Acabo de ler um significativo texto de como o jovem
cientista Miguel Cardina, de 38 anos, de entre três mil candidaturas, ganhou
uma bolsa europeia de 1,4 milhões de euros.
O tema versa, como o título acima epigrafado se refere, a
guerra colonial na sua essência, sendo o trabalho baptizado ‘Memórias cruzadas,
políticas do silêncio: as guerras coloniais e de libertação em tempos
pós-coloniais’.
Ainda bem que este tema - que me toca indelevelmente bem
como a centenas de milhares de camaradas de armas e portugueses em geral -, é
falado ao mais alto nível científico.
O jovem cientista afirmou: ‘parto da hipótese de que a
memória tem sofrido uma evolução de acordo com a representação que é feita da
própria guerra, nomeadamente através daquilo que designamos como política do
silêncio; ou seja, aquilo que vamos omitindo, esquecendo ou lembrando de forma
selectiva’. Isto é, o objectivo é perceber ‘como a guerra foi inscrita e
através de que instâncias’.
Confesso que há bem pouco tempo, após passados 50 anos de
ter ido para a Ex Guiné Portuguesa, ainda tinha o estafado e dorido sonho/pesadelo de
estar a ser novamente mobilizado para o ex-Vietname Português, que os tropas na
gíria chamavam àquela ex-província ultramarina.
José Amaral
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