E pronto: o Mundo está atacado por uma pandemia e para nos salvarmos estamos e continuaremos confinados palavras e situação novas no nosso dia a dia. Até quando? Não sabemos, talvez depois do Verão começaremos a alargar o nosso relacionamento com o Mundo.
É mesmo necessário este confinamento total encerrando idosos e crianças em casa? O convívio das universidades seniores, os encontros dos Centros de Dia – mesmo quando há tentativas de substituição online – empurram muitos idosos para o sofá de manhã à noite, privando-os do esforço de sair de casa, ver os amigos, trocar umas palavras e até criarem aborrecimentos com os vizinhos.
Depois temos as “não compras”. As lojas fechadas não nos deixam substituir as meias que entretanto se romperam, nem comprar uma saia nova, coisas que nunca pensámos que poderiam acontecer. Até a avó que aproveitou este confinamento para substituir os elásticos nos pijamas dos netos não está a conseguir fazer esta tarefa. É que as retrosarias também estão fechadas e não há onde comprar elásticos e um tubo de linha da côr da peça que se deseja coser.
Também há atitudes, de quem decreta estas “leis”, que são difíceis de entender: entretanto os supermercados e centro comerciais – embora com regras (?) de número de entradas – estão abertos e podem vender livros, mas as livrarias aqui ao pé da porta estão fechadas e nem um a um se pode lá ir buscar um livrinho.
Está a fazer um ano que esta situação começou mas ainda houve um alivio durante uns meses de se continuar a ir arranjar o cabelo com restrições nas marcações e no número de clientes por sala. Agora acabou. Tudo de cabelos lavados e caídos que os cabeleireiro estão fechados e até há homens de cabelos pelos ombros tardando melhores ocasiões.
Mas grave é o teletrabalho, as escolas fechadas e o ensino à distância, a falta de computadores em muitas famílias, a falta de espaço em muitas casas, a falta de internet em muitos locais. Quem decreta não devia estar informado das deficiências que as novas “tecnologias” têm no nosso País? Os nosso governantes não têm conhecimento das falhas que as chamadas operadoras de telecomunicações têm? Portugal não é só campos de golf, hotéis e cidades. O nosso País também tem interior, serras e vales onde as populações estão ainda muito isoladas e que tardam a ter o futuro à distância de um click/online.
Há um lado bom neste confinamento: o contágio está a diminuir o que nos dá forças para irmos cumprindo este rigoroso viver...
Este texto estará um pouco bagunçado para alguns leitores. Claro que tem de estar pois é o resultado de um escrito de alguém desajustado e que há muito tempo não toma uma bica.
Maria Clotilde Moreira
Jornal Costa do Sol - 24.02.2021
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