O "folhetim" da CGD e das razões objectivas
da saída da Administração nomeada por este governo, ainda não acabou. O
comunicado do PR, depois de ter recebido o ministro das Finanças a pedido do
PM, foi entendido pela generalidade dos comentadores como que fragilizando o
ministro. Ora eu penso que fragiliza muito mais o PM. Primeiro, porque este
perdeu um valioso capital de apoio e simpatia que vinha usufruindo junto do PR.
Segundo, porque um governo forte não pode ficar refém de um ministro, seja ele
qual fôr. Ora ficou agora claro, descodificando o muito hábil e inteligente
comunicado do PR, que o ministro só não sai, apenas pelo "estrito
interesse nacional, em termos de estabilidade financeira" (fim de
citação). O Ministro fica assim não diminuído, mas reforçado, quase como se
fosse um Super-Homem, por obra conjunta do PM e do PR. Muito grave deve estar a
situação financeira do País, para se ter mantido um ministro que deveria
noutras circunstâncias ter saído. E muito fraco fica o governo, especialmente o
PM, quando não pode prescindir de um homem, e substituí-lo por outro. Temos de
passar a rezar diariamente pela saúde do Doutor Centeno, pois se ele por azar
adoece, a República acaba. Diga-se ainda que este fez muito bem em explicar ao
País o "eventual erro de percepção mútuo", contrariando a
porta-voz do BE, que num vero assomo totalitário, o criticou por (democraticamente,
diga-se) o ter feito.
OBS: este artigo foi publicado no jornal Público, na sua edição de 20/1/17
OBS: este artigo foi publicado no jornal Público, na sua edição de 20/1/17
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