A Festa "cão" lágrimas
Logo na capa de um estimado e considerado jornal, representativo quanto
histórico, o JN, pode ler-se - "25 de Abril foi festa para todos".
Uma foto de uma criança levada às cavalitas, capricha e embeleza a capa, que
ilustra tão ilustre diário nacional. Mas mal se abre o jornal, este oferece-nos
para leitura a notícia terrível, de uma outra criança que foi estraçalhada por
um animal violento e assassino, que nem com os donos à mão, é de fiar. Animal
que pesa sobre ele e o seu municiador de ração e de recreio, legislação bem
definida mas incompleta, e por isso mesmo, conivente. Muitos são os que por
medo ou vaidade, têm um cão desta raça. O ditado diz que quem tem medo, compra
um destes, e torna-se por isso um cãonalha. A Lei obriga a que quando o
"cãonalha e o seu bicho", saem à rua para defecar por tudo quanto é
público e ajardinado, deve estar equipado e ornamentado com açaimo e trela. Mas
o que acontece é que, nem os donos destas bestas o vestem a rigor e como manda
a lei, nem as autoridades intervêm a tempo e horas, para evitar os ataques e as
mordidelas assassinas destes pares de "cãonalhas". São vários os
casos relatados, e diversos e graves os efeitos provocados, sem que a Justiça
aplique o devido "correctivo". Muitas crianças e até adultos, padecem
hoje de lesões graves, e famílias estão de luto, por acção destes caninos tão
gabados por umas organizações e associações de defesa dos seus direitos, e defendem-nos
com todos os dentes e garras. Ora o título do jornal tomado aqui como
referência, omite que nem todas as crianças e suas famílias estiveram em festa
neste 25 de Abril. Os cravos vermelhos que deviam ser exibidos, deram lugar às
coroas de flores roxas, às preocupações, à dor, às lágrimas, ao sofrimento,
escusado, se os donos dos malignos bichos com mau carácter, não andassem à
solta, por onde correm as crianças a brincar e a sorrir, e a dar alegrias aos
seus progenitores. Mas os "cãonalhas" egoístas, só pensam no gozo que
o animal abocanhador de vidas humanas lhes proporciona, e não se importam com o
medo que espalham, e também defecam desrespeito junto do seu de
"estimação", para a comunidade ver, pisar, e aguentar o pivete. Até
quando nós permitimos que tenha de ser assim? Um cravo sempre cheira melhor, e
pode e deve sair à rua sempre que um homem quiser, sem precisar de açaime nem
de trela. Alguns porém esticam a liberdade demasiado, por saberem que não
entram no "canil" por causarem tanta infelicidade nos lares vizinhos!
*- (hoje no Destak, em versão encurtada)
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