terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Quando os pensadores fralam

 

Importante ouvir quem tem algo para dizer...

 

 

Tendo passado por um processo longo e demolidor, em termos de imagem pública e não só, numa notável e extensa entrevista à Notícias Magazine Manuel Maria Carrilho diz o que sempre se espera dos pensadores, que tão importantes são para podermos ter algum chão e combater os palradores vazios, sem qualquer substância, que repetem sempre o mesmo e se repetem uns aos outros.

 

À pergunta se não acredita na justiça, apesar de ter sido absolvido, responde assim:

“Independentemente disso, vi o horror judiciário: vi o tribunal aceitar e promover imagens manipuladas; ignorar pareceres técnico-científicos sobre essa manipulação; recusar como testemunhas professores catedráticos que provavam essa manipulação. É difícil acreditar numa tal justiça. Para já não falar em tudo que se sabe hoje sobre o Tribunal da Relação de Lisboa”.

 

Acerca do paradigma do ilimitado, diz isto: “É o problema central do mundo contemporâneo; o crescimento, o consumo, a energia, a dívida, os direitos, vivemos como se tudo fosse ilimitado, num mundo que é, em todos os aspectos, finito. É isto o paradigma do ilimitado, que tem quatro eixos fundamentais – o individualismo, a globalização, as novas tecnonologias e o financismo – que se reforçam uns aos outros criando aquilo que é hoje a mentalidade ocidental dominante”.

 

E quanto à liberdade: “É hoje vivida num registo completamente individualista. Todos procuram transformar caprichos em direitos.Tem muito a ver com a responsabilidade de políticos narcisistas e sem desígnios, que estão sempre a fazer promessas, contando com uma certa cumplicidade das populaçãos, que gostam de ilusões, o que tem consequências. A principal é o abismo entre a liberdade individual e a impotência do colectivo, que descredibiliza os políticos, põe em causa a legitimidade das maiorias e está na origem dos fenómenos que servem para esconjurar aquilo que não se quer entender, como o populismo”.

 

 

Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Um exemplo de como vai a "Justiça" no nosso país. Um homem exemplar e político íntegro e competente, viu a sua imagem completamente destruída, porque deu uns "tabefes" mais que merecidos na mulher (uma deslumbrada irresponsável) por andar a conduzir - bêbeda - com os filhos (crianças de menos de 10 anos) dentro do carro.
    É a mesma "Justiça" que iliba um qualquer bandido que agride a esposa ou companheira, sem motivo que justifique, utilizando arma de fogo, faca ou "moca de pregos.

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  2. Sempre tive respeito por este homem; e me pareceram mal contadas as acusações que lhe foram feitas, sobretudo com aquelas proporções...

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