sábado, 2 de janeiro de 2021

Leve e liso

 

Entrar o ano sem “calotes”...

 

 

No meu tempo de vida profissional activa, contactei com os mais diversos tipos de figuras, algumas bem divertidas e outras nem tanto; das primeiras destacaria um cliente em Vila do Conde, bom comprador e pagador mas que, do que vencesse no último mês do ano, nunca pagava a ninguém, deixando juntar com o de janeiro seguinte, com a explicação, que me foi dada pelo empregado do escritório, de que “o senhor Marcelino gosta de começar o ano com uns milhares largos na conta”.

 

É uma mania como qualquer outra, se calhar igual à minha, que é a de não querer entrar o ano devendo seja o que for; assim, estando em dívida com o mecânico que me trata do carro, que precisou de uma reparação de fundo, desloquei-me de propósito a Vila Verde para liquidar a conta, o que o deixou espantado e a “gozar” comigo, dizendo-me que eu era do “bom tempo”.

 

É que eu “herdei” este carro do meu filho, há cerca de oito anos, juntamente com o mecânico, que foi chefe das oficinas da SAAB em Braga e que, quando a fábrica na Suécia fechou, estabeleu-se na terra dele, aonde tudo que é SAAB pelos mais diversos pontos do Norte lá vai, pela competência e honestidade do homem que, além disso, desencanta sempre as peças necessárias, por cá ou no estrangeiro, o que não é pouca coisa, tratando-se de carros há muito descontinuados.

 

Aproveitando que o meu filho cá vinha no Natal, e também é cliente dele, pedi-lhe que passasse pela oficina e me trouxesse a “relíquia” - dado que a mulher podia trazer o deles -  e que pagasse o que fosse, que eu aqui lhe repunha o rombo; mas qual quê, o homem não quis receber, que nem tinha ainda a conta tirada, além de que isso eram coisas a tratar comigo e tinha tempo; há realmente uma relação de confiança mútua, mas não me fez favor nenhum porque, como lhe disse, fez-me lá ir de propósito, mesmo que, como ele brincou, fosse um passeio que dei e podia testar se estava tudo bem com o carro...

 

 

Amândio G. Martins

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