JESUS
CRISTO E SUAS AMADAS E
AMOROSAS DISCÍPULAS
É sabido que Jesus, fruto de sublimada
concepção bioplásmica genuinamente humana, através de auras espirituais, foi o protótipo
de uma nova humanidade: o Filho do Homem, gerado e não feito, como ele mesmo se
referiu a si inúmeras vezes, que encarnou o Cristo divino, em gloriosa vinda ao
planeta.
Sendo perfeito dominador
dos instintos, sem recalcá-los, não experimentou as paixões confundidas
como amor pelos pecadores terrestres, mas com muita compreensão e afetuosamente se relacionava com um grande número de mulheres, sem qualquer interesse de posse, daí a enorme
admiração que elas lhe devotavam, numa época em que eram consideradas meras coisas a serem possuídas.
Maria
de Magdala, tida, sem qualquer comprovação histórica, sobretudo nos escritos
evangélicos, como uma pecadora, talvez só por não se ter submetido aos padrões
da época, foi uma dessas mulheres. Tal conceito pode ter-se originado por
simples confusão, só porque, logo depois de Lucas (C.7, vv.36/39) ter narrado o
episódio da pecadora que lavou e enxugou os pés de Jesus, num jantar em casa do
fariseu Simão, passou a historiar (capitulo 8º) o encontro do Mestre com várias
mulheres, entre as quais: Susana, Joana de Cusa e a chamada Madalena, que foi
por ele liberada do assédio de espíritos obsessores. (Fenômeno da obsessão tão
bem explicado pela doutrina espírita nas obras básicas de Alan Kardec).
No
referido jantar, alguns discípulos foram repreendidos, entre os quais Judas
Iscariot, tido como desonesto por João, na guarda de valores da comunidade (corrupção
é antiga), por terem dito que o dinheiro gasto com perfume na cerimônia muito
bem poderia ter sido doado aos pobres. Jesus lhes disse: “Pobres sempre tereis convosco,
a mim, que fui ungido para o final de estada na Terra, nem sempre podereis ter
minha presença aqui”.
Tais fatos acontecidos bem antes do
suplício do calvário nada têm a ver um com o outro e muito menos com a unção e
lava-pés ocorridos próximo ao dia da páscoa, em Betânia, numa ceia em casa de
Simão, o leproso, (João 12.1a 8, Mateus, 26.6 - 12 e Marcos, 14, 3-9), que não
é o mesmo Simão anteriormente referido, onde a figura central é Maria, irmã de
Marta e de Lázaro, ressuscitado por Jesus.
Não vislumbro fundamento algum na
hipótese de ser Madalena a adúltera salva por Jesus de lapidação em draconiano julgamento,
que, habitualmente, só condenava as mulheres, embora a tirânica lei também
incriminasse o homem praticante de adultério (Levítico 20, v. 10 e Deuteronômio,
22, vv. 23-24).
Embora haja uma arraigada tradição das
primitivas hostes católicas, até mesmo mencionada pelo eminente filósofo, cientista
e grande pensador cristão Huberto Rohden, de quem tive a honra de ser aluno, segundo
a qual Maria Madalena e Maria Betânia sejam a mesma pessoa, ouso discordar de tal
ponto de vista.
Não importa que a primeira tenha sido impingida
de meretriz, pecadora, Jesus não discriminava ninguém e ambas foram igualmente aceitas
como discípulas. Madalena, oriunda de Magdala, aldeia situada na Galileia, foi quem
recepcionou o Mestre logo depois da ressurreição, ou melhor, retomada de seu corpo
imortal, que ele apenas permitiu ficasse inerte por algumas horas, porquanto já
havia dito: "Ninguém me tira a vida". E como senhor absoluto desta,
tanto no plano físico como no espiritual, ele a doa e a retoma quando quer
(João, 10, vv.17-18).
Sobre a mulher chamada Verónica, nome
grego que significa VERDADEIRA IMAGEM, da qual nada se sabe, prefiro transcrever
um belo poema da autoria do saudoso Pe. Américo Stringhini, missionário redentorista
vindo do Estado de São Paulo que fez história em Goiás, como fundador e
construtor da capela e posterior paróquia de N.S. Aparecida, no bairro de
Campinas, poeta, grande músico, criador de banda de música e de corais, e
auxiliar das primeiras atividades pastorais do bispo D. Juvenal Roriz, na
Prelazia de Rubiataba, Go, Brasil.
VERÔNICA(ESPELHO DE MULHER)
Já faz dois mil anos
Que apareceu este nome,
Este nome de mulher...
É nome ou um momento
De um grande acontecimento
De uma grande mulher? ...
Foi no caminho da cruz,
Na morte do bom Jesus,
Que tudo isso se deu...
E este fato criou
O nome de uma mulher
De quem nunca antes se falava.
Não se sabe de onde viera
E como ali aparecera.
Aquela mulher sincera
Que acompanhara Jesus
No caminho do Calvário.
Quem será? De onde ela vem?
Quem lhe deu tanta coragem,
Tanto amor e. compaixão.
Pra enfrentar, com denodo,
Aquela turba selvagem,
Cheia de ódio e paixão.
Talvez muitas das pessoas
|
Que aclamaram Jesus
Cristo Entrando em Jerusalém
Estariam ali também.
O povo é uma grande massa
Que o poder bate e
amassa.
E o povo assim dirigido
Pela força do poder
Muda seus sentimentos
Como muda a folha o
vento.
Não sabe aquilo que quer
Como o coração de uma
mulher
Ah! Como são os homens!
Cheios de ingratidão...
Esquecem tão depressa
De quem, em seus
infortúnios, Lhes soube estender a mão.
Esta mulher sem nome,
A quem chamamos Verônica,
Certamente representa
A mulher do mundo
inteiro.
Não importa o que ela
seja, Inocente ou pecadora,
Ela traz sempre na alma
Uma força redentora.
|
E essa mulher sem nome
Não teme a brutalidade
Dos algozes, dos soldados
...
Não se importa com os
gritos
E insultos da multidão
...
Ninguém segura os
impulsos
Do seu grande coração!.
..
No meio da turba insana
Ela avança sem temor!
E pára diante do Cristo
Com respeito e amor...
E depois ... com nobre
sentimento
Retira seu belo véu
E enxuga de Cristo a
face,
Que, grato, nesse momento
De tanta dor e sofrimento
Deixa estampar no véu
A imagem do rosto seu...
Foi a primeira foto,
Impressa em gotas de
sangue,
Do rosto do Filho - de - Deus.
|
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