Num estudo muito recente da autoria do economista dr. Eugénio Rosa, o autor aponta diversos dados estatísticos que, se não surpreendentes, são bastante preocupantes e elucidativos. Vou referir, com a devida vénia, alguns deles.
Em Portugal, a esperança de vida à nascença, entre 2006 e 2017, aumentou de 79 anos para 81,6 anos. Em 2019, já tinha descido para 80,9 anos, sendo previsível que os dados de 2020, quando forem conhecidos, revelem uma descida ainda mais acentuada, atendendo às mortes causadas pelo covid e pelas doenças não covid devidas à falta de assistência médica. (Fontes: Eurostat e INE).
Entre 2012 e 2019, em Portugal, o número de anos de vida com saúde diminuiu de 63,6 anos para 59,2 anos. Na UE, o mesmo indicador, em igual período, aumentou de 61 anos para 64,6 anos. (Fonte: Eurostat).
As transferências do Orçamento do Estado para o SNS, no período de 2015 a 2021, foram sempre inferiores aos custos que este Serviço teve de suportar. (Fonte: Ministério da Saúde).
Todas estas evidências se explicam pelo desinvestimento contínuo que provoca a falta de meios conhecida no SNS. De sublinhar, entretanto, que esta tendência nem sequer começou com a troika, já vem de trás, com a progressiva degradação do SNS, ao mesmo tempo que o sector privado da saúde se fortaleceu.
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