quinta-feira, 18 de outubro de 2018


Não sei bem quem sou...


Sinto-me no paradoxo de Teseu
Navio que vai sendo renovado
E dos restos alguém faz  duplicado
Sem poder saber qual deles serei eu...

Pouco do que desenhei se construíu
Ví-me quase sempre manietado
Lutei para não saír derrotado
Mas muito do pouco que fui pereceu.

Via no sorriso dum rosto lindo
Doce promessa dum amor infindo
E ficava o tempo todo sonhando;

Mas era diverso o nosso destino
Puseram-nos tropeços no caminho
E hoje só penso nisso chorando!


Amândio G. Martins

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