“España no es Portugal”...
O sucesso da solução encontrada pela esquerda portuguesa
para correr com a direita do governo tem sido muito falada em vários países,
mas é em Espanha que, nos últimos dias, aparecem com frequência, nos debates
sobre a formação do novo governo, referências positivas à forma como o
entendimento há anos aqui conseguido tem funcionado relativamente bem.
Todavia, nesta como noutras questões em que alguém aponta
Portugal como bom exemplo, há uma jornalista, Maria Claver, que reage sempre de
forma brusca com a frase: España no es Portugal”, percebendo-se a má vontade em
aceitar que possamos ser melhores que eles em alguma coisa, embora a maioria
dos comentadores lhe lembre logo que, nos últimos anos, temos muito bons
exemplos que eles podiam aproveitar.
Na audiência concedida aos líderes dos três partidos
democráticos foi realçado, pelos comentadores, o tempo que Pablo Iglésias
esteve na Moncloa, muito superior aos outros dois, embora à saída tenha sido o
que menos falou, dizendo apenas que tinham chegado a um acordo para a
necessidade de se porem de acordo após as próximas eleições - europeias, municipais e autonómicas -
marcadas para 26 de maio.
Mas o que se sabe é que a máquina socialista não quer
coligação, e o ainda ministro dos exteriores, Josep Borrell, pediu a Iglésias
que siga a via portuguesa e esqueça a participação no governo. “Podemos” perdeu
muitos deputados nas mais recentes eleições, resultado de dissidências internas
e também porque, em plena pré-campanha, Iglésias teve a “ideia de jerico” de
tirar três meses de “licença de parto”, salvo seja, medida do governo
recentemente tomada para os pais, só para realçar que aquela licença foi uma
exigência do seu partido a Sánchez e fazia questão de dar o “exemplo”...
Amândio G. Martins
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