Mais uma vez as forças policiais, para manterem a ordem
pública, alvejaram mortalmente um jovem que, se estava no local errado e em
hora de má sorte, certamente não estaria na melhor companhia, nem a praticar
uma boa ou aceitável acção de cidadania. A polícia não age tão levianamente,
nem quer, de ânimo leve, tirar a vida a ninguém.
Esse jovem, de alcunha Pika, parece que era muito querido no
local onde vivia. Então, qual terá sido o porquê de tal acção policial?
Ele e mais uns amigos terão assaltado um estabelecimento
comercial e roubaram o que puderam; apoderaram-se de um veículo que não era de
nenhuns dos intervenientes; na fuga, embateram num carro que estava estacionado
na via pública, para depois abalroar o carro da polícia que os perseguia, sem
nunca deterem a marcha acelerada.
E se os polícias não tivessem agido e deixassem tais
inocentes jovens fazerem mais das suas? E se matassem alguém durante a fuga ou
tivessem morto algum polícia? Teriam agido no cumprimento da lei do faroeste?
Agora, temos a dor e revolta das gentes que defendem tal
juventude, que tudo faz, tudo exige, nada cumpre, e até ameaça.
Assim, o polícia que matou o Pika, em cumprimento pleno da
defesa da segurança pública, é que tem de se preocupar com o seu exemplar acto
de cumprir com lealdade o seu dever.
Ele, que se cuide; é o que está a dar.
José Amaral
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