Novos/velhos problemas...
Escreve Paulo Baldaia, no JN, que “A democracia não existe
para eleger quem acredita que matar suspeitos de corrupção, de tráfico de
droga, de qualquer outro crime é melhor
que julgá-los e prendê-los; mas quando a Democracia se derrota a si própria,
fazendo eleger um anti-democrata, é porque primeiro ela falhou de forma
irreversível a milhões de democratas, levando-os o votar contra ela”.
(...)
“A Democracia que se encheu de eleitos maneirinhos, gente
que apenas quer andar por lá algum tempo, ajeitando-se em cargos de ocasião,
sem saberem patavina do que precisa o povo que os elegeu, chega a um momento em
que já não consegue disfarçar o mal que causam esses “democratas”.
Dizia Ortega y Gasset, há quase cem anos:
“Diz-se que as instituições democráticas caíram em
desprestígio. Mas é isto justamente o que conviria explicar. Porque é um
desprestígio estranho. Fala-se mal do parlamento em todas as partes; mas não se
vê que em nenhuma das que contam se tente a sua substituição, nem sequer que
existam perfis utópicos de outras formas de estado que, pelo menos idealmente,
pareçam preferíveis.
Não há, pois, que acreditar muito na autenticidade deste
aparente desprestígio. Não são as instituições, enquanto instrumentos de vida
pública, as que andam mal na Europa, mas as tarefas nas quais empregá-las.
Faltam programas de tamanho congruente com as dimensões efectivas que a vida
chegou a ter dentro de cada indivíduo europeu.
Há aqui um erro de óptica que convém corrigir duma vez,
porque arrepia ouvir as inépcias que a toda a hora se dizem a propósito do parlamento.
Existe toda uma série de objecções válidas ao modo como vão os parlamentos
tradicionais; mas se se tomarem uma a uma, vê-se que nehuma delas permite a
conclusão de que deva suprimir-se o parlamento, mas, pelo contrário, todas
levam por via directa e evidente à necessidade de reformá-lo".
Amândio G. Martins
Apoiado. Mas estamos chegados a um tempo em que as coisas vão ter que se decidir. As "toupeiras" passaram a andar ao cimo da terra. As cizâneas já deixaram os gabinetes esconsos.
ResponderEliminarÉ realmente preocupante o que no horizonte se vislumbra, com coisas muito feias anunciadas; verificar que a Democracia não tem antídotos para combater o lixo tóxico que a pretende irremediavelmente contaminar, convoca à responsabilização de todos quantos a consideraram um dado adquirido...
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