Parece-me pouco pensada a ideia do voto obrigatório, frequentemente apontado como solução para a baixa participação dos portugueses em eleições, desde logo porque votar é um direito, e fazer um direito obrigatório é um contracenso; de facto, se o que se pretende é reduzir para cifras menos “escandalosas” as percentagens de abstenção, o que se impõe fazer é prestar mais atenção à formação cívica da juventude, que anda pelas “ruas da amargura”, como a cada passo podemos constatar, nas mais diversas áreas da vida.
O comportamento dos actores políticos, claramente responsável por muita abstenção, também precisa levar uma grande volta, substituindo o espectáculo degradante de muitas das suas intervenções no Parlamento por atitudes pedagógicas, apontando da governação tanto o que precisa ser melhorado como o que deve ser continuado, usando linguagem civilizada e respeitadora dos que pensam diferente, não “arrasando” tudo , só porque são outros que governam, na pretrensão absurda de que é assim que levarão o “mercado” eleitoral a votar a seu favor...
Amândio G. Martins
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