A Direita espanhola perdeu por completo as estribeiras, disparando em todas as direcções, até contra os empresários, com quem tradicionalmente mantinha boas relações; é que vêem com indisfarçáveis ciúmes o bom entendimento criado por Yolanda Diaz, ministra do Trabalho, oriunda da “Izquierda Unida”, que foi às eleições coligada com “Podemos”, e é hoje considerada pelos analistas como dos melhores elementos do Governo de Sánchez.
E o bom relacionamento com as confederações patronais, na difícil tarefa de negociar apoios para que as empresas segurem os postos de trabalho na conjuntura pandémica, tem causado à Direita insuportável azia, chegando a questionar abertamente como podem mostrar-se tão amáveis nas reuniões com uma “comunista”, ao que o presidente da CEOE, o vasco Antonio Garamendi, responde que quando se reune com Yolanda Diaz não vê à sua frente uma comunista, mas uma ministra de Espanha.
E o caldo entornou-se de vez com a polémica à volta dos indultos para os políticos independentistas da Catalunha presos, aos quais Garamendi se referiu dizendo que para os empresários é muito importante um ambiente de concórdia em todo o país, e se os indultos contribuírem para isso, “biénvenidos seam”, o que deixou a Direita toda a trepar pelas paredes, acusando o presidente da “patronal” de não representar ninguém e se vender para sacar fundos da famigerada “bazuca”; sentindo-se todos atingidos, os empresários organizaram uma manifestação de desagravo a Garamendi, que o emocionou até às lágrimas, que misturou com sorrisos quando da plateia um dos seus pares lhe gritou: “No me llores, Garamendi, tu eres un vasco”!
Amândio G. Martins
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