sábado, 21 de maio de 2022

Caldo entornado não alimenta ninguém


Percebe-se que Finlândia e Suécia tivessem despertado, subitamente, para o perigo russo. Na verdade, não é bem assim, porque, sabe-se agora, ambos os países já se preparavam para qualquer “eventualidade” há cerca de 25 anos. Conhecia-se, aliás, o cuidado que sempre puseram nas suas políticas de defesa, quanto mais não fosse pela colaboração activa que tiveram com a NATO em diversas operações militares. Ainda assim, só agora se deram ao trabalho de solicitar formalmente a adesão à Aliança, exercendo naturalmente um direito indiscutível de se aliarem com quem entendem ser a melhor opção para os interesses dos seus países. 

À NATO, que integra alguns dos países com maiores poderios financeiro e bélico, caberá a tarefa de avaliar os candidatos à adesão, tendo em conta uma grelha de critérios que serão, certamente, ultra-rigorosos, sem se compadecerem com o prosaico desejo de aumentar o número de “sócios” e/ou elevarem o volume de receitas das “quotas”. O que está em jogo é muito mais importante e, antes de qualquer outra coisa, o Mundo deve exigir-lhe a máxima ponderação no que toca às consequências dos seus actos.


Público - 22.05.2022

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