sexta-feira, 16 de março de 2018

CANSAÇO


Antigas,

as lágrimas que rolam no rosto cansado.

 

Antigas,

mas com a força de uma juventude inóspita,

desafiante,

sem regra e sem rumo.

 

Caem porque têm que cair.

 

Gritam a liberdade dos prisioneiros de guerra

torturados pelo silêncio

que só as almas cansadas entendem.

 

Antigas.

Tão antigas que as tornei minhas.

Tão minhas, que a força com que as liberto

é a mesma com que as tento reter.

 

Sem sucesso,

porque pássaro livre precisa de mar para voar

e eu sou apenas rio,

com um imenso cansaço de lutar.

 

©Graça Costa

 

4 comentários:

  1. Dizer a uma POETA que o este poema tem um belíssimo fio condutor, é pouco, não é Graça?...

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  2. Fernando Rodrigues - muito grata pela generosidade do comentário. Gosto muito de escrever. Preciso de escrever. Se quando partilho consigo criar empatia em quem lê...melhor ainda. Muito obrigada.

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  3. Caro Górgias - fico muito grata pelo comentário. Sou uma aprendiz das palavras mas gosto muito do processo em que estou envolvida. Tem-me feito bem. Muito obrigada pelo feedback . Um dia feliz e bem haja

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