sábado, 10 de março de 2018


Conversa estragada


Aquilo que chamam amor
Faz muito pouco sentido;
Porque ao menor dissabor
Por um pequeno pormenor
Dá-se tudo por perdido...

Amor é mais do que isso
Difícil quanto parece;
Começa por um derriço
Como se fosse feitiço
Mas comanda o interesse.

Deixando de satisfazer
A pessoa escolhida;
De nada vai servir dizer
Que não consegue perceber
Porque já foi despedida.

O amor é passageiro
Sem interesse a comandar;
Um diferendo ligeiro
E lá se vai o devaneio
Da ligação para durar...

Faça cada um a parte
De forma utilitária;
E com mais ou menos arte
Nas tarefas que reparte
Viva a vida solidária!


Amândio G. Martins


2 comentários:

  1. Quando terminei a leitura... li "solitária"! Lapso das minhas lentes ou... foi mesmo desfaçatez enviesada da minha mente!

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  2. Fez-me rir porque me trouxe à memória uma coisa semelhante vivida por mim quando era rapaz, em Lisboa. Tinha eu o hábito de ler todo o tipo de cartazes e outros escritos que me aparecessem pela frente, como aqueles "avisos" que lá havia em muitos prédios que, se bem me lembro, diziam isto: "Proibido afixar anúncios nesta propriedade". É que eu lia "proibidade" e achava aquilo estranho, suava-me mal, mas continuei por muito tempo a ler errado...

    Não, não sou eremita, pelo que não posso aconselhar a ninguém a solidão, embora goste dela o quanto baste; foi mesmo "solidária" que eu escrevi.

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