Com
o Verão a dar as ultimas, é tempo de balanço em relação aos
fogos florestais no martirizado território nacional, sobretudo, no
continental. E o balanço é altamente negativo com prejuízos
enormes para os diretamente afetados, para o ambiente, para todos nós
que amamos este nosso tão belo país. Os principais fatores que para
isso contribuíram são os seguintes: prevenção quase nula, a
acentuada e continuada desertificação do interior, condições
atmosféricas favoráveis, e julgamento benevolente dos incendiários
morais e/ou materiais. Eis a tempestade perfeita!
Os
guardas florestais foram quase extintos, e extintos mesmo, foram os
guarda rios. A desbastação de matas não é obrigatória e a
limpeza das bermas de estradas também não é feita porque acabaram
os cantoneiros. Além disso, deviam existir muito mais vigias em
pontos estratégicos. Entre outros fatores, o que muito tem
contribuído para a desertificação do interior, é a aceitação
passiva pelos sucessivos governos das regras da política agrícola
comum (PAC) da União Europeia, que nos impõe quotas injustas em vez
de uma discriminação positiva a nós e a outros países menos
desenvolvidos membros da união, resultando, tudo isto, numa
progressiva diminuição e pobreza da nossa agricultura e o
consequente abandono dos campos. Depois, a leve penalização dos
criminosos incendiários. E, por último, as altas e até anormais
temperaturas que se fazem sentir, por vezes, em períodos até então
não habituais, consequência das alterações climáticas,
provocadas entre outros fatores, pelos grandes e inúmeros fogos
florestais.
Francisco
Ramalho
Corroios,
10 de Setembro de 2016
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