujos frutos foram desde logo muito apreciados. É uma maça de Outono, de tamanho médio, com a sua colheita a partir da segunda quinzena de Setembro, com aroma agradável e intenso e polpa branca, saborosa e macia. É também considerada a rainha das maçãs portuguesas.

Desde 1994, a Maçã Bravo de Esmolfe tem Denominação de Origem Protegida (DOC), definida na legislação da União Europeia. O seu cultivo no essencial situa-se nos distritos de Viseu, Guarda e Castelo Branco.

Em 8 de Outubro de 2023, realizou-se a XXVII Feira da Maçã Bravo de Esmolfe, no Centro de Exposições de Produtos DOC, no Largo de Santo Ildefonso, em Esmolfe.





IUC

Quando comecei a minha vida não tive outro remédio senão comprar um carro e, claro, como era um pé descalço, arranjei um carro velhíssimo, o único que estava ao alcance da minha bolsa. Agora os meus filhos, e, penso, a larga maioria dos filhos do meu escalão etário, compram velharias pq estão na mesma situação ou pior. Podem ter um futuro promissor pela frente mas, por enquanto, estão “tesos como carapaus”. 
Agora temos esta prenda orçamental justamente de um governo que enche a boca com os jovens e a necessidade de os fixar no país. Ainda por cima para baixar o preço do custo das autoestradas, frequentadas por todos, a começar pelas pessoas de maiores rendimentos e evitadas sempre que possível pelos ditos jovens. Enfim, isto é uma espécie de “Robin dos Bosques” mas ao contrário. Descarbonização sim mas a custa de quem a pode pagar. 

 UM MUNDO SURREALISTA


Israel anunciou, assume, que intensificou os bombardeamentos a Gaza para que quando as forças invasoras terrestres avançarem, terem um mínimo de perigo. Os bombardeamentos, evidentemente, causam mortos e feridos. Imagina-se que devem existir muitos milhares de feridos. Entretanto, foi anunciado que fecharam por falta de combustível, 7 hospitais (haverá muitos mais em Gaza? Ou serão mesmo todos?). Imagine-se o sofrimento atroz, daquela gente. Muitos agonizando até à morte.

Os poucos camiões que entram com ajuda, são revistados pelo ocupante, Israel, daí que os hospitais não tenham combustível.

Portanto, estão a ser violados os mais básicos direitos.

E depois o que é que vemos? Biden e os homólogos de França, Itália, Alemanha, Holanda, etc. a dizerem que a ajuda humanitária se deve fazer, mas vão todos a Jerusalém reafirmar o seu apoio aos responsáveis pela carnificina e sofrimento inimaginável, daquele martirizado povo.

Já se viu algo assim? Já se viu tamanha hipocrisia e maldade?

E assiste-se quase impávida e serenamente a este mundo absolutamente surrealista. Ou não será?

Até quando? Que poderá de aqui advir? Seja o que for, depois haverá lugar para surpresas?

Se as houver, será mais hipocrisia a juntar a toda a que se assiste.

Francisco Ramalho


Quando chegam ao poder os brutamontes

 

Itzhak Rabin tinha acabado de receber o Nobel da Paz, juntamente com o seu ministro dos assuntos exteriores, Shimon Peres, e o líder da Organização de Libertação da Palestina, Yasser Arafat, pelos esforços conjuntos na criação de um clima de concórdia e paz no Médio Oriente, quando foi assassinado por um jovem compatriota extremista, que justificou às autoridades o hediondo acto afirmando que Rabin estava a entregar aos árabes a pátria israelita.

 

Não pode saber-se hoje, com exactidão, como seria o ambiente naquelas terras se tivesse continuado no seu comando gente com a mentalidade daquelas três personalidades, mas seria certamente bem mais próspero e pacífico do que aquele a que o mundo vem assistindo, como lembrou um dia destes Felipe VI de Espanha, na cerimónia de entrega dos prémios “Princesa das Astúrias”, recordando o momento em que ele próprio, na qualidade de príncipe, fez a entrega do mesmo a Arafat e Rabin.

 

E é dramático saber-se que é a mentalidade daquele bando de brutamontes de onde saíu o assassino de Rabin que hoje comanda o poder em Israel, à cabeça do qual está um corrupto material e moral, a quem o bárbaro acto do Hamás serviu como uma luva para se cimentar no poder e ter “carta branca” para cometer as atrocidades que sempre quis contra os palestinianos, sendo que o próprio assassino de Rabin é hoje também seu ministro...

 

Amândio G. Martins

Israel um estado fora da lei


Perante a selvajaria do Hamas não me custaria apoiar Israel,não fora o facto de Israel não respeitar até hoje nenhuma das resoluções das nações unidas.
Para mim terrorismo tanto é aquilo que fez agora o Hamas como é oque tem feito Israel com o  povo Palestiniano ao longo de 75 anos.
E nunca se esqueçam os poderosos, que quando abusam da força para oprimir os fracos  mais dia menos dia acontecem coisas como o 11 de Setembro ou o sete de Outubro.

Quintino Silva

domingo, 22 de outubro de 2023

Tirano não tem como ser poeta

 

POESIA vs. TIRANIA

 

O tirano queria ser poeta

Tentar que o amassem pelo seu canto

Para adormecer as acções de espanto

Da sua ditatorial faceta.

 

Mas com uma escrita tão incorrecta

Mesmo para aquele remoto tempo

Quando quis referendar o talento

Um Poeta desmotivou-lhe a treta.

 

Nunca habituado a ver recusa

O tal Dionísio de Siracusa

Só aceitaria ser bajulado;

 

Vendo ser-lhe recusada a ovação

Ao Poeta que a recusa sustentou

Acorrentou em trabalho forçado.

 

Amândio G. Martins

Atenção à boquinha


O mundo não esqueceu nem vai esquecer o massacre de civis israelitas perpetrado pelo Hamas. Mais depressa esquecerá que Paddy Cosgrave, CEO da Web Summit, se demitiu das suas funções em reacção ao boicote inicialmente anunciado pelo governo israelita, e depois secundado pela Siemens e Intel, e ainda Amazon, Google e Meta, à cimeira tecnológica aprazada para Novembro, em Lisboa. Este boicote foi instaurado na sequência da afirmação produzida por Cosgrave em que referiu que “crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados, e devem ser denominados pelo que são”. Tenho dificuldades em perceber em que é que, nesta frase tão cristalina e, julgo, indiscutível, os embargantes estão em desacordo. Se não perfilham o pensamento, poderão ao menos explicar-nos qual é o deles?


Público - 23.10.2023

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

"Esto es un atraco!"

 

Diria um espanhol, “cabreado”, perante o escandaloso aumento do imposto de circulação automóvel, que só afectará os menos abonados, que os outros não andam com carros muito velhos, embora os possam ter “antigos”, como objecto de colecção, que se forem devidamente classificados até estão isentos de grandes despesas; mas andando eu com um carro de 1998, que já pagou no corrente ano setenta euros e uns cêntimos, por ser o combustível gasóleo e a cilindrada 2.200, imagino que, com o “presente” que o senhor governo se prepara para me oferecer, não tarda estarei a pagar tanto pelo imposto como pelo seguro.

 

Nunca teria comprado um coisa assim, que sempre tive carros bem abaixo dos 2000 de cilindrada – que também são agora castigados - mas foi-me oferecido pelo meu filho há já bastantes anos, funciona bem, é seguro e confortável e por isso afeiçoei-me a ele; como sempre usei o carro por necessidade, não por ostentação, não teria nenhum problema em livrar-me dele, se os transportes públicos que há para aqui me satisfizessem, que “cravar” boleias pode servir uma ou outra vez, mas não sistematicamente; só que a camioneta que serve este sítio passa por cá de manhã, para levar à sede concelhia quem lá precisar ir e só retorna à hora do almoço e depois ao fim do dia, não respondendo às necessidades da minha “frenética” vida.

 

Dizem que a ideia, ou pretexto, é castigar aqueles que mais poluem, para que passem a comprar carros eléctricos - como se já não fossem castigados com impostos nas reparações e no combustível – como se estes fossem acessíveis para aquela gente que se vê obrigada a conservar os seus chassos; de facto, tratando-se de viaturas de custo elevado, e sendo os incentivos insuficientes, como poderão as pessoas fazer face a uma tal arbitrariedade...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

 CONTRA O GENOCÍDIO E A HIPOCRISIA


Com bastante mais gente, o Martim Moniz voltou a ser palco ontem, da indignação pelo genocídio em curso de um povo, e a hipocrisia criminosa dos que o apoiam.

O que está em causa, é a tentativa, pela violência, da limpeza/despejo, para já, de Gaza. Depois, seria o resto da Palestina.

Ontem ouvi precisamente isto, da parte de um homem até conotado com o sistema; o embaixador Martins da Cruz. Claro que também aí há pessoas lúcidas e honestas.

Perante a ideia de que Biden foi in loco manifestar o apoio a Israel e sugerir moderação ao Governo de Natanyau, o embaixador retorquiu: pois foi! Mas se não houver moderação o apoio mantêm-se. E acrescentou, os EUA apoiam incondicionalmente Israel.

Entre o direito inalienável de um povo viver em liberdade na sua pátria, e a prepotência de outro que lhe quer negar esse sagrado direito e os hipócritas que o apoiam, principalmente os EUA, mas não esquecer, de forma mais ou menos envergonhada, diversos países da UE que apoiaram resoluções da ONU contra Israel, caso de Portugal, veremos o resultado deste braço de ferro. O que sobrará para a região e para o mundo.

A solução do conflito é simples: que o ocupante retire.

Francisco Ramalho



Nada levamos deste mundo

 

...”E OS PECADOS NÃO PRESCREVEM”

 

Que pode haver que a morte não sepulte

Por feias que tenham sido as acções

Se até assassinos e grandes ladrões

Têm sempre na morte quem os indulte...

 

Mesmo que em vida ninguém os desculpe

Exigindo o reparo sem condições

A  morte dispensa-lhes as contrições

Nada há que a seu favor não resulte.

 

Há quem pense pagar no “outro mundo”

Quem por cá levou muita gente ao fundo

Crendo que nada na morte prescreve;

 

E para o que por cá não tem remédio

Também de nada serve o impropério

Pedindo que a terra lhes seja leve...

 

Amândio G. Martins

 

terça-feira, 17 de outubro de 2023

O caritativo presidente desmobilizou um justo protesto

As condições de habitabilidade dos professores deslocados, é pouquinho mais que nada! Os docentes têm em mãos - de facto - o futuro de Portugal, pela instrução que proporciona aos estudantes, sendo duma utilidade/importância extraordinária. Assim, a governança precisa de responder e, até agora, face à crise da falta de casas, um problema de décadas e de desprezo por quem tinha a obrigação de apresentar soluções, traduz-se numa incúria quase total... Várias áreas da sociedade estão num profundo défice. Só na retórica de quem diz governar é que vivemos melhor... nem com óculos, «com» quatro olhos, o 1ºministro enxerga. Uma lástima à vista desarmada. Um professor, «habitava» numa viatura à porta do Palácio presidencial de Belém, protestando pela enorme dificuldade por que passam os professores deslocados e bem. Eis que surge, o presidente e a aquele justo protesto ficou furado... O docente fez saber, que Marcelo lhe pagou uma noite numa pensão onde pôde tomar um duche. Este carácter assistencialista caritativo, que faz dobrar a cerviz de quem aceita, não faz levantar a cabeça. A ajuda é burlesca e a aceitação porque fez desmobilizar a luta nem devia ter acontecido. Sabemos que o presidente pula para estar próximo das pessoas mas, neste caso, nada entendeu sobre o alcance desta manifestação ousada, justa e impactante! Esta caridade adiou mais a solução. A prolongada luta dos professores está longe de estar resolvida e continuando a querer que lhes acertem as contas, é triste e revoltante pedirem o que lhes assiste por direito próprio. É deles! Alertem António Costa: está a abrir todas as portas a um perigosíssimo desventurado!

 TEMPOS DE IGNOMÍNIA


Quem diria que depois da 2ª Guerra Mundial, do holocausto, de Hiroxima e Nagasaki, voltávamos a ver horrores como o que está a acontecer. Quase três milhões de pessoas cercadas numa nesga de terra e a quem foi cortada a água, a luz, os alimentos, sujeitas a bombardeamentos. Perfilando-se ainda maior inferno.

No momento que escrevo, sexta-feira de manhã, já há centenas de mortos e feridos onde se incluem médicos, funcionários das Nações Unidas e voluntários do Crescente Vermelho. Hospitais, foram atingidos pelos bombardeamentos e estão na iminência de ficar sem um mínimo de condições para tratarem tantos feridos. Até bebés nas incubadoras, correm perigo de vida pela previsível falta de combustível para os geradores. E todo este inferno, provocado precisamente pelos descendentes das principais vítimas do holocausto nazi.

A ocupação ilegal de grande parte da Palestina por Israel,a criação de colonatos, os diversos controlos de circulação permanentes e provisórios, a repressão para impor tudo isso ao longo de décadas que causou milhares de mortos e presos, é a mais antiga e grave violação do Direito Internacional. Aliás, condenada por diversas resoluções aprovadas na Assembleia Geral da ONU, mas nunca implementadas por imposição contra dos EUA no Conselho de Segurança.

Há dias, numa entrevista na SIC Notícias, o presidente da CM de Lisboa, Carlos moedas, acusou o PCP e o BE de apoiarem o HAMAS e os seus “crimes hediondos”.

O senhor Moedas, pessoa bem informada, mentia conscientemente. É um bom exemplos de todos os senhores moedas que têm acesso à televisão, rádio e jornais, que omitem, deturpam e mentem conscientemente para influenciarem, para manipularem, as pessoas. Milhões de pessoas.

Os oradores que se dirigiram aos milhares de participantes na concentração de quarta-feira passada no Martim Moniz em Lisboa, convocada pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação, contra a guerra e pela libertação da Palestina (teria passado nalguma televisão?) lamentaram todas as vítimas desta e de todas as guerras. O que, evidentemente, mereceu o aplauso dos muitos comunistas ali presentes. Tal como bloquistas, gente porventura de outros partidos ou sem partido nenhum. Democratas que, como costuma dizer a presidente do CPPC, Ilda Figueiredo, amantes da paz.

A tão badalada comunidade internacional que habitualmente se resume à UE, EUA e seus aliados, condenou de imediato, nós também, as ações contra Israel e manifestou-lhe todo o seu apoio. Nomeadamente os segundos, os que sempre apoiaram o que deu origem a tudo isto e o que mais se verá, ao reprovarem as tais resoluções que condenam Israel pela ocupação de outro país e pela repressão e humilhação do seu povo, pelo terrorismo de Estado. Apressando-se a enviar representantes a Israel e não a Gaza.

Triste foi também, aprovado pelo PS, PSD, IL e Chega, as cores do Estado violador e opressor a iluminarem a Assembleia da Republica.

Enfim, tempos de tristeza, violência e hipocrisia. Tempos de ignomínia.

Francisco Ramalho


Pulicado hoje no jornal, O Setubalense







Na carroça da estrumeira

 

A Direita espanhola mais civilizada, durante muito tempo acomodada no Partido Popular, que também foi servindo de abrigo a todo o tipo de saudosistas do fascismo, agora arrebanhados no Vox, não parece incomodada com a deriva do PP para o extremismo, crendo que a actual liderança o faz para tirar a Vox o protagonismo e recuperar lentamente os votantes que lhe fugiram para aí; todavia, tem sido sempre Vox a puxá-los para a “carroça” da ignomínia, ao qual satisfazem todas as exigências, quer para ter o seu apoio em governos autonómicos e autárquicos, quer para remoção de símbolos que há muito tempo homenageavam vítimas do franquismo.

 

De facto, como diz Pedro Sánchez, a Direita e a sua extrema já nem se distinguem na linguagem, quer a competir por quem profere contra ele a “barbaridad más grande” como a destruír e conspurcar não só alguns símbolos da liberdade conquistada há quase meio século, como foi a remoção em Madrid do memorial às “Trece rosas”, treze mulheres que tinham sido fuziladas pelo franquismo, como o “alcalde” Martinez-Almeida acedeu a que fosse também removida da fachada do município a bandeira “arco-íris”, que há muito ali marcava posição, tendo agora aparecido conspurcada a placa em memória do símbolo do sindicalismo livre e fundador das “Comisiones Obreras”, Marcelino Camacho, com a sigla que representa o grito fascista “Arriba España”...

 

Amândio G. Martins

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

 NETANYAHU PROTELA…


Apesar de diversos apelos nomeadamente do Sec Geral da ONU e do Papa, o primeiro-ministro de Israel, protela a ajuda humanitária a Gaza. Os hospitais estão na iminência de colapsar. Há milhares de vidas em perigo, nomeadamente dos mais fracos; crianças, idosos, doentes.

Portanto, as decisões deste “senhor” equivalem a muitas mortes de inocentes.

Agora que se fala tanto em terrorismo, o que é isto? É o pior deles todos: terrorismo de Estado.

Para além da imensa vergonha que é a permissão deste indivíduo continuar no poder, não será também um crime contra a humanidade?

Que ninguém fique indiferente a isto. À morte lenta de milhares de seres humanos e não só.

Francisco Ramalho


Condenar é fácil

 

Condenem à vontadinha, porque há matéria para todos os gostos e cores. “Já condenou hoje?” - pergunta Cátia Domingues, no seu trabalho humorístico dos domingos no JN. “Eu cá já condenei. Por acaso, acho que na quarta-feira me precipitei na condenação mas acho que hoje já condenei melhor. Confesso que tenho andado insegura porque é um risco condenar quando está a ser tão difícil acompanhar a actualidade ao minuto e estar a par do que é verdadeiro ou falso”. Mas, enfim, o que é importante é condenar. Aliás, o mais importante é que toda a gente saiba que condenamos e que o que condenamos é a coisa certa. Por isso, vejam lá se têm as condenações em dia”...

 

Para as Direitas espanholas, a democrática e a marginal, as vítimas são aquelas do terrorismo do Hamas; o massacre israelita contra palestinos inocentes não é terrorismo, é justiça. Assim, quando no Parlamento da Comunidade de Madrid, uma deputada do partido “Más Madrid” tentou corrigir a proposta de Rocio Monastério, de “Vox”, estendendo o voto de um minuto de silêncio que esta pedia para as vítimas do Hamas a todas as vítimas do conflito, Monastério respondeu-lhe que tinha de vir alguém de  “la escória de la Izquierda” para criar confusão...

 

Amândio G. Martins

Minudências esmagadoras


Posso estar enganado, mas, tanto quanto sei, Antony Blinken não “esteve em Telavive para dizer aos israelitas que têm ‘o direito e o dever’ de responder a este ataque”, ao contrário do que escreveu Teresa de Sousa na sua crónica dominical Sem (?) fronteiras. Citando o PÚBLICO de 13 de Outubro, o que o secretário de Estado norte-americano afirmou foi que “Israel tem o direito, na verdade o dever, de se defender”. Não são afirmações equivalentes, e o que torna perigosas estas confusões é que permitem que se instale o sentimento de que a retaliação pura e simples, a vingança sem limites, é o que mais importa em toda esta desgraçada situação. Talvez seja este o profundo pensamento de Netanyahu, cioso dos seus interesses pessoais mesquinhos, mas ele não é, seguramente, o que mais interessa aos israelitas, aos palestinianos e ao Mundo em geral.

domingo, 15 de outubro de 2023

A CAMINHO DOS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL DE 1974

De 13 a 27 de Outubro de 2023 está patente na Estação de S. Bento, no Porto, uma exposição sobre os 50 anos do 25 DE Abril, promovida pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN).

A Revolução de 25 de Abril de 1974 é um dos momentos mais altos da História de Portugal. O percurso heróico de luta, de resistência antifascista, de luta dos trabalhadores, onde se integra a constituição da Intersindical em 1 de Outubro de 1970, deu um contributo inestimável para a vitória alcançada em 1974 sobre o regime fascista e colonial de Salazar e Caetano e seus sequazes, levada a cabo pelo Movimento das Forças Armadas em aliança como o Povo Português.

Cedo começaram os ataques aos direitos dos trabalhadores por parte dos inimigos do 25 de Abril, obrigando à defesa das suas conquistas. Ataques e ameaças aos direitos dos trabalhadores e do povo que hoje se mantêm, apontando a CGTP-IN no contexto actual a luta como caminho para defender e melhorar salários e pensões de reforma, a redução do horário de trabalho, o acabar com a precariedade, o reforço dos serviços públicos e sociais do Estado e a valorização dos seus profissionais. 



 DOIS MIL DOENTES CONDENADOS À MORTE?


Ouvimos até à exaustão que Israel tem todo o direito à sua defesa. E tem! Mas os apoiantes e/ou os que aceitam passivamente a ação do Estado que ocupa grande parte de outro e que massacra e humilha o seu povo há décadas, nunca dizem que a Palestina tem também todo o direito à sua libertação.

Na iminência da invasão total de Gaza, o Governo israelita, como já se sabe, ordena a evacuação da população (quase dois milhões de pessoas) para sul. Incluindo os 2 mil doentes internados em hospitais. Como os médicos se recusam, porque pura e simplesmente não têm para onde transferir os seus doentes, estes estão condenados à morte?

Há países, alguns, grandes países, a solicitar com urgência uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para decretar um imediato cessar-fogo.

Normalmente, Israel, com as costas quentes da badalada Comunidade Internacional que consiste nos EUA, UE e mais alguns seus aliados, limpa o cu a tais decretos. Ao Direito Internacional.

Portanto, para além dos doentes, o outro milhão e tal, também, uns já não têm que comer, os outros para lá rapidamente caminham.

Será que o mundo vai assistir impávido e sereno ao holocausto sionista?

Será que o mundo se vai cobrir desta imensa vergonha?

Francisco Ramalho


Verbos de encher

 

Qualquer cidadão minimamente atento, sem qualquer sentimento “populista”, se apercebe da inutilidade de grande número de deputados no Parlamento, que estão ali apenas para fazer número, e seria o de menos, se não custassem ao país tanto dinheiro; de facto, sendo um sorvedouro de recursos, tal como aquilo funciona, penso que deveria ser criado um novo sistema em que a representatividade dos vários partidos se manteria, em função da votação obtida em eleições, mas sem precisar de manter ali aquela gente toda, autênticos “verbos de encher”, que seriam substituídos por um reduzido número de gente bem qualificada nas diversas áreas do saber, mas cada um com direito a tantos votos quantos os deputados que representasse.

 

Vem isto a propósito do que acabo de ler no JN acerca da manutenção do IVA zero, cuja validade foi prolongada até ao final do ano; quando esta medida entrou em vigor, até mesmo aqueles que vinham pressionando o Governo nesse sentido passaram a criticá-la pela sua ineficácia, que as pessoas não estavam a sentí-la no cabaz de compras, fácil de perceber num contexto em que os preços não paravam de subir, para lá de algum aproveitamento ilícito que sempre acontece, dada a dificuldade em fiscalizar os infractores.

 

Agora que parece determinado o seu fim, lê-se que “os partidos da oposição teceram várias críticas, apontando a falta de eficácia da medida na descida dos preços e alertando para o impacto que o seu fim já anunciado, a partir de janeiro, poderá ter”; e é aqui que os doutos deputados da tal oposição me “partem” todo: então se a medida não foi eficaz, como poderão estar “preocupados” com o eventual impacto do seu fim...

 

Amândio G. Martins

sábado, 14 de outubro de 2023

Exige-se cessar-fogo, paz e diplomacia efectiva

A tragédia humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, agora a caminho do inimaginável... a crer na musculada ameaça do 1ºministo israelita, que não trocará o anunciado genocídio palestino, pela mais que evidente destituição de governante(!), acusado de vários crimes! O Hamas não representa todos os palestinianos de Gaza e o seu ataque indiscriminado em Israel é o culminar, não esquecer, duma actuação condenada pelo Direito Internacional e pelos Direitos Humanos Universais pela ONU e, mais ainda pelas atrocidades cometidas contra o Povo palestiniano alvo de décadas de humilhação, ocupação e morte! Tudo perpetrado por Israel. A tampa da panela de pressão palestina explodiu, com a benevolência do exemplo. A fuga de Gaza dos residentes, caso entrem no Egipto, interessa a Israel, pois jamais voltarão e a limpeza étnica far-se-á... A presidente da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu protagonizaram uma atitude em Israel inqualificável! Foram pró Israel não referindo o urgente apoio humanitário aos palestinos nem à premente ajuda aos milhares de palestinos feridos. Estas pessoas, que condenam a invasão da Ucrânia, ficam sem respaldo moral para o repetir. Ou será que o PP europeu, representado nestas duas, não considera que o chão palestiniano, transformado num apartheid, nunca foi ocupado/colonizado/invadido?... A UE, não se admire que entre outras consequências as próximas eleições europeias tenham uma campeã destacada - a abstenção! Caso a ofensiva terrestre do exército israelita avance em Gaza, poderemos estar em presença duma similitude nazi, aquando do holocausto do extermínio dos judeus. O capital de simpatia que tinham os judeus está desbaratado! Todos, mesmo todos devemos, por todos os meios, de evitar a aproximada chacina! Numa guerra há vencedores - a que preço?

 O PREVISÍVEL HOLOCAUSTO SIONISTA


Muito resumidamente, começo por lamentar todas as vítimas desta guerra desencadeada agora da parte da Palestina ocupada, sejam elas Palestinianas, israelitas ou de qualquer outra nacionalidade. Os culpados são os que ocupam ilegalmente outro país e que massacram e humilham o seu povo há mais de 50 anos. E os que lhes têm dado cobertura.

Dito isto, como classificar a situação de mais de 1 milhão de pessoas, os sobreviventes dos intensos bombardeamentos, a quem é dado ordens para desocuparem as suas casas e fugirem aos deus dará, mas sempre dentro da Faixa de Gaza que permanece cercada. E sem alimentos, cuidados médicos nem água. Mais de metade são crianças.

Portanto, a manter-se esta situação, sobreviverá alguém?

Assim, será excessivo fazer-se a comparação com o holocausto nazi?

Que diferença morrer gaseado, sob a metralha, ou à fome?

Entretanto, já foram criadas condições para a evacuação de 500 cidadãos norte-americanos que se encontravam em Gaza. Muito bem! Então e os outros? Nem sequer a mínima possibilidade para serem socorridos? Para não morrerem de fome e de sede?

Quem é que pode permanecer impassível perante esta imensa tragédia e vergonha?

Francisco Ramalho


sexta-feira, 13 de outubro de 2023

A GUERRA.

Há muito que desisti de entender o conflito israelo-palestiniano. E muitos dos leitores perguntar-se-ão de imediato: de que lado é que este está? Pois ficarão desiludidos porque o que pretendo é discorrer sobre o flagelo da guerra. Entrei um dia num museu em Espanha e fui surpreendido pelas gravuras de Goya, a cujo conjunto ele chamou "Os desastres da guerra". Que evidenciam um comportamento humano que, pelos vistos, não mudou. A crueldade não tem medida nem fim e a lógica é a de "quanto pior melhor". 

De ambos os lados deste conflito há uma maioria de pessoas como nós, que apenas querem levar tranquilamente a sua vida, trabalhar, ver crescer os filhos e estimar os amigos. Cujo bom senso (o bom senso resolveu 99% dos meus problemas) faria chegar rapidamente a um entendimento. O que não acontece porque aquela guerra não começou no Sábado passado e tem uma história que faz acontecer o presente e condiciona o futuro. Os civis israelitas foram vítimas de uma indizível crueldade e agora estamos a ver em directo na TV o que está a acontecer aos civis palestinianos. E no futuro próximo? Goya já respondeu a esta interrogação há mais de duzentos anos.

..."Não olhem para o que eu faço"

 

Subespécie de “Gromiko” da bandidagem que constitui a actual “nomenklatura” russa, mas notoriamente mais desprovido de princípios e vergonha, o “public relations” do Kremlin lamentou que os contendores do actual conflito no Médio-Oriente nada façam  para preservar as vidas das populações civis, destruindo tudo quanto lhes aparace pela frente.

 

 Se repararmos que vão a caminho de dois anos aniquilando deliberadamente as vidas e bens de milhares de ucranianos civis, velhos e novos, nas residências, nos hospitais, nos mercados, nas escolas e nas maternidades, com a agravante de se contarem entre eles muitos milhares de crianças, mortas ou raptadas, o que este Labrov merecia é que alguém lhe atirasse àquele focinho de pau com um “encharcado” de bem fedorenta bosta...

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

 QUEM PODE FICAR INDIFERENTE?


Em entrevista ontem na SIC Notícias, o presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, acusou comunistas e bloquistas de apoiarem o HAMAS e “os seus crimes hediondos”.

Os oradores que se dirigiram ontem às centenas ou milhares de pessoas presentes na manifestação organizada pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação no Martim Moniz em Lisboa, contra a guerra e pela libertação da Palestina, devem ter notado que todos eles, começaram por lamentar “todas as vítimas desta guerra. De todas as guerras”, independentemente da nacionalidade.

Portanto, a despudorada atitude do senhor Moedas, mentindo conscientemente, o senhor Moedas, ao contrário de tanta gente vítima das mentiras dos senhores moedas que têm acesso às televisões, às rádios e aos jornais, é uma pessoa bem informada.

Este é apenas um exemplo dos muitos que influenciam e manipulam as pessoas. Milhões de pessoas. Quem pode ficar indiferente a isto?

Quem pode ficar indiferente às vítimas dos dois lados?

Quem pode ficar indiferente, ao que deu origem a tudo isto? As décadas de ocupação ilegal de grande parte da Palestina por Israel condenada por dezenas de resoluções da ONU.

Quem pode ficar indiferente aos roubos de terras (colonatos), aos controlos, à prepotência, à humilhação, às prisões, aos milhares de mortos ao longo destes 50 anos?

Quem pode ficar indiferente aos que têm dado cobertura (EUA à cabeça, mas também UE) a toda esta ignomínia e que agora apenas condena (também nós) a reação do HAMAS?

Quem pode ficar indiferente ao senhor Biden que do alto da sua prepotência e hipocrisia apenas condena uma das partes? A parte subjugada. E dá todo o apoio, vai enviar porta aviões e mais material bélico para apoiar o Estado terrorista de Israel. E que nem uma palavra até para o pessoal da ONU já morto pelos bombardeamentos israelitas (assim como a morte de pessoal do Crescente Vermelho (Cruz Vermelha muçulmana)

Quem pode ficar indiferente a 2 milhões de pessoas encurraladas em Gaza, sem água, luz e alimentos e sujeita a bombardeamentos?

Quem pode ficar indiferente à subserviência de se iluminar a Assembleia da Republica com as cores do Estado que ocupa e massacra outro, há décadas? (aprovado pelo PS, PSD, IL e Chega)

Quem pode ficar indiferente a tanta hipocrisia, subserviência e crime?

O máximo depois da 2ª guerra Mundial. Agora como principais protagonistas, os aliados do “mundo livre”.

Francisco Ramalho





Entre a fartura e a fome

 

Cá em casa já se comem castanhas há mais de um mês, desde que os ouriços começaram a deixá-las caír, amadurecidos pelas altas temperaturas, que esta cultura não é de regadio, e se o fosse não deixariam de caír antes do tempo, de tal forma o outono vem sendo desmesuradamente quente; e apesar das pragas que também passaram a estragar os castanheiros, mesmo assim estavam bem carregados, tornando abundante, embora não tão atraente e resistente como antes, um fruto seco que podia forrar os bolsos de quem costuma vender, se o tempo convidasse à castanha assada na rua.

 

Os transmontanos produtores queixam-se de quebra na produção, o que costuma fazer o produto mais caro, mas mesmo assim parece que nem um euro por quilo lhes pagam os revendedores, precisamente por não verem grande saída para elas, que acabariam por se estragar nos armazéns; e como não há incentivo para vendê-las, por aqui apodrecem debaixo das árvores, por não valer a pena colhê-las para além do consumo caseiro, se o que pagam por elas não dá para o trabalho de quem as apanhe do chão, que trabalhar sem a devida recompensa era noutros tempos...

 

Amândio G. Martins

O ovo e a galinha


Por muito que duremos, nunca saberemos se foi o ovo que veio antes da galinha ou se foi o contrário. Daí que, nesta altura de pesar universal, face aos recentes acontecimentos ocorridos em Israel, responsabilizar apenas uma das partes pelo rasto de dor e de sangue que jorra naquelas paragens, é tarefa de elevada complexidade e enorme probabilidade de erro. Trágica e ironicamente, numa terra que viu nascer quem pregou o Sermão da Montanha, “dar a outra face” é coisa impensável a israelitas ou palestinianos. Pelo contrário, o discurso mais corrente será o de incitamento ao ódio e à vingança, cada uma das partes se esforçando por acirrar o inimigo, procurando ficar “por cima” na violência e na volúpia do sangue alheio. Na comunidade internacional, o cenário é semelhante, sendo poucas as vozes que exortam ao diálogo e à convivência pacífica. Mas não se pode esquecer que, em ambos os campos, haverá sempre quem se faça ouvir contra o seu próprio lado, como a maioria dos palestinianos, que não apoia o Hamas, ou o principal jornal israelita, o Haaretz, que, em editorial da passada segunda-feira, incrimina sem rebuços Benjamin Netanyahu. Ouçamo-los.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

O OE-24 não resolve as chagas da desigualdade

Os trabalhadores portugueses a labutar a troco do salário minimíssimo nacional e mesmo aqueles que auferem pouco mais têm dificuldade em pagar as contas, porque lhes sobra mês... sendo confrontados com cíclicos aumentos: a subida do valor da prestação da casa e o custo dos bens essenciais, cujo IVA à taxa zero é engolido pelo aumento dos preços... a par do preçário taxado e especulativo dos combustíveis. A classe média está proletarizar-se, os vulneráveis gritam com fome! O governador do Banco de Portugal (com um salário maior do que o presidente da Reserva Federal dos EUA!), diz que a prioridade é pagar a dívida e ser cauteloso... em aumentar salários... (percebeu-se que não inclui o seu milionário salário). Havendo largas centenas de milhões de euros de saldo positivo nas contas do Estado e o foco do ministério das Finanças é pagar a dívida, deixando para trás, milhões de portugueses numa condição social e habitacional aflitiva e dramática! M. Centeno (BdP) e C. Lagard (BCE), 'sendo' siameses, exigem um apertar de cinto para os de baixo, ao invés, os bancos, que recentemente foram bafejados com milhares de milhões de euros pelos contribuintes... não são tocados(!). Um mero exemplo: Há famílias a perder as suas casas e as prestações que já pagaram(!)... os bancos renegoceiam as dividas, com resistência, destes contratos, embora tenham lucros de 11 milhões de euros por dia!, e nem sequer são sondados para, poderem fazer parte da solução. Nada! A governança é conivente, assobiando para trás. Este país não avança sem ouvir estes figurões - os banqueiros, que são intocáveis!

terça-feira, 10 de outubro de 2023

 A LÍBIA É UM TRISTE EXEMPLO


As inundações na Líbia provocadas por chuvas torrenciais e o terramoto em Marrocos, foram os dois maiores desastres naturais recentes a nível mundial. O primeiro, provocado pelas alterações climáticas. Logo, menos natural que o outro.

Embora ainda mais mortíferas, as inundações, com dezenas de milhar de mortos, tiveram menos repercussão mediática que o terramoto. Mas, evidentemente, igualmente lamentáveis.

A história recente da Líbia, é um dos grandes exemplos da prepotência, da hipocrisia, dos que se arvoram em campeões da democracia e dos direitos humanos: EUA, seus aliados e a NATO.

Este é um dos grandes, mas são diversos, os tristes exemplos. Apenas mais alguns: O Afeganistão, onde armaram e financiaram os Talibãs para derrubarem o Governo que tentava libertar o seu povo do obscurantismo e do quase feudalismo, e que depois de lhes perderem o controlo e após uma prolongada e sangrenta guerra, saíram sem brilho nem glória, entregando o país a esses fanáticos.

A Jugoslávia, que retalharam e cuja capital, Belgrado, intensamente bombardearam.

O Iraque, baseados num pretexto que sabiam ser falso (a existência de armas de destruição massiva), invadiram, destruíram, causando centenas de milhar de mortos e refugiados. A Síria, durante anos também agredida. Israel, sempre apoiado, e há décadas a massacrar e a ocupar a Palestina. No Chile, participaram no golpe fascista de Pinochet, e apoiaram o de 2014 na Ucrânia de que resultou o atual governo. E tantos, tantos outros. Por exemplo, na América Latina que consideravam o seu quintal das traseiras.

Fixemo-nos na Líbia. País rico em petróleo e gás natural. Por isso, mas também porque ao contrário de outros igualmente ricos, devido a uma gestão eficaz e patriótica, atingiu um nível de desenvolvimento económico e social que era um exemplo na região e não só. Mas um mau exemplo para quem não olha a meios para atingir os fins que visam a rapina e a hegemonia global. É o que continuam a fazer com a UE a reboque, na guerra da Ucrânia, cuja intensificação e prolongamento não quiseram evitar, ao manterem o apoio a ela no Donbass (o que deu pretexto à invasão) e ao não cumprimento dos acordos de Minsk. E com a expansão da NATO até à região Ásia/Pacífico, através de parcerias com a Coreia do Sul, Austrália e Japão, visando a China.

Na Líbia, devido ao tal “mau exemplo” do seu então líder, Muammar Kadafi, não tiveram pejo em a bombardear prolongada e intensamente, sendo Kadafi miseravelmente assassinado por um dos grupos terroristas que tomaram conta do país.

Um país à deriva, devastado, potenciando ao máximo as consequências das inundações. Por exemplo, o rebentamento de duas barragens devido em grande parte à falta de manutenção.

É este o alegado respeito pelos povos. Incluindo, evidentemente, o ucraniano que transformaram em carne para canhão nesta guerra, cujas consequências, se não for diplomaticamente resolvida, podem ser apocalípticas face aos arsenais, sobretudo nucleares, dos contendores.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal O SETUBALENSE

Incendiários insuspeitos

 

Há menos de trinta anos para cá, as gentes de todo o mundo, novos e velhos, até daquelas zonas do globo onde a miséria é imensa, fizeram indispensáveis, mesmo de primeira necessidade, objectos de que, até então, ninguém precisava para nada, como é o caso dos telefones portáteis, dos quais não há “pindérico” que não possua pelo menos um, que há quem os tenha de todos os operadores do mercado; e a coisa vulgarizou-se de tal forma que muitos até podem saír para a rua inadequadamente vestidos para o tempo que fizer, esquecer-se dalgum importante documento, mas dificilmente esquecerão de levar consigo o viciante “apêndice”.

 

E os fabricantes, para quem o vício que sub-repticiamente foram “inoculalando” rende fabulosos lucros, não pararam de sofisticar a coisa, tornando rapidamente obsoletos os anteriores, profundos conhecedores que são da mente humana; como os mais recentes no mercado, nos quais o telefone é secundário, pois são autênticos computadores, custam muito dinheiro, floresceu um negócio que consiste em dar aos velhos uma nova vida, com adaptações à revelia do fabricante da marca, muito acessíveis aos “tesos”, que assim também podem exibir o seu ”smartfone”, desconhecendo completamente os riscos que correm, embora não faltem notícias de acidentes, alguns com perdas de vidas, como aconteceu agora a um espanhol de Navarra que, tendo deixado o “pingarelho” a carregar na mesa de cabeceira, enquanto dormia, aquilo incendiou-lhe a cama e matou-o...

 

Amândio G. Martins

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Imagine...

....Imagine o(a) caro(a) leitor(a), que a casa dos seus avós, pais e agora a sua, vem sendo ocupada desde há 80 anos(!). Pois bem mal, os palestinianos têm a sua Palestina violentada nos mais elementares Direitos Humanos, perante forças militares israelitas, que concretizam uma brutalidade mortífera, não poupando crianças, mulheres e gente antiga... quem não considerar que estamos em presença de um conflito político/económico, sonega aldrabada-mente. A direita extremada e a extrema-direita silenciam ostensivamente as atrocidades cometidas pelos judeus contra os palestinos, ao contrário, estes ao desafiarem o terror sionista são - considerados ''terroristas''... A faixa de Gaza, território palestiniano de onde partiu a ofensiva contra Israel, tem sido um 'campo de concentração', estando já transformada numa terra com um grau de destruição, que irá piorar, pois já lá não entra água, electricidade e víveres, sendo constantemente bombardeada. Aquela língua de terra entre Israel e o Mar Mediterrâneo tem sido tutelada pelo Hamas, tendo tido inicial aprovação de Israel(!). Ironia, virou-se o feitiço contra o feiticeiro. Olho por olho, dente por dente - ficará tudo desdentado e cego! Os imperialistas norte-americanos e russos continuam a querer dominar o mundo através da economia, enquanto o banho de sangue palestino advinha-se longo, brutal e criminoso....Isto é uma irracional e orquestrada miséria?!! O capital de simpatia, que os judeus dispuseram perante o seu extermínio no holocausto nazi, desbarataram-no, já que se tornaram nos exterminadores, de facto - do Povo Palestiniano!

domingo, 8 de outubro de 2023

 MAIS GUERRA E HIPOCRISIA


A ocupação de grande parte do território da Palestina por Israel, a criação contínua de colonatos, os diversos controlos de circulação fixos e provisórios, a repressão para impor tudo isso ao longo de décadas e que já causou muitos milhares de mortos, feridos e presos, é a mais antiga e grave violação do direito internacional. Aliás, condenada por diversas resoluções aprovadas na Assembleia Geral das Nações Unidas, mas nunca implementadas por imposição contra, dos EUA no Conselho de Segurança.

A tão badalada Comunidade Internacional que é, grosso modo, constituída pelos EUA e seus aliados, condenou de imediato esta última ação contra Israel. E foi normal. Mas, e todo o historial acima descrito (muito simplificado), não é o que dá origem a todo este já tão antigo conflito? E, como se vê, não tem sido a CI com os EUA à cabeça, a impedir a sua resolução? A não criar condições para a existência de dois Estado soberanos, livres e independentes?

O senhor Biden, do alto do seu poderio bélico e hipócrita, para além de afirmar que Israel tem todo o direito a defender-se, e tem, ( e a Palestina não tem também todo o direito de se libertar da ocupação israelita?) foi ao ponto de oferecer apoio bélico ao falcão Netanyahu. Apoio bélico, imagine-se, a um Estado armado até aos dentes inclusive com armas atómicas (o único na região).

Este ataque contra Israel, pode ser criticado. Faz vítimas civis e interessa à causa sagrada da Palestina? A liberdade para a pátria palestiniana e para o seu povo? Netanyahu, espuma de ódio e desejo de vingança. Imagine-se, o que aí não vem para o martirizado povo palestiniano e não só!

Mas, para além dos ocupantes, quem são também os grandes culpados?

A resposta é óbvia, não é verdade?Os “suspeitos do costume” os auto arvorados defensores dos direitos humanos e da democracia.

É imperioso denunciá-lo para que as coisas mudem. Para que deixem de o ser. Para que haja paz.

Francisco Ramalho


"Bom tempo" - dizem os fidalgos...

 

Ocorre-me sempre um nome pouco “canónico” para arremessar àqueles a quem ouço chamar “bom tempo”, sobretudo os citadinos, a esta desgraça por que vêm passando os países do Sul, embora não só estes, com temperaturas de julho em outubro; é que para esses “fidalgos”, desde que não chova, mesmo que venham a ter a água racionada, é sempre bom tempo, importante é que possam refastelar-se nas praias, sem que os incomode nada a anormalidade que tal “regalia” constitui, e se lhes faltar o que comer nos mercados, é sempre fácil acusar a especulação, que nunca deixa de aproveitar as anomalias no abastecimento.

 

Fruto deste desequilíbrio, ao que dizem os especialistas, os franceses andam aflitos com uma praga de percevejos, que invade não só as casas das pessoas como transportes e repartiçoes públicas, de que já se queixam também os espanhóis dos territórios próximos da fronteira; e como não somos mais que eles, é de crer que, a continuarem estas absurdas temperaturas, não demoremos a ser contemplados também com esse “presente” da natureza, que faço votos para que “chateiem” primeiro os que chamam a isto bom tempo...

 

Amândio G.Martins

 

 

“As pessoas estão todas fartas”

 

O desabafo patente no título acima é da autoria de João Gouveia, Director da Urgência do Santa Maria, em entrevista ao PÚBLICO, no passado sábado. Depois de incontáveis folhetins sobre os desentendimentos entre os profissionais da saúde e o Governo, é caso para perguntar: qual das palavras é que o ministro da Saúde não percebeu? Não ignorando o mar de problemas que afligem o sector, muito para além das questões remuneratórias, e que estão a levar o SNS para uma situação insustentável que pode vir a desembocar na sua própria implosão (tão desejada por quem bem sabemos…), se nos ativermos ao “pormenor” das horas extraordinárias, forçoso é concluir que, se aos médicos é imposto, pelo artº 228º do Código do Trabalho, o limite anual de duração do trabalho suplementar de 150 horas, e que este limite já foi ultrapassado no ano corrente por inúmeros profissionais, resta inquirir o que é que falta para que as autoridades competentes se afinquem em encontrar formas alternativas ao recurso a mais horas extraordinárias, uma vez que está à vista de todos que o problema é estrutural. Não é este o seu dever enquanto servidores da Coisa pública?


Público - 09.10.2023

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

COINCIDÊNCIAS MONÁRQUICAS...

 


 SABEM O QUE É QUE ISTO SIGNIFICA?


Sabem que passarinhos são estes que ilustram o texto? São piscos de asa branca ou taralhões e piscos de papo amarelo. Quando o clima era normal, vinham aos milhares a partir de princípios de Setembro e iam-se embora lá para fins deste mês ou Novembro. Nos últimos anos, cada vez tenho visto menos. Este ano, vi esta manhã um taralhãozinho no meu quintal. Mas apenas este! Piscos de papo amarelo, nem um!

Sabem o que é que isto significa? Significa que são ciclos da Natureza que se estão a quebrar. Alguns já se quebraram. Já pensaram na gravidade disto?

Estas avezinhas e outras centenas de espécies de arribação/migratórias, durante milhares ou milhões de anos, tinham os seus percursos, os seus ciclos de vida, que alteraram.

Há quem ainda não acredite nas alterações do clima. Já repararam o calor que aí está? A 6 de Outubro! E há milhões e milhões que continuamos a contribuir para elas. Até quando? Até que deixemos de aparecer como os lindíssimos piscos que coloriam os nossos quintais, parques e jardins? Os nossos campos?

Somos tão inteligentes mas alteramos a Natureza e até continuamos a matar-nos uns aos outros nas guerras e não só.

Bem, e agora, do mal o menos, vou até à Costa dar um mergulho e apanhar um bocado de sol.

Francisco Ramalho