Gente assustadora...
Aí pelo século XVI reinou na velha Rússia Ivan IV, que ganhou o cognome de Terrível, tais as atrocidades que se permitia, numa larga fase da história da terra em que, de resto, todos os reis tinham poder de vida e de morte sobre os súbditos; nos momentos em que se achava mais pachorrento, Ivan dizia coisas assim: “No passado cometi imensas faltas, mas estou decidido a passar uma esponja sobre elas”; entretanto, para o bispo de Moscovo, que na confissão o aconselhava a corrigir-se, respondia assim: Vais acabar os teus dias no cárcere mas, antes disso, dá-me a tua absolvição”.
No nosso tempo também aparecem, quando e onde menos se espera, figuras do mesmo calibre, embora lhes não seja permitido fazer nem uma amostra pequena do que gostariam, como se tem verificado com o caricato Trump; seguro das intoleráveis tropelias que andava a fazer, declarou há tempo que vários académicos lhe tinham dito que tinha o direito absoluto de perdoar-se a si mesmo, mas que não precisava disso porque não fazia nada de mal. Todavia, segundo o Jornal New York Times, tem andado muito preocupado sobre a possibilidade de se blindar de forma preventiva, para impedir futuras investigações!...
Amândio G. Martins
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