Estava monologando somente para comigo, acerca do desastre
ferroviário havido na Galiza, quando cheguei à simples conclusão, igual à de
todos os sabedores técnicos de tais acontecimentos, de que a culpa do
acontecido foi do maquinista. E, por isso, morreu. Assim, a culpa não morreu
solteira.
Mas, indo ao cerne da questão, o acidente terá outras explicações,
e o maquinista teve morte inglória. O comboio que faz o trajecto Porto-Vigo e
vice-versa é um amontoado de sucata circulante, quase tão velho que as longevas
origens do nome que tem – Celta. Não oferece condições mínimas de segurança e
comodidade.
A força propulsora do dito arcaico transporte ferroviário é
apodada de ‘camela’ pelos nossos vizinhos, porque é uma autêntica ‘bêbeda’ a
consumir combustível.
Porriño, a partir de agora, é um marco trágico que poderia
ter sido evitado, pois temos vendido ao estrangeiro composições em muitíssimo
melhor estado de conservação do que a sucata que compramos à Renfe.
Enfim, negócios à chico-esperto, com boas luvas de permeio
José Amaral
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