quarta-feira, 14 de março de 2018

A SOCIEDADE DO MEDO

A maior parte das pessoas até são bem-intencionadas, amistosas. Simplesmente, estão de tal forma narcotizadas por um sistema que promove a culpa, o medo, a desconfiança que vivem uma vida de horizontes muito limitados. Se as pessoas têm alguma consciência de que são alienadas pelo "Big Brother" capitalista então é porque vivem no medo, num terror imenso. Medo de perder o dinheiro, medo de perder o emprego, medo de perder os bens, medo da vida. No entanto, desconfio que a maior parte das pessoas nem sequer tem noção de que está a ser alienada por um sistema onde o dinheiro, o mercado, a competição feroz e a lei do mais apto comandam (quase) tudo. Senão certamente reagiriam.
Contudo, como têm medo, normalmente expressam-se de uma forma muito defensiva, contida. Temem o desconhecido, o invulgar, o diferente. Estão normalizadas. Até parece que só quando bebem uns copos ou quando se drogam é que saem dos trilhos. Mas mesmo esses comportamentos, muitas vezes, são inseridos numa lógica consumista. Ou seja, rareia o homem da liberdade de Nietzsche, de Rimbaud, de Jim Morrison. As pessoas raramente se soltam, não voam. A sociedade capitalista é altamente castradora.

1 comentário:

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