Afinal, ó Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo
de Sousa, diga-nos lá, a nós, que ninguém nos está a ouvir, foi ou não foi, à
estreia de “O Misantropo” (Para muitos, a obra-prima de Molière. Há quem
garanta que prestamos um serviço dramaturgo apresentando-o como “autor de O Misantropo”. Texto de
especial subtileza e apuro formal, a peça de Molière estreou em 1666, há
precisamente 350 anos, e uma grande comédia que talvez faça rir pouco (ou que
converte o nosso riso num esgar estranho), apesar de impiedosa sátira de regras
e costumes sociais que põe em movimento. No epicentro deste engenho dramático,
encontramos Alceste, herói monomaníaco que tem apenas os defeitos decorrentes
da sua qualidade – a exigência moral que o leva a odiar todos os homens, a
censura-lhes vícios e iniquidades, e singular contradição a amar a mais coquete
e afectada das criaturas), em 1973, quando aquela peça foi exibida no Teatro
Cornucópia, e que pelos vistos, este teatro, já mesmo os dias contados e vai mesmo
fechar portas, ao fim de 43 anos de existência e assim continua e vai mal a
nossa cultura (?).
Mas isto da “nossa” cultural em Portugal, são outros “quinhentos” como dizia
algumas vezes o meu já falecido avô.
A ser verdade, o que o
encenador teatral, Jorge Silva Melo que fundou, com o actor e também encenador Luís
Miguel Valle Cintra, aquele teatro na capital, veio agora a “terreiro” e
publicamente chamar “mentiroso” a Vossa Excelência. Mas, afinal, foi ou não foi
à dita estreia daquela peça de Molière?
E, diga-nos lá, com aquele
seu sorriso sempre simpático, afável e cativante que já nos habituou, diga-nos
a verdade…foi ou não foi à estreia daquela peça. Porque como sabe, mentir é
feio, e nesta quadra natalícia, para além de se pôr pimenta na língua de quem
mente, o Pai Natal, não irá descer na sua chaminé, e depositar a sua prendinha.
Caramba, nem mesmo por ser Natal,
que não há sossego, pelo menos na nossa “terra”, e todos os “bocadinhos” e
situações servem para se fazer e criar confusões. Que chatice da parte desta “gente”!.
(Texto-opinião, publicado na edição Nrº. 46136 do Diário de Notícias da Madeira de 28 de Dezem-
bro de 2016)
Mário da Silva Jesus
O homem,como já nos parecia, e, agora se confirma, quer estar e ter estado em todas. Tanto nas que esteve, como nas em que não esteve, mas gostaria e fazia-lhe jeito ter estado. São feitios, não são defeitos e uma mentira piedosa nunca fez mal a ninguém. Só que, quando se atinge o alto cargo de Presidente da República, nem uma pequena mentira se deve utilizar para aumentar a popularidade. Esqueceu-se que já não é comentador e começou também a dar notas, o que de certa forma, não é uma atitude correcta. Um abraço ao Mário, sempre atento, e BOM NATAL.
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