quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Estudo sobre a evolução da memória da guerra colonial e da libertação


Acabo de ler um significativo texto de como o jovem cientista Miguel Cardina, de 38 anos, de entre três mil candidaturas, ganhou uma bolsa europeia de 1,4 milhões de euros.
O tema versa, como o título acima epigrafado se refere, a guerra colonial na sua essência, sendo o trabalho baptizado ‘Memórias cruzadas, políticas do silêncio: as guerras coloniais e de libertação em tempos pós-coloniais’.
Ainda bem que este tema - que me toca indelevelmente bem como a centenas de milhares de camaradas de armas e portugueses em geral -, é falado ao mais alto nível científico.
O jovem cientista afirmou: ‘parto da hipótese de que a memória tem sofrido uma evolução de acordo com a representação que é feita da própria guerra, nomeadamente através daquilo que designamos como política do silêncio; ou seja, aquilo que vamos omitindo, esquecendo ou lembrando de forma selectiva’. Isto é, o objectivo é perceber ‘como a guerra foi inscrita e através de que instâncias’.
Confesso que há bem pouco tempo, após passados 50 anos de ter ido para a Ex Guiné Portuguesa, ainda tinha o estafado e dorido sonho/pesadelo de estar a ser novamente mobilizado para o ex-Vietname Português, que os tropas na gíria chamavam àquela ex-província ultramarina.


José Amaral

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