terça-feira, 12 de julho de 2016

MATÁMOS O BORREGO QUE DURAVA HÁ 41 ANOS


Matámos o borrego que durava há 41 anosQuando a euforia mais do que merecida e vivida por todos nós portugueses, os de cá, deste pequeno rectângulo bem instalados à beira mar plantado e no ponto mais extremo ocidental da Europa e tendo sido também extensiva a todos os cantos do mundo, onde há um português, espalhados pelos cinco continentes, e que efectivamente esta vitória foi vivida por todos, com grandes comemorações contagiantes e cheia de emoção, alegria e felicidade, (que haja alguma coisa que nos alegre, já que somente o futebol dá essa alegria, e consegue assim unir os portugueses, porque infelizmente todas as outras modalidades chamadas mais "pobrezinhas", mesmo com vitórias banhadas a ouro ou prateadas, parece que não é a mesma coisa…claro, para alguns), e fez com que muitos portugueses, que tiveram paciência e disponibilidades para viverem este momento único até altas horas da madrugada do passado domingo dia 10 de Julho, a comemorarem com a euforia dos vitoriosos a conquista do primeiro título de uma selecção de Portugal de futebol no escalão "A".


Provavelmente não irei ser lá muito simpático com a minha opinião, mas como é hábito da minha parte, afirmo sempre, que a minha opinião vale o que vale, e nada mais. Sim, somos campeões da Europa de futebol…mas, com alguma felicidade e a tal pontinha de sorte que também faz parte dos campeões, titulo(s) que nos têm sempre fugido, e que algumas vezes ficámos sempre à porta. Agora sim, acabo de entender, e ao fim de tantos anos de vida, que é preferível jogar feio e ganhar do que jogar bonito e perder, esta foi sem dúvida a filosofia a táctica o lema e a receita para esta nossa grande conquista, no passado domingo frente à França, neste UEFA-EURO-2016. Títulos que nos fugiram sempre, e o exemplo mais flagrante foi a final do EURO-2004, em que na "nossa própria casa" a selecção perdeu a final frente à Grécia por 0-1, numa selecção de Portugal composta por uma fornada e uma geração de grandes talentos…, assim como outros momentos de fases finais de campeonatos da Europa e Mundo, igualmente recheada de grandes nomes mas que nunca ganhou nada de nada e é esta é uma realidade pura.


Mas pronto, lá fomos campeões da Europa e por quatro anos podemos dizer ao todo o mundo do futebol que somos campeões.


Como tal tudo o que diz respeito a este XV campeonato da Europa, já foi comentado e escrito, acerca deste grande momento histórico, vividos nestes últimos dois dias e, as páginas dos jornais encheram-se de cor vermelha e verde…e de orgulho e a euforia ainda continua para um povo ávido e de pobre de acontecimentos que lhe enchem a alma de uma alegria e felicidade sem fim.


De tantos comentários que já foram feitos acerca da grande proeza, que foi a vitória de Portugal frente à França, em pleno Estádio de França, em Saint-Denis, que como é natural e lógico, deixou os franceses em lágrimas. Mas o facto que eu não queria deixar passar de despercebido e quero aqui salientar, foi que este XXIV encontro entre Portugal-França, culminou com um jejum de cerca de 41 anos 2 meses e 14 dias, pois a última vitória de Portugal frente à França data do longínquo dia 26 de Abril de 1975, quando em pleno Estádio em Colombes, em Paris, Portugal venceu a sua congénere gaulesa por 2-0, sob a batuta do grande histórico e mestre treinador-seleccionador de então, José Maria Pedroto, que nesse histórico jogo fez alinhar os seguintes jogadores: Victor Damas (Sport.); Rebelo (V. Set.), Humberto Coelho (Benf, Cap), Carlos Alhinho (Sport.); Barros (Benf.), depois M. Pietra (Belen.), António Oliveira "Tony" (Benf.), João Alves (Boav.); depois Teixeira (FC Porto), Octávio Machado (V. Set.); Samuel Fraguito (Sport.), Márinho "Mário Mateus" (Sport.), depois Fernando Gomes ( FC Porto) e Nené (Benf.) depois Moinhos (Benf.). Marcadores dos golos Nené e Márinho, que sob a arbitragem de H. J. Weyland da Rep. Federal da Alemanha, fez na altura história. É uma história que durava há 41 anos e que deve ser assinalada e realçada, pois também faz parte da longa história do futebol português.



(Texto-opinião,publicado na edição online, secção "Escrevem os Leitores" do Jornal  RECORD de 12 de Julho de 2016)
(Texto-opinião, publicado na edição do Jornal de Notícias de 24 de Julho de 2016)

MÁRIO DA SILVA JESUS




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