Já
se trata de um clássico. Um clássico vergonhoso, hipócrita e
criminoso. Primeiro foram as armas de destruição massiva de Saddam
Hussein. Lembram-se? Foi o pretexto para destruírem o Iraque. Depois
classificaram Slobodan Milosevic como o carniceiro dos Balcãs e
retalharam a Jugoslávia, vindo agora o próprio tribunal criado por
eles, os “suspeitos” do costume, para julgar os “responsáveis” pelos crimes de guerra nos Balcãs, dizer que afinal o homem estava inocente,
depois de “estranhamente” ter morrido na prisão. A seguir,
diabolizaram Kadafi e arrasaram um dos estados africanos mais
desenvolvidos, a Líbia. E agora é a Síria.
O
denominador comum, é que estes países tinham ( a Síria ainda tem)
governos que não lhes obedeciam, têm grande interesse estratégico,
e são ricos em combustíveis.
Vem
esta minha introdução a propósito do relatório da Comissão dos
Negócios Estrangeiros do parlamento britânico divulgado a 14 do
passado mês, que diz que Cameron e Sarkozy mentiram. E que,
portanto, a intervenção da NATO que assassinou Kadafi e milhares de
compatriotas seus e destruiu aquele país,seja eufemisticamente
considerada um “erro”. Ou seja, um crime injustificado. Convém
lembrar que no caso da Líbia, para além dos “suspeitos” do
costume, que são os EUA e os seus aliados com destaque para a União
Europeia e o braço armado de todos, a NATO, participaram em força a
França e a Inglaterra. Mas também molharam a sopa, a Dinamarca,
Bélgica, Itália, Noruega, Qatar, Emiratos Árabes Unidos, Espanha e
Turquia.
Evidentemente
que tudo isto já se sabia há muito tempo! Não pela gigantesca
máquina mediática que dominam. Essa, serve para domesticar e
alienar as massas. Prepará-las para as suas guerras de domínio e
rapina. Que, com Trump ou Hillary, vão continuar, até que os povos
o impeçam. É um imperativo moral denunciá-las.
Francisco
Ramalho
Corroios,
30 de Setembro de 2016
Publicado hoje, 8/10 no JN
Publicado hoje, 8/10 no JN
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