domingo, 12 de fevereiro de 2017

O SER HUMANO NÃO É FELIZ

Posso estar triste, deprimido mas sei que encontrei o caminho. Sei que há pessoas de bem, que até reconhecem o meu valor, mas também sei que não posso ter certas conversas com elas. Penso. Puxo pela cabeça. A mente não está rápida como com o álcool ou como em fases de hipomania. Ainda assim crio. Posso estar triste mas sigo o caminho da sabedoria e da descoberta. Posso estar estar triste mas não vou na cantiga desses contabilistas que castram e controlam. Posso estar triste mas não me deixo vencer. Esta gente prossegue os dias sempre iguais, sempre a ganhar a vida para acabar sem qualquer glória. Para quê estar aqui assim? Dêem-me ao menos uma ideia, um ideal, algo de grande por que lutar. Se não é apenas uma coisa informática, maquinal, mecânica. Sem vida. Um homem pode isolar-se e pensar. E, de facto, isto sem amor, sem liberdade não faz sentido. Trabalhar para consumir. Trabalhar para trabalhar. O que fazemos aqui? Sim, antes aguentar a solidão, pôr a mente a produzir. Tivemos momentos de felicidade, de êxtase até, de comunhão, aí tocámos os céus. Por isso valeu a pena estar aqui. No entanto, na maioria do tempo, vemos regras, castração, escravidão. O ser humano não é feliz. Porque quer mais poder, mais dinheiro, mais influência. Daí as guerras, os impérios, os impérios financeiros, a corrida, a competição.
"Adeus, até amanhã!", sempre "adeus, até amanhã!". Nenhuma festa, nenhum acontecimento relevante vai ocorrer. Sempre a mesma rotina. Até morrer. As festas têm dias marcados. Que felicidade é esta? Não há explosão, não há fogo. Sempre o tédio. Pensar, é o que posso fazer. O meu trabalho é pensar. Voltar para casa? Passar este texto para que uns 20 ou 30 o leiam? Que sentido faz isto? Não escrevo pior do que os cronistas dos grandes jornais. Coloco as grandes questões. O tempo passa. Sim, Goreti, deveríamos gozar mais.

1 comentário:

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