PSR, Bloco de Esquerda, MRPP, os partidos por que passei. Conheci gente boa, gente genuína que luta por ideias e ideais. Contudo, nos partidos há sempre dirigidos e dirigentes. Há sempre os que distribuem panfletos e colam cartazes e as estrelas que aparecem na TV. Fartei-me disso.
O Bloco hoje é um partido reformista, que defende melhorias na democracia burguesa, com uma ou outra proposta radical. O PSR sempre era trotskista, sempre falava das questões sociológicas e dos afectos. O MRPP de Garcia Pereira era um partido revolucionário, marxista-leninista, que colocava o ênfase quase exclusivamente nas questões económicas. Arnaldo de Matos, o grande educador da classe operária, graças a uma autêntica purga, tem convertido o partido numa seita estalinista. Tanto o BE como o MRPP, como quase todos os partidos, tem-se centrado essencialmente na economia. Nós, anarquistas, não concordamos. A questão fundamental é que os seres humanos não são felizes na Terra. O ser humano é controlado e castrado por forças como os grande media ao serviço, sobretudo, do poder financeiro e não consegue ser livre. Mas não só. Desde que nasce vão-lhe sendo impostas regras, normas de comportamento e de conduta, ideias pela família, pela escola, pela multidão, pelo trabalho. Reina a lei do safanço, do mais apto, da competição, da destruição da vida. As festas são em dias marcados, o prazer é ilusório, reinam o medo, o tédio, a impotência e avançam os casos de suicídio e as doenças mentais: depressão, doença bipolar, esquizofrenia. Na verdade, a vida perde o sentido. E os partidos de esquerda nada têm a dizer perante isto.
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