quarta-feira, 21 de março de 2018


Do “Testamento Político” de Richelieu


“O castigo e a recompensa são as duas regras mais importantes para dirigir um reino. O castigo deve ir à frente da recompensa porque, se fosse necessário eliminar um deles, seria preferível pôr de lado a recompensa.

Ainda que o perdoar seja uma acção louvável, não castigar uma falta, cuja impunidade abra a porta à licenciosidade, é uma omissão criminosa. Ser rigoroso para com os particulares que se vangloriam de desprezar as leis e as ordens do Estado é ser bom para o público; e não poderia cometer-se um crime maior do que ser indulgente para com os que as violam.

Em matéria de crimes do Estado, deve fechar-se a porta à piedade, desprezar os queixumes das pessoas interessadas e os discursos duma multidão ignorante, que muitas vezes censura o que lhe é mais útil e completamente necessário”.

Cardeal e político, este senhor foi “primeiro-ministro”, se não estou em erro, de Luís XIII. Com o título mais elevado na hierarquia da Igreja católica, não era nada meigo com o “povo de Deus”...


Amândio G. Martins

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