Nas últimas décadas, fomos sendo conduzidos ao redil da
simplificação máxima no pensamento sócio-político. A “coisa” já vinha de
trás, mas, na campanha de Clinton contra Bush, alguém, “sabiamente”,
sintetizou que “tudo” passa pela economia e só pela economia. Mais ou menos na
mesma altura, até se decretou o “fim da História”, isto é, pensou-se que o
Homem tinha chegado ao seu zénite, atingindo a meta de uma sociedade em que não
era preciso fazer mais nada. Afinal, os tempos que vivemos provam que as coisas
não são assim tão simples e que quem acreditava em tais verdades nada mais
tinha do que uma imensa arrogância intelectual. Sente-se hoje que o pensamento
político, sem ignorar ou desprezar os fenómenos económicos, está, para o bem e
para o mal, a regressar à ribalta. A filosofia é indissociável da evolução
humana, ajuda a compreender a natureza do Homem e a sua condição e,
naturalmente, traz a política a reboque. Não invejo a má sorte dos burocratas
que, “politicamente”, mandam nesta Europa, brandindo a esmo os números e ratios que eles próprios inventam. A
não ser que comecem a dar mostras de compreender as reacções humanas, neste
caso, dos europeus.
Expresso - 02.07.2016 (com os cortes sublinhados).
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