Nasci em 1948, o mesmo ano em que nasceu o nosso Presidente. Com certeza
que comungámos vários momentos históricos. A alegria do 25A, momento
libertador de uma ditadura com prazo de validade expirado pelo menos 25
anos antes. A utopia de ser possível contruir um novo País, com a
participação de todos, independentemente das suas ideologias e credos,
em total democracia. O brusco e inesperado sinal de totalitarismo,
quando Cunhal e a CGTP expulsaram Mário Soares do estádio 1º de Maio em
Lisboa, em 1975. A tentativa de sovietização do regime, levada a cabo
por Vasco Gonçalves e os seus aliados comunistas. A libertação do
comunismo e a retoma dos ideais do 25A, levada a cabo por corajosos
militares do 25A e do 25NOV. E nos restantes 42 anos, uma progressiva
descrença nos ideais do 25A, pelas promessas não cumpridas, pelo
afastamento desde 1995 das figuras mais proeminentes e competentes do
regime instalado em 1976 com a nova Constituição da República. Quando
comparamos as bancadas parlamentares de 1976 e as de hoje, só pode dar
vontade de chorar, tal a pobreza de personalidades com vida e
experiência na sociedade. Só encontramos, salvo algumas pontuais
excepções, "jotinhas", profissionais da política, que nunca nada de novo
ou concreto fizeram nas suas jovens vidas. E é pois assim natural, que
os quase septagenários da minha idade e de Marcelo, se sintam
marginalizados, tratados de "peste grisalha" com displicência e
ignorante atrevimento. E depois, seria um passo, até pensarmos dever
dispensar a democracia existente, em troca de segurança, competência na
defesa do interesse nacional e exemplo dos políticos, na transparência
dos seus actos e combate da corrupção instalada. E é aqui que Marcelo,
nado e formado numa família Salazarista, tem especial autoridade para
falar aos seus compatriotas da mesma geração, que não adoptaram o
totalitarismo do PCP e BE. "Não trocamos o certo pelo incerto, não
sacrificamos uma democracia, ainda que imperfeita, seduzidos por cantos
de sereia de amanhãs ridentes, em que do caos nascerá o paraíso" (fim de
citação). Agradeço meu Presidente, este incentivo para não esmorecer,
mesmo passados 43 anos.
alguns sabores e imprecisões próprios de primavera marcelista...
ResponderEliminarPoderei tentar perceber, se poder elaborar. Está muito "cifrado"...
EliminarEnfim, nem prós, nem contras.
ResponderEliminarNão estou habituado a concordarem. Deve ser só desta vez...
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