domingo, 30 de abril de 2017

A SELVA HUMANA



O sultão da Turquia, Erdogan, continua a perseguir, despedir e prender milhares de compatriotas seus, civis e militares. No plano internacional, para massacrar os curdos, viola impunemente o espaço aéreo da Síria e do Iraque. E, depois do boss, Israel, bombardeia também a Síria com o pretexto de destruir armas que se destinariam ao Hezbollah.
Repare-se que tanto os curdos,( que se batem há décadas, também pela autonomia da sua pátria) como os combatentes do Hezbollah, são dos principais opositores aos fanáticos assassinos do auto-denominado Estado Islâmico e da Al-Qaeda. E o denominador comum entre, Trump, Erdogan e Netanyahu, ou seja, entre os EUA e os seus aliados, Turquia e Israel, é o derrube do atual governo da Síria que com o apoio da Rússia, tem vindo a dizimar os criminosos fanáticos islamistas. Para compor o ramalhete e ameaçar mesmo a sério a paz mundial, Trump, envia uma esquadra para os mares da China com misseis equipados com ogivas nucleares para reforçar as que já tem em Bases na Coreia do Sul. O pretexto é, como se sabe, os testes balísticos efetuados pela Coreia do Norte. Evidentemente que este país não deveria efetuar tais testes e nem sequer devia possuir a bomba atómica. Mas que moral e que direito tem Trump, e os EUA, para determinar seja o que for nesta matéria? Quem é que deve possuir tais armas? Israel ou o Paquistão que nem sequer subscreveram o Tratado de Não Proliferação? (TNT) Ou qualquer um dos outros nove estados que as possuem? Por exemplo, os EUA que tem mais que todos os outros juntos e se arroga o direito de a usar preventivamente? Aliás, o único que já o fez mesmo depois da Alemanha nazi se ter rendido. Portanto, quem é que deve fazer prevalecer o Direito Internacional se não a ONU?
Antes de alinhavar estas palavras, ainda pensei colocar como título “ A Lei da Selva”. Desisti imediatamente. É que a lei da selva, é a lei da Natureza. Os animais mais fortes, matam os mais fracos para se alimentarem. Para sobreviverem. Não por malvadez. Não por ambição ou sede de poder…
Francisco Ramalho
Corroios, 30 de Abril de 2017


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