Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
FÁTIMA LOPES
Revigorado graças ao café da Fatinha. O Oliveira pediu-me um poema futurista. O meu pensamento não pára, como diz a dra. Marina. A verdade é que ando mais comunicativo com as pessoas. E a mente sempre a trabalhar. Às vezes não se expressa em palavras. A Fátima Lopes na TV, a minha musa. São tão imbecis esses programas que fazes, Fátima. Ainda assim, quero-te. No entanto, há coisas superiores. Ando na demanda do Graal como Parsifal. Não é só o sexo que procuro na mulher mas sobretudo a luz, o olhar. Vou escrever o texto infinito. Vou fazer um pacto com Satã, o anjo maldito. Vou procurar a sabedoria ébria. Enquanto os outros dormem, eu busco. Sou de Jesus e de Satã. Vejo explosões, incêndios. Cidades tomadas. Guerrilhas. Exércitos. Vejo o caos e o apocalipse. O poeta a beber, a celebrar. O dinheiro não lhe interessa, só o poder. Eu só quero ver o poder a arder. Quero conquistar as almas, as mentes, roubá-las ao capitalismo. Quero ser o menino sábio que me impediram de ser. Sim, meteram-me fantasmas na cabeça mas Roger Waters, Jim Morrison, Nietzsche acordaram-me a tempo. Agora sou quem quero. O mais louco dos poetas. O animal de palco. Falta-me a mulher. A fêmea eterna. Penso e volto a pensar. Sem dúvida que estou a dar mais importância ao lado espiritual. Xamã urbano, como diz o Nelson Oliveira. Antes reduzia tudo ao político. Estou a caminho do super-homem, do homem íntegro e integral. Na folha de papel descarrego a minha vida. Outros já partiram: o Jaime, o Joaquim, o Carlos, o Pacheco, o Rui Costa. Eu continuo aqui. Já deixei obra mas ainda é insuficiente. O dono da confeitaria sorri. Quero escrever como William Blake, como Rimbaud, como Nietzsche. Vou do céu ao inferno, do inferno ao céu numa só tarde. O relógio. O relógio maldito! Sempre a tirania das horas! Ontem a estoirar dinheiro de bar em bar, de copo em copo, a alimentar mendigos. Hoje, aqui, quase teso. Pedro, tu não és do mercado nem da competição. Pedro, tu és da liberdade e da rebelião. Por isso estranhas este reino. Por isso bebes tanto. Não, tu não és daqui. Vens dos céus, do infinito, da ideia de Platão.
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