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terça-feira, 21 de novembro de 2023
O 25 de Novembro não foi a reposição do 25 de Abril
No estado em que nos encontramos politicamente, quase nada nos
resta do 25 de Abril de 1974. Para muitos, mesmo muitos, esta sim!,
foi a data mais gloriosa da nossa História pré-milenar. Diga-se: a situação
política vigente tem tudo que ver com o golpe militar contra-revolucionário
em 25 de Novembro de 1975. Esta é a data da fundação do regime actual.
Corrupto, iníquo e socialmente desigual e injusto.
Finalmente, a direita deixou de ter vergonha e comemorará o outonal
25 de Novembro. É significativo, que seja um evento festivo de toda a
direita extremada e extrema-direita, do PPD/PSD, do CDS, IL e Chega,
respectivamente. Contra-revolução é a matriz distintiva deste regime,
por mais que aqueles partidos direitistas pretendam esconder os seus
interesses, origens e pavonearem-se com as flores de Abril.
Quando a partir de Novembro de 75, se proclamou a necessidade de
«acabar com a bagunça» e «repor a normalidade democrática», o objectivo
não foi criar uma situação de equilíbrio e equidade, ao invés, foi arrancar
aos trabalhadores tudo o que tinham conquistado entre Abril de 74 e
Novembro de 75.
O 25 de Novembro de 1975 não foi a reposição do 25 de Abril de 1974,
porque a diferença entre pobres e ricos é pornograficamente abissal,
os negócios envoltos em tráfico de influências e corrupção banalizaram-se,
implantou-se o trabalho precário e à peça(!), a falta de habitação e a insegurança
social são realidades consolidadas.
A cínica demagogia servida por novembristas demagogos, eivadas de
promessas dum futuro radioso, não passaram de tentativas de venda da
banha da cobra.
No 25 de Abril de 1974, o Povo saiu à rua com esperança, alegria e liberdade.
No 25 de Novembro de 1975, houve um silêncio sepulcral premonitório daquilo
que nos esperava - o que nós tínhamos conquistado foi-se perdendo,
metodicamente suprimido...
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