quinta-feira, 27 de abril de 2017

A festa da "cãonalha"

A Festa "cão" lágrimas
Logo na capa de um estimado e considerado jornal, representativo quanto histórico, o JN, pode ler-se - "25 de Abril foi festa para todos". Uma foto de uma criança levada às cavalitas, capricha e embeleza a capa, que ilustra tão ilustre diário nacional. Mas mal se abre o jornal, este oferece-nos para leitura a notícia terrível, de uma outra criança que foi estraçalhada por um animal violento e assassino, que nem com os donos à mão, é de fiar. Animal que pesa sobre ele e o seu municiador de ração e de recreio, legislação bem definida mas incompleta, e por isso mesmo, conivente. Muitos são os que por medo ou vaidade, têm um cão desta raça. O ditado diz que quem tem medo, compra um destes, e torna-se por isso um cãonalha. A Lei obriga a que quando o "cãonalha e o seu bicho", saem à rua para defecar por tudo quanto é público e ajardinado, deve estar equipado e ornamentado com açaimo e trela. Mas o que acontece é que, nem os donos destas bestas o vestem a rigor e como manda a lei, nem as autoridades intervêm a tempo e horas, para evitar os ataques e as mordidelas assassinas destes pares de "cãonalhas". São vários os casos relatados, e diversos e graves os efeitos provocados, sem que a Justiça aplique o devido "correctivo". Muitas crianças e até adultos, padecem hoje de lesões graves, e famílias estão de luto, por acção destes caninos tão gabados por umas organizações e associações de defesa dos seus direitos, e defendem-nos com todos os dentes e garras. Ora o título do jornal tomado aqui como referência, omite que nem todas as crianças e suas famílias estiveram em festa neste 25 de Abril. Os cravos vermelhos que deviam ser exibidos, deram lugar às coroas de flores roxas, às preocupações, à dor, às lágrimas, ao sofrimento, escusado, se os donos dos malignos bichos com mau carácter, não andassem à solta, por onde correm as crianças a brincar e a sorrir, e a dar alegrias aos seus progenitores. Mas os "cãonalhas" egoístas, só pensam no gozo que o animal abocanhador de vidas humanas lhes proporciona, e não se importam com o medo que espalham, e também defecam desrespeito junto do seu de "estimação", para a comunidade ver, pisar, e aguentar o pivete. Até quando nós permitimos que tenha de ser assim? Um cravo sempre cheira melhor, e pode e deve sair à rua sempre que um homem quiser, sem precisar de açaime nem de trela. Alguns porém esticam a liberdade demasiado, por saberem que não entram no "canil" por causarem tanta infelicidade nos lares vizinhos!

*- (hoje no Destak, em versão encurtada)



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