terça-feira, 26 de janeiro de 2021

 

PRÁTICAS E SILÊNCIOS PERTURBADORES


Tal como se previa, reforçando até os resultados em relação à primeira eleição, Marcelo, mantêm-se em Belém. Como já aqui dissemos, do mal o menos. Agora, do mal o mais, é o resultado do homem que, mentindo, prometeu na campanha eleitoral, livrar Portugal de 47 anos de socialismo . Mentindo, porque o problema não é o socialismo, mas a falta dele. Mesmo assim, capitalizando justas desilusões, conseguiu resultados talvez impensáveis até em regiões como a nossa. É preocupante e vem reforçar o que adiante abordamos.

O século passado ficou marcado pelos dois maiores conflitos da história da humanidade. O segundo então, com o holocausto, com o assassínio em massa, de milhões de seres humanos, homens, mulheres e crianças, ceifados à metralhadora e enterrados em valas comuns, ou gaseados e queimados em fornos crematórios, atingiu o inimaginável. O ser humano desceu aos patamares mais baixos e abomináveis. Mas esses seres humanos, nomeadamente os seus mentores, o seu principal mentor, têm nomes! Têm uma ideologia: o nazi-fascismo. Agora, 75 anos depois, qual fénix tenebrosa, renasce das cinzas e, como se sabe, já com preocupante expressão. E também tem nomes: VOX, Frente Nacional, Liga do Norte. E não só em Espanha, França, Itália. Aqui, Chama-se CHEGA. E mais para Leste, na Hungria, na Polónia ou na Ucrânia, ainda é pior. Aí, já desfilam em plena via pública de suástica na manga, de mão estendida, e até já fazem parte do poder.

Por tudo isso e muito mais, um grupo de países onde, por razões mais que evidentes devido ao alto preço que pagou com as atrocidades da besta nazi-fascista, se inclui a Rússia, apresentou no passado dia 16 de Dezembro uma resolução na Assembleia Geral das Nações Unidas, que visa combater a glorificação do nazismo, do neonazismo e de outras práticas que contribuam para estimular formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerâncias relacionadas. Apelando também a que todos os Estados-membros da ONU, aprovem legislação nesse sentido, e ainda contra o revisionismo histórico sobre a Segunda Guerra Mundial.

Portanto, um acontecimento de grande relevância na mais importante instância Internacional. No entanto, seria interessante saber quantos dos estimados leitores, quantos dos portugueses, foram informados sobre tal acontecimento. Bem poucos, com certeza. Uma vergonha para quem manda na comunicação social dominante. Outra vergonha, foi o sentido de voto de alguns países, onde, infelizmente, se encontra o nosso.

O documento foi aprovado com os votos de 130 países, 51 abstiveram-se e 2 votaram contra.

Votaram contra, os EUA e a Ucrânia. A justificação dos primeiros, é que a Primeira Emenda constitucional norte-americana, protege a liberdade de expressão. Veja-se até onde vai a liberdade de expressão para os que se arvoram em paladinos da democracia e dos direitos humanos. A segunda, com certeza, por já ter essa gente no poder. As 51 abstenções, foram de países membros da UE e da NATO.

Francisco Ramalho


Publicado na edição de hoje, do jornal "O Setubalense"









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