O presidente do Conselho Económico
e Social, Correia de Campos, não se tornou conhecido por produzir frases
bombásticas e chocantes. Intelectual ponderado, estudioso, sempre o vi defender
posições bem fundamentadas, ainda que, muitas vezes, delas tivesse discordado.
Recentemente, disse que Portugal só conseguiria crescer 3% no PIB com recurso a
900 mil imigrantes. Ignorava a magnitude da questão, mas já sabia que a Europa,
em perda demográfica, necessita de imigrantes como de pão para a boca.
Portanto, aceito a ideia com muito gosto, e estou predisposto a partilhar o
“meu” mundo (que não é meu) com outros tão terráqueos quanto eu, com toda a
naturalidade, neste panorama europeu de desertificação humana. Seria bom
que, a partir de agora, os amantes dos isolacionismos diversos, os construtores
de muros, europeus ou não, esconjurassem o “ódio patológico e irracional”, que
tanto afecta alguns Comandos como qualquer supremacista. E que, no seu próprio
interesse, admitissem, finalmente, que todos precisamos de todos. Se a riqueza
das nações são os seus povos, e desculpando o exagero retórico, pois que
venham… aos milhões.
Expresso - 03.12.2016, truncado das partes sublinhadas.
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