sábado, 16 de novembro de 2019

Com o craque, perdemos no Luxemburgo

 
Como será possível? Munidos de um dos melhores jogadores do mundo de todos os tempos, é possível a Portugal perder com o Luxemburgo? Contra uma equipa de segundo (ou terceiro) plano? Não, eu não acredito, embora  a lógica do futebol seja… a da batata. Mesmo assim, atrevo-me a dizer que não será nunca provável a uma selecção modesta como a do Luxemburgo, derrotar Portugal que, já o sabemos, não é a melhor do mundo, mas tem, incomparavelmente, muito mais recursos, proporcionados, quanto mais não seja, pela extensão da nossa base de recrutamento, infinitamente (ou quase) superior à dos luxemburgueses. 
Não se iludam os meus queridos leitores. Nos idos de 1961, eu já sabia escrever, e poderia ter escrito, numa redacção da aula de Português, no Liceu, o parágrafo que abre este texto. Mais concretamente, se a data da redacção tivesse sido a de 7 de Outubro daquele ano, tudo se compreenderia melhor no dia seguinte, quando Portugal averbou a única derrota da História frente ao Luxemburgo. “Embrulhámos” quatro golos, na baliza do Costa Pereira, famoso por alguns “frangos” que foi coleccionando no galinheiro pessoal ao longo da sua carreira. Três desses quatro golos tiveram assinatura de um “chato” que dava pelo nome de Ady Schmit. Só para o contrariar, ainda marcámos dois golos, por Eusébio e Iaúca.
Numa selecção que albergava nomes como os de Hilário, Coluna, Iaúca, Águas e, hélas, Eusébio, este último em carreira ascendente para o topo do futebol mundial, registando aqui, em termos de selecção, a sua estreia, a todos pareceu impossível “enfardar” aquela derrota.
Mas foi verdade. Se não acreditam em mim, consultem a imprensa da época.
Moral da história? É evidente: amanhã, teremos em campo, do nosso lado, o melhor jogador do mundo (para alguns), ou um dos melhores jogadores do mundo (para todos, desde que isentos de embirrações míopes) a par de outros talentos também eles ímpares, como Messi. Naturalmente, que a idade não perdoa a ninguém, mesmo aos críticos, Ronaldo já não se encontra, como Eusébio naquele jogo, na fase ascendente da carreira, aproximando-se, inexoravelmente, do afastamento dos relvados  Mas tomara eu que os colegas de equipa, alguns com pouco mais do que metade da sua idade, rendam em campo tanto como ele, estou certo, vai render. 
Fica claro, contudo, que a vitória não é garantida. Até o Júlio César se “lixou” algumas vezes, pelo menos contra o Astérix.


3 comentários:

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.