Olá Pai Natal
Este ano, além
do habitual pedido, envio-te o conto "Divisão da felicidade" que
recebi por e-mail e que gostava que o juntasses a cada prenda que vais
distribuir, para mim inclusive pois será sinal que gostaste. E com isto, até já
me esquecia de fazer o meu pedido, que para não variar, é o mesmo de sempre:
continuares a dar-me saúde e Amigos como tens feito. Já agora, aproveito para
te pedir que dês de prenda aos poderosos do mundo, muito bom senso pois pelo
que tenho visto, estão muito carentes disso e de amor. Não te prendo mais pois
tens muitos a quem atender, mas não te esqueças de continuares a dividir a
felicidade para que ela se multiplique.
Jorge Morais
" Dois
homens, muito doentes, dividiam o mesmo quarto num hospital. Um deles podia
ficar sentado na sua cama todas as tardes. A sua cama ficava ao lado da única janela
do quarto. O outro passava os dias deitado. Todos os dias o homem que podia
sentar-se, ficava ao lado da janela e contava ao seu companheiro de quarto tudo
o que via. O companheiro esperava, todos os dias, ansioso por esse momento. A
janela tinha vista para um jardim muito bonito e um lago de cisnes. Crianças
brincavam com os seus barquinhos de papel. É uma linda paisagem que vemos
daqui. O paciente ao lado da janela descrevia tudo com riqueza de detalhes, e o
homem ao seu lado imaginava essas cenas. Passados alguns dias, numa manhã
quando a enfermeira chegou ao quarto, descobriu que o paciente ao lado da
janela havia morrido naquela noite. Então o outro paciente pediu para que o
colocassem na cama ao lado da janela. A enfermeira mudou ele de lugar e o
deixou só. Com muita dificuldade, ele apoiou os cotovelos e se ergueu para
olhar pela janela. Mas tudo que viu foi uma parede branca. Então chamou a
enfermeira e perguntou: Como o meu colega via aquelas cenas tão lindas que me
descrevia? A enfermeira lhe contou que o paciente era cego e não podia ver nem
a parede que ali estava. Talvez quisesse apenas te animar. Não há felicidade
maior do que fazer o outro feliz, sem se importar com os nossos problemas.
Porque a felicidade quando se divide, se multiplica."
Publicada no Jornal PÚBLICO em 24.12.2016
A história é muito bonita, que mais ou menos já conhecia, porque nos ensina a ajudar o outro, nosso irmão, mesmo que tenhamos de inventar espaços idílicos, que embora caminhando na "mentira" não prejudicam ninguém. Se cada um ajudasse o outro a ser feliz, todos seríamos felizes. Só que esse mundo, só existe nos contos de Natal. Mais uma vez, Parabéns, ao Jorge Morais, pela oportunidade.
ResponderEliminarNa verdade, recebi o conto há uns tempos e guardei-o para publicar no blogue nesta data sem mais nada. Depois, lembrei-me de enviá-lo para a imprensa acrescido do pedido ao Pai Natal. Esta é a parte utópica da carta pois o conto, até podia ter acontecido. Aliás, a cada passo, tomamos conhecimento de histórias reais semelhantes. Obrigado pelos parabéns.
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