terça-feira, 14 de novembro de 2023

"Inchação de saco", diria um brasileiro

 

Cada vez menos vejo seja o que for nas nossas televisões, porque sempre que o experimento saio nauseado; de facto, os canais noticiosos passam o dia inteiro a repetir o mesmo, hora a hora, e nos ditos generalistas, à hora dos telejornais, repete-se tudo aquilo com que os outros passaram o dia a “encher chouriços”, com directos para a porta dos tribunais, dos ministérios e palácios do Governo e de  Belém e da porta da casa dos investigados, onde “acampam” chusmas de repórteres à compita para ver quem provoca no visado a “bomba” mais espectacular.

 

Frustrada porque Galamba não dizia nada, uma repórter da RTP, no momento em que o homem chegava a casa com a mulher e os filhos, de boca cerrada, dizia para o estúdio ser uma situação constrangedora, querer fazê-lo falar naquela situação, mas que era jornalista e a função dos jornalistas é informar; mas informar o quê, se já se sabia que estava a ser investigado, e o ministro nada mais poderia dizer que valesse a pena, a não ser aquela conversa habitual nestas situações, que estava de “consciência tranquila”, ou então “explodir” e mandá-los a todos pastar...

 

Rejubilando com este enredo com que o Ministério Público fez caír o Governo, o líder da Oposição, demagogo completamente desprovido de escrúpulos, tem dito coisas tão assombrosas como: “Mais uma vez, deixam o país pior do que o encontraram, mas nós vamos cortar o mal pela raíz e repor a dignidade nas instituições”; entretanto, no canal 3 da televisão privada espanhola “Atresmedia” noticiava-se: “Grave error de la fiscalia portuguesa, involucrando António Costa en la corrupción”...

 

Amândio G. Martins

 

 

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