Por acordo com António Mexia, a EDP vai-lhe pagar a compensação de 800 mil euros anuais até 2023, mais uma caterva de chorudos seguros, no pressuposto de que o gestor se abstenha de lhe fazer concorrência. Por outras palavras, Mexia vai ser pago na condição de se obrigar a um período de nojo de trabalho. Tudo resulta, afinal, da muito discutível decisão que, há tempos, o juiz Carlos Alexandre tomou, suspendendo Mexia das suas funções naquela empresa privada.
É claro que não será o Estado a pagar directamente essa compensação, mas lembremo-nos daquela velha máxima de que “o que é bom para a General Motors é bom para os EUA” que o referido juiz, certamente com as famosas “rendas excessivas” no pensamento, incorporou, transpondo-a para a EDP em Portugal. Tratar-se-á, pois, de uma espécie de Rendimento Social de Inserção que possibilitará a subsistência de Mexia até ao seu regresso ao trabalho. Só falta a extrema-direita manifestar, mais uma vez, o seu repúdio por estes apoios a quem não quer ou não pode trabalhar, como faz habitualmente com os “felizardos” (por norma desempregados) “responsáveis” pelo descalabro no défice orçamental e na dívida pública, por se “enriquecerem” mensalmente com umas escassas centenas de euros.
Por mais que queira, não consigo esquecer aquele período recente que durou vários anos seguidos, em que nos apareceram uma vez por ano, faturas da EDP com valores a rondar três vezes mais do que o habitual. Íamos ao balcão da empresa e a única explicação da funcionária era: ou paga, ou cortamos-lhe a energia. Um assalto institucionalizado. De acordo com a lei. Por esta e por outras, sinto vontade de dar razão ao texto anterior, do A. Pedro Ribeiro.
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