segunda-feira, 11 de novembro de 2019

CARLOS DO CARMO



Carlos do Carmo, aos 80 anos e 57 de vida artística, despede-se dos espectáculos. Sempre com os valores do 25 de Abril no seu percurso como cidadão e artista, grava em 1977 o álbum «Um Homem na Cidade», com poemas de Ary dos Santos e músicas de António Vitorino de Almeida, José Luís Tinoco, Moniz Pereira, Joaquim Luís Gomes, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, Martinho da Assunção e Frederico de Brito.

Segundo as próprias palavras de Carlos do Carmo na contracapa interior do LP/álbum de 1977: «Este «Homem na Cidade» é uma proposta de fado que se deve a um excelente grupo de criadores musicais e a um poeta com quem senti orgulho e honra de poder trabalhar pela primeira vez – Ary dos Santos – o poeta de todos nós». 

Na mesma contracapa do LP, Ary dos Santos diz: «Escrever sobre Carlos do Carmo, para além do louvor de circunstância a um talento e a uma personalidade que ninguém discute, é, sobretudo escrever sobre um dos mais importantes responsáveis pela renovação e dignificação do Fado em Portugal».

«De facto, através da sua incansável pesquisa de novos rumos musicais e poéticos, do requinte de um extremo bom gosto que nunca deixa de ser popular, duma força interpretativa que ora «bate» com força, ora afaga com ternura, Carlos do Carmo muito tem ajudado a construir aquilo a que dantes se poderia chamar um milagre, se os houvesse: pôr, em democracia, o Fado realmente ao serviço do Povo».

«E isto não se faz sem coragem, não se faz sem talento, não se faz sem sacrifícios. Mas também é certo que se faz com vontade, que se faz com persistência, que se faz com alegria».

«Daí, que «UM HOMEM NA CIDADE», para além das qualidades que porventura tenha e que mal me ficaria, a mim, evidenciar, constitua de facto, a dicotomia perfeita do Fado, duma Cidade – LISBOA, cantado por um HOMEM – Carlos do Carmo».


1 comentário:

  1. Realmente uma voz e uma dicção únicas! Com fados inesquecíveis! Somente como aparte ( talvez porque, como dizia Vergílio Ferreira, " o que acontece não é o que acontece, mas o que acontece em mim desse acontecer"), o ouvi, juntamente com Carlos Paredes na Ópera de Frankfurt, em 1981), num concerto memorável, gravado ao vivo em disco. Era eu "emigrante tarnsitório" e, no meio daquelas palmas, lá estavam as minhas, plenas de alegria e admiração.

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