terça-feira, 16 de outubro de 2018


A mesma porcaria em todo lado...


Aqui há uns anos foi mostrado na TV um jornalista brasileiro  perguntar a Jardel, aquele jogador de futebol que fez por cá grande sucesso, que se candidatou na terra dele a um lugar de deputado, qual foi a razão que o levou a entrar na política por um partido de Direita, tendo ele respondido que sempre se considerou um homem “direito”; e também é assim que se “explicam” em termos políticos aquelas pessoas com quem convivo mais de perto que, dizendo-se de Direita mas não fazendo a mínima ideia do que isso seja, não poupam os disparates acerca dos partidos de Esquerda.

Costumo “chateá-los” dizendo que a Direita é esterco em qualquer parte do mundo e quem vive do trabalho e vota nesses partidos não tem a mínima noção do que anda a fazer, embora não possa incluír no qualificativo muita gente que, tendo sido eleita por partidos de Direita, prestam inestimáveis serviços nas autarquias; assim, não posso apontar nada contra o trabalho do presidente da Junta da minha freguesia nem contra o presidente da Câmara, dado ver em ambos um desempenho meritório.

É no quadro maior da política nacional, na filosofia por que se orientam esses partidos, que eu costumo “escolhambá-los”; de facto, usam todos a mesma cartilha por esse mundo fora em defesa dos grandes interesses, que mascaram com a patranha de que são os grandes defensores do interesse nacional, sempre em prejuízo dos que menos têm.

Venho acompanhando as peripécias do orçamento espanhol -  “presupuestos generales del Estado” -  que Pedro Sánchez negociou com o “Podemos”, que em Espanha tem o  papel dos nossos BE e PC nas exigências da melhoria das condições para os mais desfavorecidos e de quem o Governo depende para fazer passar esse orçamento no Congresso, embora vá precisar dos independentistas da Catalunha, que ajudaram à queda de Rajoy e são aqueles com quem a tarefa vai ser mais complicada agora.

Do lado da Esquerda e comentadores que vêm apoiando Sánchez é várias vezes referido Portugal, que de certa forma querem ver imitado, para contrapor à linguagem catastrofista das gentes da Direita e dos patrões, que usam exactamente os mesmos termos e ameaças de desgraça que aqui ouvimos à Direita ressabiada quando foi obrigada a largar o poder...


Amândio G. Martins

3 comentários:

  1. Jardel. Também "do lado di cá" o panorama não é muito diferente, apesar de 44 anos passados após o 25. Continua a não ser nada difícil encontrar um Jardel qualquer, que acha que ser socialista é ser sociável.
    - O Zé Valdigem é um gajo porreiro. Cumprimenta toda a gente. É um socialista. Despedem-se normalmente, com um "boa continuação".

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  2. Só porque se falou do Brasil, conto o que me chegou no facebook. Dizia Tim Maia, entre outras coisas: "... o Brasil não serve de padrão pois é o país onde prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme e o mais pobre vota na extrema direita..."

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  3. Conheço razoavelmente o ambiente e corroboro o que diz o Valdigem...

    Já no caso do chulo brasileiro, ele ciúmes não terá, não quer é perder a fonte de rendimento...

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