quinta-feira, 29 de março de 2018

A ESCOLA LIVRE E A ESCOLA REPRESSIVA

Na óptica de Agostinho da Silva e de Bento de Jesus Caraça, a escola deve integrar-se numa perspectiva de cultura integral do indivíduo, ou seja, do desenvolvimento crescente de todas as qualidades potenciais dos estudantes (físicas, intelectuais, morais, artísticas), deve ser capaz de o preparar para uma intervenção activa e consciente na sociedade, transformando-o em agente de mudança no sentido de uma sociedade mais avançada e justa. Esta visão só pode ser concretizada com um sistema assente na escola pública, democrática, gratuita e de qualidade, uma escola para todos.
Ora, não é esse o paradigma dominante nos nossos dias. A escola defendida pelos capitalistas e pelos partidos que os representam assenta na formação de mão-de-obra que responda com eficácia às exigências do mercado e do capital. Promovida pelo grande capital, a escola é subordinada aos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros e procura transformar os jovens em instrumentos nas mãos das classes dominantes. À escola pública, escola de massas, é atribuído o papel de formação de mão-de-obra que sirva os propósitos da grande burguesia, reservando-se outros passos para a formação das elites que, no futuro, prosseguirão o dominio da sociedade.
Por outro lado, assiste-se a um regime de escola a tempo inteiro que leva a que as crianças pequenas sejam mantidas em espaço escolar durante longos períodos em actividades excessivamente escolarizadas, sem tempo para brincar ou, "para ser criança".
Como diz o pedagogo Paulio,Freire, "A escola não muda o mundo, muda as pessoas. As pessoas é que transformam o mundo".

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