Neste tempo de
globalização, em que a mesma,se guia pela bitola do mais forte, o
que nada dignifica os que se submetem, (atente-se na moda, na musica
e até na gastronomia, apesar de termos uma das mais ricas e
saborosas do mundo) defender-se , divulgar-se, o que é nosso, não
só nos traz proveitos, como é digno e patriótico.
Vem isto, a
propósito do soberbo trabalho que a “Ronda dos Quatros Caminhos”
acabou de gravar nos Açores, com a colaboração de bandas
filarmónicas e diversos outros artistas locais, com o título
genérico “ Sopas do Espírito Santo”, todo baseado no riquíssimo
cancioneiro das ilhas de bruma, em que a saudade é tema central.
Saudade, dos muitos milhares que desde séculos, dali saem em
demanda de uma vida melhor, e até por aventura ou necessidade de
liberdade perante o sufoco do isolamento natural.
Ó meu bem se tu te
fores
Como dizem que te vais
Como dizem que te vais
Deixa-me o teu nome
escrito
Numa pedrinha do cais
Numa pedrinha do cais
Quando o mê mano se
foi
Sete lenços
encharquei
Mai la manga da
camisa
E dizem que não
chorei
A ausência tem uma
filha, tem uma filha
Que se chama saudade
Eu sustento mãe e
filha, ai mãe e filha
Bem contra a minha
vontade
Aliás, a “Ronda
dos Quatro Caminhos”, tal como, por exemplo, a “Brigada Vítor
Jara” já nos habituaram a estas pérolas que divulgam e preservam
as nossas tradições, a nossa cultura, a nossa alma lusa.
Um enorme aplauso a
todos os nossos artistas que o fazem!
Francisco Ramalho
Corroios, 15 de
Fevereiro de 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.