O ensino da Filosofia quase foi dado por extinto. A felicidade, essa anda "na crista da onda" pois, entre estudos científicos, colagem à tecnologia e utopia de que, se a procurarmos, ela existirá omnipresente e para sempre. Bom, também se vai dizendo que sem crescimento não há economia nem equilíbrio social num mundo finito fisicamente...
Diz-se isto e muito mais, no entanto vai havendo pequenos sinais que fazem com que alguns de nós não embarquem no que acima descrevi e para isso, ligando "abusivamente" notícias,... basta abrir o PÚBLICO! Diz-nos o jornal. na passada semana, que as vagas nos cursos de licenciatura em foram Filosofia foram todas preenchidas na primeira fase de candidaturas, ao contrário dos últimos ano em que "ficavam às moscas". E diz-nos também que os adolescentes (designa-os por jovens) das "grandes notas", quando atingem a idade a maturidade e "consciência de si" (perdoe-me a utilização, António Damásio) sofrem "por dentro" mas já não irão a tempo de não serem muito mais propensos à solidariedade e muito egocêntricos (leitura livre dum estudo multinacional coordenado pela Universidade de Bergen na Noruega).
Será que, com Fernando Savater, "os filósofos não resolvem problemas, somente pensam e reflectem"? Apetece-me perguntar se a tecnologia não poderá ser o contrário, "resolver problemas sem os pensar e/ou reflectir"? Não será que os "miúdos" começam a apanhar o melhor de cada uma ? Fica.me a esperança, a boa e não a má que ficou no fundo da "caixa de Pandora" para nos azucrinar. Sou mais "filósofo" (barato) que engenheiro de sistemas mas aprecio a ecologia no tempo que vivemos e não gosto de "meninos de 20" se não tiverem "conteúdo filosófico".
Fernando Cardoso Rodrigues
( Carta enviada ao PÚBLICO, em 22/12/2016, para eventual publicação. Não a mereceu)
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