Do “Testamento Político” de Richelieu
“O castigo e a recompensa são as duas regras mais importantes
para dirigir um reino. O castigo deve ir à frente da recompensa porque, se
fosse necessário eliminar um deles, seria preferível pôr de lado a recompensa.
Ainda que o perdoar seja uma acção louvável, não castigar
uma falta, cuja impunidade abra a porta à licenciosidade, é uma omissão
criminosa. Ser rigoroso para com os particulares que se vangloriam de desprezar
as leis e as ordens do Estado é ser bom para o público; e não poderia
cometer-se um crime maior do que ser indulgente para com os que as violam.
Em matéria de crimes do Estado, deve fechar-se a porta à
piedade, desprezar os queixumes das pessoas interessadas e os discursos duma
multidão ignorante, que muitas vezes censura o que lhe é mais útil e
completamente necessário”.
Cardeal e político, este senhor foi “primeiro-ministro”, se
não estou em erro, de Luís XIII. Com o título mais elevado na hierarquia da
Igreja católica, não era nada meigo com o “povo de Deus”...
Amândio G. Martins
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