EM POLÍTICA NÃO PODE VALER TUDO!
Quando o PM de Portugal, ao saber por uma investigação jornalística e posterior confirmação do Ministério das Finanças, que 10 mil milhões de euros não haviam sido fiscalmente tratados pela AT, o seu primeiro dever é apurar junto dos serviços o que se passou, e só depois tirar as devidas consequências.
Não pode nem deve acusar o anterior PM de voluntariamente ter decidido que uma tão avultada quantia ficasse fora do controlo fiscal, o que constituiria um grave crime. Também o Presidente da AR não pode condicionar ou dificultar a vida das comissões de inquérito da AR, quer na condução dos seus trabalhos actuais, quer na constituição de novas comissões. Nunca um anterior Presidente da AR, mesmo de côr política socialista, ousou intrometer-se no livre trabalho dos deputados e das comissões por eles criadas. Isto é um claro indício de funcionamento irregular de um orgão de soberania. Logo na sua tomada de posse, este Presidente da AR fez um discurso partidário, em que mostrou claramente que era presidente só dos deputados que o elegeram, e nunca um presidente de todos, imparcial e digno. Como é que o povo, os sindicatos, os patrões hão-de respeitar estes políticos? Como é que se dá o exemplo, para os sacrifícios que virão aí, para mantermos o País a salvo de novo resgate? Em política não pode valer tudo.
O Presidente Marcelo tem aqui muito trabalho no seu magistério de influência. E sobretudo porque os actuais PM e líder do maior partido da oposição transformaram as suas naturais divergências políticas numa questão pessoal. O País agradeceria que resolvessem essa questão, ou então dessem o lugar a outros…
OBS. Este artigo foi publicado (na íntegra) no jornal Público, na sua edição de 26/2/17.
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