segunda-feira, 29 de março de 2021

FANATISMO POLÍTICO E SUA MALÉFICA PRESENÇA NO TECIDO SOCIAL


                       “DE FANÁTICO E LOUCO, TODOS TEMOS UM POUCO”

          "O FANÁTICO POLÍTICO COSTUMA SER: REPETITIVO E AGRESSIVO"

Evito o máximo possível de criticar com veemência qualquer autoridade constituída, sendo taxado às vezes de ficar em cima do muro, expressão muito usada no Brasil, para designar pessoas que não se definem, e assim ficar enquadrado dentro do slogan dos políticos do estado de Minas Gerais, embora seja goiano (Goiás), que diz:  “ Nem contra, nem a favor...muito pelo contrário”.

Não o faço por falta de convicção, mas sim, pela vivência de muitos anos de vida, onde várias esperanças se foram, juntamente com a então certezas absolutas depositadas em várias autoridades, que ao longo do tempo não fizeram jus a elas. Ressaltando também, que nos meus momentos reflexivos, costumo perguntar a mim mesmo: será que estivesse eu nesta posição, faria melhor?

No meu entender, uma das piores doenças sociais, é o cego fanatismo político, caracterizado por enxergar virtudes absolutas em seus eleitos, sem antever a menor possibilidade de eventuais erros e só ver desvios nos adversários, mesmo em acertos. No campo da corrupção, o fanatismo costuma combatê-la até com certa tenacidade nos seus contrários e tolerá-la quando praticada pelos que lhes são favoráveis.  

A história é pródiga em relatar o que o fanatismo pode levar a um país, veja o caso da Alemanha na segunda guerra, onde este fenômeno social quase a retira do mapa, só não o fazendo pela complacência dos aliados, que permitiram a sua recuperação tornando-a livre e próspera. O drama da então combalida nação germânica só terminou com o fim da guerra, após o cabo Hitler (militar que tinha a patente de cabo na primeira guerra mundial), pôr fim na própria vida, para evitar a condenação por genocídio e crimes de guerra.

 A morte por suicídio do ditador Hitler foi acompanhada por muitos de seus fanáticos seguidores, ente eles várias mulheres, que costumam ser mais leais até no fanatismo. Um fato inusitado ocorreu com a Magda Goebbels, esposa do então ministro nazista Joseph Goebbels, que após dar fim na vida de seis de seus filhos, ao se suicidar, pronunciou as célebres palavras que ficaram registradas nos anais da história: ”que não suportaria viver no mundo sem o Hitler”.

Guardando as devidas proporções, no Brasil do capitão Bolsonaro existe alguma semelhança. Tenho ao acompanhar as redes sociais, vejo com preocupação a grande maioria de mulheres que, em cada 10 mensagens, 9 é para enaltecer a figura do presidente, sem nenhum senso crítico de realidade, não o tirando da cabeça nem em momentos de assuntos alheios à política.

A toxidade do fanatismo é tamanha, principalmente nas mulheres, acho que elas precisam de ajuda médica o quanto antes, pois as eleições se avizinham, e com a situação catastrófica em que o país se encontra, tanto sanitária por falta de controle da pandemia com mortes acima de todas as previsões mais pessimistas, e o caos social e econômico, é grande a possibilidade de não se consumar a reeleição, com irreparáveis  danos psicológicos no reino do fanatismo,  podendo migrar para situações mais graves fora de controle ,como a que aconteceu nos EUA.

Para concluir, tudo que foi escrito se baseia na lei das probabilidades e na ciência estatística, embora eu tenha em mente o dizer do grande economista, de saudosa memória, Roberto Campos (ministro da economia no primeiro governo militar): ”Estatística é igual biquíni, mostra tudo, mas esconde o essencial”.

13 comentários:

  1. Principalmente nas mulheres?
    Não está a pensar em retirar-lhes outra vez o direito de voto, pois não?

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    1. CARO RODRIGUES- AGRADEÇO PELO COMENTÁRIO
      Principalmente pelas mulheres, porque elas são mais leais nas causas que defendem, isto para mim é virtude. Quis dar uma alerta a elas, baseado na minha experiência de vida, que a confiança exagerada pode conduzir a um processo de frustação, veja o caso Magda Gobbels.
      Nunca pensei, nem de perto, tirar destas criaturas qualquer direito, neste mundo em que o tecido social foi concebido sem ouvi-las.

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    2. Rodrigues, desculpe por estender o assunto
      Ouvi certa vez de uma liderança feminina algo interessante: "que a mulher é uma sobrevivente em uma sociedade que foi construída pelo e para o homem"

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  2. Excelente texto. Compreendo que muitos brasileiros, não se revendo num político de direita, (Bolsonaro) o apoiaram, ou apoiam, esperançados em ver resolvido, pelo menos em grande parte, o problema da criminalidade, que tanto os aflige.
    Quanto a mim: sinto mais revolta, ódio até (não escondo) contra os que me são próximos ideologicamente, quando "pisam o risco". Porque são esses que pôem em causa as minhas convicções, e não os outros em quem não depositei esperanças. Contudo, não pense que sou um modelo de virtudes.

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  3. Caro Orivaldo,
    Vou elencar aqui alguns comentários que, espero, sejam um pouquinho embaraçantes (mas não ofensivos, meramente dialogantes):
    1º - Não fique de um lado do muro, querendo parecer que está em cima dele.
    2º - Insisto: “principalmente” nas mulheres? Quer dizer que a toxicidade de que fala é feminina? Não existe nos machos?
    3º - “Elas precisam de ajuda médica”. De que especialidade? Psiquiátrica? Com ou sem choques eléctricos? E os homens (votantes ou não no Bolsonaro) não precisam?
    4º - Ao querer “dar um alerta a elas”, não sente que está a ser um pouquinho paternalista? Nunca esqueçamos que o paternalismo pode também ser uma forma de segregação. Ou advogamos a igualdade entre os géneros, ou… não!

    Intuo que, ao escrever este texto, as intenções do Orivaldo eram as melhores. Mas, em minha opinião, podem falhar o alvo, porque reproduzem as ideias ainda dominantes que, ao arrepio das palavras que se proferem, perpetuam a subalternidade das mulheres. E não me parece que era isso que pretendia.

    Agora para o caro Zé Valdigem:
    Bolsonaro enganou muita gente, boa e má. A miragem do fim da criminalidade, tantas vezes posta como tendo origem no “lulismo” (ou no pêtismo), era um logro, descoberto quase de imediato com as licenciosidades concedidas a outra criminalidade, esta “legalizada” porque policial e comandada “de cima”. Todos sabemos que a criminalidade brasileira, quase endémica, vem de muito antes. Não é preciso ser-se “especialista” em Jorge Amado para se saber isso. E tenho razões para saber que o Valdigem não ignora essa verdade histórico-literária.

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    1. Tenho todo respeito pela sua opinião, embora dela discordo frontalmente
      Procuro ao escrever um texto, resumi-lo o quanto possível, como um chamariz para que maior número de pessoas se sintam confortável ao lê-lo, uma técnica muito usada aqui no Brasil, assim o fiz no livro que publiquei e nos que estão prontos para publicação.
      Nesta esteira procuro omitir aquilo que é obvio e de domínio público, será que alguém em sã consciência, tem dúvidas que a toxidade trazida pelo fanatismo de toda matiz, não é exclusividade somente das mulheres? Será que teria de usar mais um parágrafo para explicitar isto?
      Uma Pergunta que não quer calar: a não citação da especialidade médica distorceu a ideia que eu quis dar o texto? Será que precisar de ajuda, neste caso, a pessoa vá procurar um cardiologista ou outra especialidade que não seja a adequada?
      O foco dado as mulheres é circunstancial, representa a fase atual que estamos vivendo, procurei expressar preocupação com minhas inúmeras queridas amigas.
      No mais, peço desculpa que a ideia que eu procurei incorporar ao texto, não tenha te alcançado, paciência!!
      Obs: peço vênia por possíveis erros de português cometidos nesta resposta.

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    2. Sim, amigo Zé Rodrigues, não tenho qualquer dúvida que a criminalidade brasileira é quase endémica. Mas, o índice não tem nada a ver com o que se passava nos tempos em que lá vivi (já lá vão 5 décadas), que não é culpa do "lulismo". Este, até conseguiu atenuar um pouco o drama da fome (caminho direto para o problema), instituindo o "bolsa-família".
      A culpa da criminalidade é, a meu ver, do capitalismo selvagem, criador de desigualdades, através da exploração e do suborno, tal como aqui. A nossa criminalidade é, por enquanto, a "legalizada".

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    3. Caro Orivaldo,
      Sem querer eternizar a discussão nem torná-la um pleito interminável, deixe-me acrescentar que reli o seu texto e confirmei que lá se diz “a toxidade do fanatismo é tamanha, principalmente nas mulheres, acho que elas precisam de ajuda médica o quanto antes…”. Agora diz-me que “o foco dado as mulheres é circunstancial…”, e eu pergunto: quais as razões para destacar aqui a posição das mulheres? Não é isto um factor de divisão baseado no género?
      Por cá - e também aí no Brasil, penso eu - quando se diz a alguém, em determinados enquadramentos, que procure ajuda médica ou um tratamento, bem sabemos o que queremos dizer, escondendo-se um segundo sentido. E não é, seguramente, pelas melhores razões, antes se adivinha um certo sentimento de menosprezo pelo destinatário.
      Achei uma certa graça à sua preocupação com algumas amigas, mas não com amigos. É por isto que, às vezes sem darmos conta, tratamos como circunstanciais (ou conjunturais) certos temas que, na realidade, são estruturais. E assim se vai perpetuando um estado de coisas que urge mudar.
      Concluindo, eu não fui, de facto, alcançado pela ideia que o Orivaldo procurou incorporar no texto. Nem, francamente, vejo como a poderia alcançar. Talvez por isso tenhamos posições diferentes, facto que saúdo, porque é na dissensão que se forja o futuro e o progresso.

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    4. MEU CARO RODRIGUES
      RESPEITO O SEU DIREITO DE NÃO TER GOSTADO DO TEXTO, NÃO É FÁCIL A TAREFA DE A TODOS AGRADAR, NEM O MESTRE JESUS, CONSEGUIU ESTA FAÇANHA, AGORA, QUERO O SEU RESPEITO, MESMO QUE POSSA DIVERGIR, POR QUERER PROTEGER QUEM EU QUEIRA, DENTRO DO MEU LIVRE ARBÍTRIO.
      EXISTEM PESSOAS QUE GOSTAM DE PROTEGEREM ANIMAIS OU OUTROS SEGMENTOS SOCIAIS DOS MAIS EXÓTICOS, ESTÃO NO SEU PLENO DIREITO, POSSO ATÉ NÃO CONCORDAR, MAS TEM MEU SINCERO APOIO.
      PREFIRO PROTEGER AS MULHERES, ESTAS SOBREVIVENTES NUMA SOCIEDADE MACHISTA, QUE FOI CONCEBIDA PELO E PARA O HOMEM (REPETINDO)
      CONCLUINDO VOU REPRODUZIR PALAVRAS DO FRANCÊS VOLTAIRE (EXISTE DIVERGÊNCIA DA AUTORIA):
      “DISCORDO DO QUE VOCÊ DIZ, MAS DEFENDEREI ATÉ A MORTE SEU DIREITO DE DIZÊ-LO”

      “DISCORDO DO QUE VOCÊ DIZ, MAS DEFENDEREI ATÉ A MORTE SEU DIREITO DE DIZÊ-LO”

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    5. Maiúscula: involuntária e totalmente sem nexo com o assunto debatido.

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