domingo, 14 de março de 2021

Nojo dourado


Por acordo com António Mexia, a EDP vai-lhe pagar a compensação de 800 mil euros anuais até 2023, mais uma caterva de chorudos seguros, no pressuposto de que o gestor se abstenha de lhe fazer concorrência. Por outras palavras, Mexia vai ser pago na condição de se obrigar a um período de nojo de trabalho. Tudo resulta, afinal, da muito discutível decisão que, há tempos, o juiz Carlos Alexandre tomou, suspendendo Mexia das suas funções naquela empresa privada. 

É claro que não será o Estado a pagar directamente essa compensação, mas lembremo-nos daquela velha máxima de que “o que é bom para a General Motors é bom para os EUA” que o referido juiz, certamente com as famosas “rendas excessivas” no pensamento, incorporou, transpondo-a para a EDP em Portugal. Tratar-se-á, pois, de uma espécie de Rendimento Social de Inserção que possibilitará a subsistência de Mexia até ao seu regresso ao trabalho. Só falta a extrema-direita manifestar, mais uma vez, o seu repúdio por estes apoios a quem não quer ou não pode trabalhar, como faz habitualmente com os “felizardos” (por norma desempregados) “responsáveis” pelo descalabro no défice orçamental e na dívida pública, por se “enriquecerem” mensalmente com umas escassas centenas de euros.

1 comentário:

  1. Por mais que queira, não consigo esquecer aquele período recente que durou vários anos seguidos, em que nos apareceram uma vez por ano, faturas da EDP com valores a rondar três vezes mais do que o habitual. Íamos ao balcão da empresa e a única explicação da funcionária era: ou paga, ou cortamos-lhe a energia. Um assalto institucionalizado. De acordo com a lei. Por esta e por outras, sinto vontade de dar razão ao texto anterior, do A. Pedro Ribeiro.

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