quarta-feira, 31 de março de 2021

A LUTA DOS ARTISTAS E DOS TRABALHADORES DA CULTURA

Os artistas e os trabalhadores da cultura são tratados abaixo de cão pelo governo Costa e pela ministra. Com o capitalismo e com a pandemia, recebem umas migalhas ou umas esmolas, os que as recebem, o que, em muitos casos, não dá para sobreviver. É claro que isto não acontece por acaso. Costa, Marcelo e os politiqueiros do sistema querem manter o povo na confusão ou na ignorância, mantendo-o à mercê do pimba, do nacional-porreirismo ou dos artistas do status quo. Sabem perfeitamente que a verdadeira cultura é incómoda porque faz pensar, porque forma os jovens e as crianças, porque leva a pôr tudo em causa, inclusive os próprios poderes e, portanto, os seus tachinhos. Uma sociedade sem arte e sem cultura é uma sociedade sem filosofia, sem postura crítica, é uma sociedade doente e morta. Aliás, isso nota-se no aumento expressivo das doenças mentais, no consumo exacerbado de anti-depressivos e nas taxas de suicídios. Isto tem mesmo que mudar. Os artistas e os trabalhadores da cultura já se manifestam há algum tempo. Juntemo-nos a eles. Derrubemos os imbecis que estão no poder. Ergamos a Nova Atenas. 

terça-feira, 30 de março de 2021

Num país da nossa comunidade

 

Quarenta ou cinquenta anos de independência de um país é pouquíssimo para se lhe poder exigir resposta a todas as necessidades do seu povo; todavia, deveria ser suficiente  para estabelecer e assegurar a soberania adentro das suas fronteiras.

 

E o que se vem passando em Moçambique, com a bandidagem do dito estado islâmico há anos a fazer o que quer num importante pedaço do território, demonstra preocupantes sinais de uma governação inepta, incapaz de defender as populações das surtidas daqueles criminosos.

 

 

Amândio G. Martins

COSTA TEM QUE CAIR!

 António Costa e o seu governo "socialista" recusam-se a apoiar os cidadãos portugueses em dificuldades e os trabalhadores a recibos verdes. Recusam-se a aceitar uma derrota em toda em linha na Assembleia da República e perante Marcelo. António Costa é arrogante e fascista. Um palhaço sem sensibilidade social nenhuma. Merece cair. O BE e o PCP são demasiado moderados. O Chega de Ventura é nazi-fascista. Os outros não contam. Companheiros, camaradas, façamos a revolução aqui e agora!

segunda-feira, 29 de março de 2021

FANATISMO POLÍTICO E SUA MALÉFICA PRESENÇA NO TECIDO SOCIAL


                       “DE FANÁTICO E LOUCO, TODOS TEMOS UM POUCO”

          "O FANÁTICO POLÍTICO COSTUMA SER: REPETITIVO E AGRESSIVO"

Evito o máximo possível de criticar com veemência qualquer autoridade constituída, sendo taxado às vezes de ficar em cima do muro, expressão muito usada no Brasil, para designar pessoas que não se definem, e assim ficar enquadrado dentro do slogan dos políticos do estado de Minas Gerais, embora seja goiano (Goiás), que diz:  “ Nem contra, nem a favor...muito pelo contrário”.

Não o faço por falta de convicção, mas sim, pela vivência de muitos anos de vida, onde várias esperanças se foram, juntamente com a então certezas absolutas depositadas em várias autoridades, que ao longo do tempo não fizeram jus a elas. Ressaltando também, que nos meus momentos reflexivos, costumo perguntar a mim mesmo: será que estivesse eu nesta posição, faria melhor?

No meu entender, uma das piores doenças sociais, é o cego fanatismo político, caracterizado por enxergar virtudes absolutas em seus eleitos, sem antever a menor possibilidade de eventuais erros e só ver desvios nos adversários, mesmo em acertos. No campo da corrupção, o fanatismo costuma combatê-la até com certa tenacidade nos seus contrários e tolerá-la quando praticada pelos que lhes são favoráveis.  

A história é pródiga em relatar o que o fanatismo pode levar a um país, veja o caso da Alemanha na segunda guerra, onde este fenômeno social quase a retira do mapa, só não o fazendo pela complacência dos aliados, que permitiram a sua recuperação tornando-a livre e próspera. O drama da então combalida nação germânica só terminou com o fim da guerra, após o cabo Hitler (militar que tinha a patente de cabo na primeira guerra mundial), pôr fim na própria vida, para evitar a condenação por genocídio e crimes de guerra.

 A morte por suicídio do ditador Hitler foi acompanhada por muitos de seus fanáticos seguidores, ente eles várias mulheres, que costumam ser mais leais até no fanatismo. Um fato inusitado ocorreu com a Magda Goebbels, esposa do então ministro nazista Joseph Goebbels, que após dar fim na vida de seis de seus filhos, ao se suicidar, pronunciou as célebres palavras que ficaram registradas nos anais da história: ”que não suportaria viver no mundo sem o Hitler”.

Guardando as devidas proporções, no Brasil do capitão Bolsonaro existe alguma semelhança. Tenho ao acompanhar as redes sociais, vejo com preocupação a grande maioria de mulheres que, em cada 10 mensagens, 9 é para enaltecer a figura do presidente, sem nenhum senso crítico de realidade, não o tirando da cabeça nem em momentos de assuntos alheios à política.

A toxidade do fanatismo é tamanha, principalmente nas mulheres, acho que elas precisam de ajuda médica o quanto antes, pois as eleições se avizinham, e com a situação catastrófica em que o país se encontra, tanto sanitária por falta de controle da pandemia com mortes acima de todas as previsões mais pessimistas, e o caos social e econômico, é grande a possibilidade de não se consumar a reeleição, com irreparáveis  danos psicológicos no reino do fanatismo,  podendo migrar para situações mais graves fora de controle ,como a que aconteceu nos EUA.

Para concluir, tudo que foi escrito se baseia na lei das probabilidades e na ciência estatística, embora eu tenha em mente o dizer do grande economista, de saudosa memória, Roberto Campos (ministro da economia no primeiro governo militar): ”Estatística é igual biquíni, mostra tudo, mas esconde o essencial”.

O SUPERPODER DAS MEGAEMPRESAS

No capitalismo da vigilância, verifica-se uma promiscuidade enorme entre os Estados e as hiperempresas, submetendo-se os Estados cada vez mais aos interesses destas. O superpoder das megaempresas e da alta finança é esmagador. A opinião pública é cada vez mais formatada pelos media e pelos senhores dos computadores, das grandes corporações e da finança. Os direitos e regalias das classes mais desprotegidas tendem para o zero. Mas não só. O Estado e a grande máquina, o Big Brother, no fundo, controlam e vigiam cada vez mais as nossas vidas. Até quando? 

domingo, 28 de março de 2021

A CAVERNA DE PLATÃO

 A maior parte das pessoas vive acorrentada na caverna de Platão, a pastar, a comentar sombras. São escravos dos donos da caverna, que os mantêm cativos e manipulados mas que não deixam de ser ignorantes e imbecis, pois também nunca abandonam a caverna. Só alguns espíritos livres, esperemos que cada vez mais, põem em causa o absurdo da caverna e questionam e buscam a sabedoria, resolvendo aventurar-se, saindo da caverna, mesmo que isso seja custoso e perigoso, rumo à luz do sol, rumo à luz do dia, onde alcançam a clareza do espírito e a ideia de bem. No entanto, esses sábios, esses iluminados, não se contentam em reter a ideia de bem e a sabedoria só para eles e decidem regressar à caverna para transmiti-las à humanidade, tornando-se políticos, na acepção nobre da palavra. Contudo, quando regressam à caverna e transmitem os seus conhecimentos são mal recebidos e até apelidados de loucos, isto para não para falar do ódio dos donos da caverna. Todavia, aos poucos, outros homens e mulheres começam a filosofar, a questionar, a acreditar na ideia de bem e a pôr em causa a escravidão da caverna. Com a "Alegoria da Caverna" de Platão, aprendemos a libertação da escravidão e a condição humana. É essa filosofia que temos que pôr em prática agora. Contra os tiranos e em nome do Homem, da Luz e da Vida.

MAIS 600 MILHÕES


O Presidente Marcelo diz que: "estabilidade da banca preocupa todos os portugueses". Eu, sou português, e posso garantir-lhe que não estou preocupado. A minha preocupação é com a irresponsabilidade de quem dirige a banca.

António Costa diz que: "pedido do Novo Banco ultrapassa o devido". Talvez menos uns três ou quatro milhõezitos façam sentido, não?


José Valdigem

ASSALTO AO PETRÓLEO


Aqueles morcões do deserto, vão pagar bem caro o atrevimento de terem convidado a FIFA para fazer o Campeonato Mundial de Futebol no seu país. Platini e o seu bando vão "encher a blusa". O que se passou ontem em Belgrado, é um exemplo claro.

Impressionante, é a força mental do Ronaldo ! Passados poucos minutos daquele roubo descarado, em que ele terá sido o alvo principal, já estava nas redes sociais a tentar puxar-nos a moral pra cima. Que grande capitão!!!


José Valdigem

Limpeza que tarda

 

 MOSTRENGO ...

 

A feia protuberância

Que nasceu da manigância

De conluios de mau gosto,

Tarda em ser lancetada

E Viana aliviada

Dessa verruga no rosto…

 

Um bizarro mastodonte

Pegou de estaca na fronte

Da nossa bela cidade,

Mas muita gente empenhada

Não a quis envergonhada

E requer a dignidade.

 

Santa Luzia ao fundo

Precisa mostrar ao mundo

Que já foi desagravada,

E a princesa briosa

Do Lima muito ciosa

Do mostrengo libertada!

 

Amândio G. Martins

 

 

 

Aos tropeções

 

Pode ser que tudo não passe de um atraso, mais um, na conclusão do processo de desbloqueamento dos famigerados 750 mil milhões, a tal “bazuca” que tarda a ser espoletada. Na Alemanha, um grupo de 2.200 cidadãos de extrema-direita, auto-designado “Aliança da Vontade Popular”, com apoio do AfD, dirigiu ao Tribunal Constitucional alemão uma “queixinha”. Recheada de premissas jurídicas, do fundo, emerge o velho, estafado, mas muito apreciado argumento dos ricos para com os pobres: “já demos, não podemos dar mais”. Os alemães - que podem - não querem responsabilizar-se por imprevisíveis pagamentos no futuro, caso outros Estados-membros da UE não disponham de recursos para amortizar as suas partes. Estarão no seu direito…

De salientar que 75% dos votos no parlamento alemão deram aprovação à emissão de dívida conjunta pela UE, e que, no seio das autoridades executivas, resiste a confiança em que tudo não passará de um mero atraso processual. Já se adivinhavam, desde o princípio desta bazuca “retardada”, alguns obstáculos vindos do frio do Leste, e pode ser que tudo acabe em bem. O problema é que ainda há 13 Estados que não concluíram os processos, e, até que todos o façam, não se respirará fundo. A UE está trôpega.


Público - 29.03.2021

sábado, 27 de março de 2021

 

Público Sábado, 27 de Março de 2021 (Augusto K. de Magalhães, Porto)

 

Ex-Presidente continua a querer ser falado

Curiosamente o ex-Presidente da República — que tem sido o mais esquecido pela grande maioria dos portugueses —, que por norma quando reaparece é para criar crispação, agora, pela terceira aparição quase consecutiva, faz-se notícia por doar documentação “oficial”, ou “oficiosa” ou como possa ser assumida, à Presidência da República.

Serão documentos do seu tempo como primeiro-ministro — lembrando, ou fazendo lembrar, que foi, apesar de o negar, alguém inteiramente político.

E, ao ter de estar sempre a ser falado, será por ter falta dessa visibilidade?

O tempo do seu tempo já foi tempo.

Augusto K. de Magalhães, Porto

Enquanto o Ocidente tem vacinas

As vacinas contra a covid-19 chegam tarde por culpa das farmacêuticas e estas não são punidas pela gravidade dessas falhas que conduzem, certamente, a situações irreversíveis... O programa de vacinação, já não será cumprido. As produtoras privadas receberam milhares de milhões de euros de dinheiro público(!) e não cumprem os contratos... que foram elaborados numa base leonina!

A culpa também reside nos açambarcamentos feitos por países ricos, além das vendas paralelas, e
quem paga mais tem vacinas em excesso! Enquanto em África, revela a imprensa, há países que não têm vacinas. Esta gente acha que se não houver vacinação em massa à escala mundial, as populações vão ficar imunizadas? Até um leigo diz que não!

        Vítor Colaço Santos 

sexta-feira, 26 de março de 2021

Como tudo isto é tão frágil...

 

Uma “bisarma” dos mares, ao que parece por força de uma tempestade seca em terra, quedou-se atravessado num importante canal de navegação, por onde passa boa fatia da navegação comercial mundial, atravancando ali centenas de outros navios não se sabe bem até quando, e paralizando muitas actividades um pouco por todo o lado.

 

Num tempo em que grande parte das economias do Planeta andam presas por frágeis arames, o que menos precisavam era de um estropício assim...

 

 

Amândio G. Martins

quinta-feira, 25 de março de 2021

GRETA

 

Como afirma Greta Thunberg, "a nossa casa está a arder". É preciso mudar tudo ou quase tudo nas sociedades actuais. Daqui a menos de 10 anos não seremos capazes de emendar os nossos erros. Tem que ser feita uma redução de, pelo menos, 50% nas emissões de dióxido de carbono. A crise das alterações climáticas é a maior crise que o homem jamais enfrentou. Não podemos confiar nos políticos, nem nos financeiros, nem nos senhores do capitalismo da vigilância. Esses só falam em dinheiro, crescimento e empreendedorismo. Esses chacais masturbam-se com os seus joguinhos de poder. Temos que ser nós a agir, juntos com os jovens. A Humanidade e o Planeta estão em perigo de morte. Temos que esclarecer aqueles que ainda não estão esclarecidos e derrubar os chacais. Temos que mudar o nosso modo de vida. Temos que, para já, reduzir o aquecimento global para 1,5ºC. Estamos em plena sexta extinção em massa dos animais e cerca de duzentas espécies extinguem-se todos os dias. Há que acabar com o carvão e com o petróleo e substituí-los por energias renováveis. Ou escolhemos ser uma civilização, seguindo a via das comunidades anarquistas, das comunas livres, ou caímos na morte ou na barbárie completa.

Improviso

 

EX ABRUPTO

 

 

Enfim canta o cuco por estes lados

Como quando chega a primavera

Mas hoje não é nada como era

A primavera de tempos passados.

 

Agora as estações não cumprem prazos

Notam muitos habitantes da Terra

E o que este “improviso” encerra

É não acreditar que são acasos.

 

Já não há primaveras como antes

Sente-o um que já viveu bastantes

Mesmo que nos pareçam sempre novas;

 

Quem pelo campo percebe as mudanças

E recuar às saudosas lembranças

Encontrará indesmentíveis provas...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

quarta-feira, 24 de março de 2021

A desonestidade intelectual de Cavaco Silva


Cavaco num "sermão" para sociais-democratas ouvirem, vem criticar o governo, porque a determinada altura fomos os piores no combate à pandemia. 
Até aí tem alguma razão, mas antes tínhamos sido os melhores e sua Exª se não fosse um presidente de facção tê-lo-ia felicitado.
Agora voltamos a ser os melhores e sua Exª está calado
Portanto, para bem do PSD será bom que se cale, porque a sua credibilidade, para as pessoas que ora votam duma maneira ora votam doutra  é zero.

Quintino Silva

A vacina da AstraZeneca tem que se lhe diga...

O fogo contraditório que se levantou à volta da vacina Astrazeneca não se vai apagar tão cedo. A funda suspeita de já ter provocado efeitos secundários graves e mortos num número não despiciendo, levou à sua suspensão, e bem!, em diversos países. Comentadores televisivos 'vacinólogos' vieram clamar que a interrupção foi um erro grave... Tivessem sido eles os atingidos não teriam, certamente, opinião pública favorável à vacina. 

Os responsáveis europeus da saúde dizem que a inoculação é segura... mas apelam para que os vacinados 
estejam atentos aos diversos efeitos nocivos produzidos pela inoculação(!). Para mim e minha família, AstraZeneca, não obrigado! Não façam do Povo tolos, porque isto é cauda escondida com gato de fora.

Vítor Colaço Santos 

 INSACIÁVEIS


O Presidente da Companhia, mais o cabeludo, mais o Ministro da Tutela, recordaram-me aquela cena hilariante do filme Feios, Porcos e Maus, em que o ator principal (Nino Manfredi), está deitado na cama com a vaca da amante dum lado e a porca da mulher do outro, e diz: calma que isto chega pra todas...


José Valdigem

País de humoristas

Ao mesmo tempo que nos “escandalizamos” com a discussão, na Assembleia da República, de temas tão importantes como a eutanásia ou a pertença de titulares de cargos públicos à Maçonaria ou ao Opus Dei (obviamente legítimos, mas de questionável oportunidade face aos difíceis problemas que a pandemia originou e que há que solucionar), como é possível que se perca - e faça perder - tempo com bizantinices de semântica como as que o presidente do Conselho Económico e Social, Francisco Assis, lançou para debate? O político-linguista parece ignorar que o Conselho a que preside deve ser, por excelência, o espaço de diálogo entre o Governo, os Parceiros Sociais e outros representantes da sociedade civil organizada, na busca de soluções concertadas para problemas de grande profundidade na realidade sócio-económica do país. Que se discuta que o CES passe a designar, por exemplo, “os trabalhadores” e “os pensionistas”, por expressões como “a população trabalhadora” ou “as pessoas pensionistas”, é gozar com quem trabalha, como diria Ricardo Araújo Pereira.

terça-feira, 23 de março de 2021

BENDITOS/PRIMAVERA

 Primavera na aldeia. O sol. Os vasos. As casas. As pessoas dão-me alento. Até me dizem que a minha escrita lhes dá forças. E preocupam-se comigo, com a minha saúde.

É manhã. Os galos cantam. A vida é uma bênção, apesar de tudo. O milagre de nascer, de estar aqui. O gato, o Pi, mia. Bendita Criação. Bendito Criador. Benditos os que criam, os que pintam, os que escrevem poemas. Bendita seja a música e o mar e as estrelas. Bendita seja a  mulher, o homem, os animais, as plantas, as pedras. Bendito seja o cosmos, o universo, o Big Bang, o princípio de tudo.

 

EFEITOS COLATERAIS DA PANDEMIA


faz hoje oito dias, o companheiro de escritas e também colaborador do Setubalense, Juvenal Danado, no seu artigo de opinião “Uma Praga de Máscaras”, queixava-se que “em Setúbal, encontramo-las por todo o lado. Vejo-as às dúzias nas minhas caminhadas”. E acrescentava que na praia da Saúde apanhou “duas sacadas de plástico e onze máscaras”.

Pois é amigo Juvenal e caros leitores, a falta de civismo, de respeito pelo meio ambiente e pelos outros, quem nos dera que fosse exclusiva desses nada exemplares cidadãos setubalenses. Infelizmente é geral. Na minha zona, com certeza um pouco por todo o país, é igual. Por exemplo, também já apanhei sacadas de plástico e dezenas de máscaras nas praias da Costa da Caparica e também dei conta disso aqui neste utilíssimo jornal. É importante que se faça. E decidi, tal como o companheiro Juvenal com indignação e tristeza, voltar a fazê-lo em relação a mais uma praga, a mais um “efeito colateral” da pandemia, talvez ainda mais grave: o aumento de plásticos atirados ao deus dará.

Restaurantes, cafés, bares, etc., passaram a servir cafés ao balcão ou ao postigo e o cliente vai tomar a agradável bebida fora. E uma grande percentagem dos copos e colheres de plástico, não vai para os recipientes públicos próprios, mas para onde calha. E aí temos mais uma praga a conspurcar a via pública. Muita dela, vai parar a valas, ribeiros e outros cursos de água, e daí, ao mar, onde já se encontram milhões de toneladas de plástico .Um perigo para a vida marinha e, direta ou indiretamente para nós, humanos. Mas além dos copos para o café, os restaurantes acondicionam as refeições que vendem para fora também em recipientes de plástico assim como os respetivos talheres.

Se este comportamento irresponsável, para não lhe chamar criminoso, não for travado, é acelerar a marcha para o abismo.

Fruto da poluição, não vemos as terríveis consequências das alterações climáticas? Portanto, senhores governantes, que é preciso mais, para sensibilizar esta gente? Que tal reduzirem, pelo menos na televisão e rádio públicas, um pouco os intermináveis e tão frequentes debates sobre futebol, concursos simplórios e telenovelas, e explicarem a estas pessoas a gravidade dos seus lamentáveis comportamentos? E depois, para os mais recalcitrantes, mão pesada! Multas a valer! Dizer ainda que além disso, existem alternativas! Aliás, já uma percentagem desses utensílios, é feita de materiais biodegradáveis.

Evidentemente, há agressões ainda maiores à Natureza, como a destruição de florestas, ou explorações agrícolas intensivas e superintensivas com recurso a doses industriais de fertilizantes e pesticidas, como os olivais e amendoais no Alentejo. Umas e outras, visam apenas o lucro. As primeiras, devem acabar. As outras, substituídas pelos métodos tradicionais. Tudo isso e muito mais, deve ser corrigido. Mas também os comportamentos individuais que referimos.

É urgente que se faça. O planeta, a nossa casa comum, está a atingir os limites e não temos outra.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O Setubalense"







segunda-feira, 22 de março de 2021

O lado "bom" da pandemia

 

Diz quem sabe que, no aperto de mão, se revela muito do que a pessoa é realmente, para lá da estima e respeito que possa merecer a pessoa a quem se aperta a mão; e concordo inteiramente, tanto mais quanto o pude comprovar largamente ao longo da vida.

 

De facto, sobretudo por força de uma actividade profissional que me obrigava a contactar muita gente, apertei muitas mãos que me deixavam enojado; e houve decerto situações em que, apesar do meu traquejo profissional, não consegui disfarçar a repulsa que me causava sentir que ao meu aperto firme correspondia uma mão displicente, mole e peganhenta, com o seu "dono" olhando para o lado ao mesmo tempo.

 

E não me repugnava que estivesse suja do trabalho que a pessoa andasse a fazer, ou sabe-se lá do quê mais, como aquele situação que um radialista brasileiro certo dia contou com graça no seu programa: um casalinho de namorados, depois de largo tempo “enroscado” no andar de cima, foi chamado pela mãe da moça para o lanchinho que tinha preparado; devorando com apetite os bolinhos, o rapaz decidiu elogiar a “sogrinha” desta forma: “Seus bolinhos de bacalhau, D. Mariquinha, são uma delícia”... A senhora, depois de uns segundos a olhar para o sujeito, ter-lhe-á respondido nestes termos: “Que bolinhos de bacalhau?! Vá já lavar essas mãos, seu porco”!

 

Se é que esta coisa que vem atrapalhando todo mundo pode ter algum lado bom, talvez seja este de nos desobrigar de apertar qualquer mão que se nos estenda despida do verdadeiro significado que deve ter esse gesto.

 

 

Amândio G. Martins

 

domingo, 21 de março de 2021

Já não veremos a "Terra Prometida"

 

AUTÓMATOS

 

A gente fica desorientada

Num mundo assim desumanizado

Com o trabalho automatizado

Onde a pessoa conta para nada…

 

Se esta nova coisa nos degrada

Sem podermos mandá-la ao diabo

Não poderá ser do nosso agrado

Se nos faz a dignidade aviltada.

 

Não veremos a “terra prometida”

De virmos a gozar de melhor vida

Com mais cultura e activo ócio;

 

Porque a mais-valia produzida

Em vez de ser mais bem distribuída

Fica toda no dono do negócio...

 

Amândio G. Martins

 

 

sábado, 20 de março de 2021

a Primavera em sinais...

As estações do ano sucedem-se no seu ciclo natural, mais ou menos repetitivo no tempo e nos seus sinais demonstrativos, que apesar de tudo nos surpreendem com belas imagens diversificadas.

Para lá do absurdo

 

Ouvi na Antena 1 a entrevista a um professor de português a exercer na Venezuela, que se queixava de não lhe ser possível sobreviver com o ordenado mensal de 4€, que disse ser quanto ganha um professor naquele país.

 

 Mesmo tratando-se da Venezuela, onde o absurdo é a regra em quase tudo, não dá para perceber como tal situação é possível, dada a importância que deveria ser atribuída ao ensino da nossa língua lá onde a comunidade portuguesa é tão numerosa.

 

Como não me parece possível que os responsáveis da governação em Portugal desconheçam aquela miséria, questiono-me que diabo de resultados pretenderão alcançar com uma situação daquelas...

 

 

Amândio G. Martins

ISTO NÃO TEM POR ONDE SE LHE PEGUE


Há 18  anos que está alinhavado, na Assembleia da República, um Projeto-Lei que visa criminalizar o "enriquecimento ilícito"  de titulares de cargos públicos. Para o pôr em prática, basta que os dois maiores partidos (PS e PSD) se ponham de acordo quanto à redação final. Ainda não foi desta. Nunca convém a quem está no poder. Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é burro e não tem arte.             Realmente, pensando bem, tem algum cabimento, enfiar na choça um sujeito todo engraxadinho, todo perfumadinho, no meio daqueles bandidos feios, porcos e maus? Era o que "falfava"...


O SEF mudou de nome (consciência pesada?).                                                                                                 O preço daquele "hotel" no aeroporto Humberto Delgado, com vista para o inferno é de 100 euros/dia!!!    Entretanto, o ministro Cabrita ainda não se demitiu.


José Valdigem

PAI (NÃO ENCAIXO/NÃO SUPORTO)

 Não, Pai. Falho. Não encaixo neste mundo. Apesar de, até certo ponto, ter singrado na poesia, na música, na crónica, na luta política, sinto que não sou daqui, do negócio, da competição. Pai, venho da pureza, da liberdade, da libertinagem. Tu ensinaste-me o sentido da justiça. Por isso não suporto tantos serem escravizados e controlados por uns poucos. Por isso não suporto vê-los a trepar uns para cima dos outros. Por isso não suporto a destruição do prazer, do amor, da liberdade e da vida.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Terrorismo assassino em Moçambique

Já em 2013 começou o foco de tensão e desde 2017 para cá, em Cabo Delgado (chamado cabo esquecido pelas populações), verifica-se o assassinato gratuito das populações pelos mandantes da guerra, que além de decapitarem crianças, as meninas, neste cenário, são avassaladoramente levadas e violadas(!).

Estes inqualificáveis crimes deveriam ter a atenção do Tribunal Internacional. Esta exponenciada violência que gera o caos interessa a quem continua a predar as riquezas naturais naquela zona do Norte de Moçambique... Quem está a pagar esta enorme mortífera factura são os mais pobres, que são obrigadas a deslocalizarem-se para zonas sem quaisquer condições de habitabilidade e subsistência. 
À excep​ção do Secretário-Geral das Nações-Unidas, António Guterres não ouvimos ninguém a pronunciar-se sobre esta mortandade, porquê? Portugal, como país colonizador e com laços com Moçambique, finalmente, irá enviar tropas para o terreno, no sentido de conter o terrorismo assassino. 
A pressa exige, que depressa se tomem posições e acções internacionais, para que os nossos irmãos moçambicanos, não fiquem mais sujeitos à pandemia do silêncio e por consequência da morte!

Vítor Colaço Santos 

quarta-feira, 17 de março de 2021

Governo/PS não cumpre a Constituição nas relações internacionais

Estabelece o artigo 7.º (Relações Internacionais) da Constituição da República Portuguesa, o seguinte: «1. Portugal rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do respeito dos direitos do homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados e da cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade». »2. Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança coletiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos». É incompreensível, e ao mesmo tempo inadmissível, que o Governo de Portugal e o seu Ministério dos Negócios Estrangeiros protagonizem actos e decisões, como estas: ------------ - A meio de Dezembro de 2020, foi apresentada na Assembleia Geral das Nações Unidas uma resolução contra a reinterpretação e revisão histórica da segunda guerra mundial, que nomeadamente pretende branquear o nazismo e os seus crimes. O objectivo da resolução é de combater todas as formas de fascismo/nazismo, de xenofobia, de racismo e intolerância, apelando para que todos os países tomem medidas nesse sentido, especialmente legislativas. A resolução foi aprovada por 130 países; 2 votaram contra (Estados Unidos e Ucrânia); 51 países abstiveram-se (entre os quais os membros da União Europeia e Nato, e nos quais figurava Portugal). ----------- - A 20 de Janeiro de 2021, após ratificação por 50 países, o mínimo para o efeito, entrou em vigor o tratado de Proibição de Armas Nucleares, que foi aprovado em 2017 pela Assembleia Geral da ONU. Este tratado é considerado uma importante decisão cujo objectivo é a eliminação total das armas nucleares-António Guterres, secretário-geral da ONU, saudou o facto e apelou para todos os países «trabalharem no sentido (…) da protecção e segurança colectivas». Portugal não ratificou o acordo. O governo/PS, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Santos Silva, não vê utilidade no tratado para proibir armas nucleares, e prefere que se mantenha o equilíbrio de terror., seguindo as pisadas das potências nucleares, da Nato e da União Europeia. --------- Durante o passado mês de Janeiro a União Europeia e os seus 27 países retiraram, dois anos depois, a Juan Gaidó, a qualidade incompreensível de «presidente interino» da Venezuela, que lhe haviam atribuído em Janeiro de 2019, em intromissão inadmissível nos assuntos internos daquele país sul-americano, dando-lhe agora o título de «interlocutor privilegiado», depois dele deixar de ser o presidente da Assembleia Nacional, após eleições a que nem sequer concorreu. Embora tal não diminua a sanha persecutória da U.E., seguindo as pisadas e orientações dos E.U.A. E tal acontece, apesar das conclusões da relatora especial da ONU, Alena Douhan,, que considera ilegais as sanções contra Venezuela. ---------- O Governo/PS não cumpre a Constituição da República, na importante e sensível área das relações internacionais. E o PR Marcelo, é igualmente responsável, por não fazer cumprir e também cumprir a Constituição da República, como jurou.

terça-feira, 16 de março de 2021

 

TURBULÊNCIA NA AVIAÇÃO CIVIL E OS SUSPEITOS DO COSTUME


Com a maioria dos aviões em terra devido à pandemia, anda agitadíssima a aviação civil em Portugal. É a TAP a reduzir a frota, trabalhadores e salários, a Groundforce , já com os mesmos em atraso e até com a continuidade da sua existência em causa, e a localização do novo aeroporto pretendida pela ANA/VINCI e pelo Governo, a pôr em pé de guerra ecologistas, autarquias e populações.

Toda esta agitação e angústia dos trabalhadores das respetivas empresas, quando o que o importantíssimo setor precisa, é de tranquilidade para se manter com o menor custo possível, para depois arrancar assim que a pandemia dê tréguas. Os culpados, excetuando a pandemia, evidentemente, são os suspeitos do costume: os que retalharam e privatizaram grande parte do Grupo TAP; PS,PSD e CDS.

A juntar aos problemas referidos, outro grande, mas positivo, sinal de alerta, foi a decisão da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), ao discordar da opção da construção do Aeroporto Complementar do Montijo.

Será preciso ser-se especialista em aeroportos e aviação, para se ver ,a olho nu, que a opção Montijo, não é uma solução correcta e de futuro? Com a sua localização junto ao Tejo, pouco mais possibilitaria que um apeadeiro aéreo, e com o tremendo impacto ambiental e humano reconhecido por especialistas, pela generalidade das organizações ecologistas, por autarcas e pelo cidadão comum. Quando existe outra opção (Alcochete) na região, cujo impacto ambiental e humano, é muitíssimo mais reduzido e com possibilidades de se construir um aeroporto de raiz de dimensões quase ilimitadas. E ainda, será de descartar liminarmente, a utilização plena de um aeroporto de grandes dimensões já construido, a 137 quilómetros em linha reta de Lisboa, ou a 177,pela A2, em Beja?

Portanto, em defesa do meio ambiente, das populações da região e do interesse nacional, fez bem a Câmara Municipal do Seixal, face à lei vigente, ter-se oposto ao apeadeiro aéreo do Montijo.

Fazem mal, o Governo/PS e o Dr. Rui Rio ao disponibilizar-se para, mais uma vez, juntar os votos do PSD aos do PS para alterarem a lei e satisfazerem os interesses da multinacional VINCI, a quem venderam a empresa Aeroportos e Navegação Aérea (ANA), e acordaram (o atual Governo) com a mesma, a exploração dos aeroportos nacionais durante 50 anos. Por isso , segundo o suplemento de economia do DN e do JN, Dinheiro Vivo de 6/3/21, a referida multinacional, ameaça exigir uma indemnização de 10 mil milhões de euros se a opção Montijo não se concretizar. Exigência essa, entretanto, desmentida na SIC Notícias, pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos. Esperemos que tenha razão, e que se diga, não!

Conclusão: se este setor vital, como outros, para a economia e para o país, nunca tivesse saído das mãos do Estado e tivesse sido gerido como devia, evitavam-se todos estes problemas. Ganhavam os trabalhadores, os contribuintes e o país.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O Setubalense"











A Groundforce não pode morrer

O que irá acontecer aos trabalhadores da Groundforce? Não lhes pagar os salários que lhes assiste por direito próprio é, também engrossar os pedidos ao Banco Alimentar contra a Fome(!). Onde estão os largos milhões de euros que a empresa contabilizou em anos anteriores? Considerando que estes trabalhadores são essenciais e que recebem mais do que 60% do tráfego turístico nos nossos aeroportos e, o governo querendo priorizar o turismo (que mais cedo do que tarde - virá), como alavanca económica, urge resolver esta situação.

Relembre-se que são 2 400 trabalhadores sem salário! Por experiência pessoal, trabalhar e não receber o justo salário quando é devido, além de revoltante é indigno e desumano!

          Vítor Colaço Santos

Confundir e ludibriar incautos

 

Parece ter ficado claro que a lei da morte medicamente assistida só precisa ser limada nalgumas “arestas” para não levantar dúvidas aos juízes do Tribunal Constitucional; todavia, ouvindo os pretensos defensores da vida, a recente decisão daquele tribunal foi uma grande vitória...

 

A sua desfaçatez para confundir e ludibriar incautos é impressionante, tanto mais quanto querem fazer crer serem gente altamente qualificada para fazer valer as suas ideias, apresentando os opositores como facínoras que o que querem é poder matar à vontade pessoas debilitadas e indefesas.

 

 

Amândio G. Martins

 

segunda-feira, 15 de março de 2021

A economia na saúde


Num estudo muito recente da autoria do economista dr. Eugénio Rosa, o autor aponta diversos dados estatísticos que, se não surpreendentes, são bastante preocupantes e elucidativos. Vou referir, com a devida vénia, alguns deles.

Em Portugal, a esperança de vida à nascença, entre 2006 e 2017, aumentou de 79 anos para 81,6 anos. Em 2019, já tinha descido para 80,9 anos, sendo previsível que os dados de 2020, quando forem conhecidos, revelem uma descida ainda mais acentuada, atendendo às mortes causadas pelo covid e pelas doenças não covid devidas à falta de assistência médica. (Fontes: Eurostat e INE).

Entre 2012 e 2019, em Portugal, o número de anos de vida com saúde diminuiu de 63,6 anos para 59,2 anos. Na UE, o mesmo indicador, em igual período, aumentou de 61 anos para 64,6 anos. (Fonte: Eurostat).

As transferências do Orçamento do Estado para o SNS, no período de 2015 a 2021, foram sempre inferiores aos custos que este Serviço teve de suportar. (Fonte: Ministério da Saúde).

Todas estas evidências se explicam pelo desinvestimento contínuo que provoca a falta de meios conhecida no SNS. De sublinhar, entretanto, que esta tendência nem sequer começou com a troika, já vem de trás, com a progressiva degradação do SNS, ao mesmo tempo que o sector privado da saúde se fortaleceu. 


domingo, 14 de março de 2021

Nojo dourado


Por acordo com António Mexia, a EDP vai-lhe pagar a compensação de 800 mil euros anuais até 2023, mais uma caterva de chorudos seguros, no pressuposto de que o gestor se abstenha de lhe fazer concorrência. Por outras palavras, Mexia vai ser pago na condição de se obrigar a um período de nojo de trabalho. Tudo resulta, afinal, da muito discutível decisão que, há tempos, o juiz Carlos Alexandre tomou, suspendendo Mexia das suas funções naquela empresa privada. 

É claro que não será o Estado a pagar directamente essa compensação, mas lembremo-nos daquela velha máxima de que “o que é bom para a General Motors é bom para os EUA” que o referido juiz, certamente com as famosas “rendas excessivas” no pensamento, incorporou, transpondo-a para a EDP em Portugal. Tratar-se-á, pois, de uma espécie de Rendimento Social de Inserção que possibilitará a subsistência de Mexia até ao seu regresso ao trabalho. Só falta a extrema-direita manifestar, mais uma vez, o seu repúdio por estes apoios a quem não quer ou não pode trabalhar, como faz habitualmente com os “felizardos” (por norma desempregados) “responsáveis” pelo descalabro no défice orçamental e na dívida pública, por se “enriquecerem” mensalmente com umas escassas centenas de euros.

sábado, 13 de março de 2021

DESTRUAMOS ESTA SOCIEDADE DESPREZÍVEL!

 O capitalismo da vigilância controla as nossas vidas, agora ainda mais com a pandemia. A internet, as redes sociais, os smartphones, os media e os seus patrões estão em todo o lado, aliados aos governos, tomando conta dos nossos comportamentos, sentimentos e pensamentos. 

Tudo se compra, tudo se vende. A vida está à venda no mercado. Somos números, coisas, mercadorias nas mãos dos senhores da finança e da economia. Parece que estamos mais informados e conectados mas, na verdade, estamos mais isolados, entediados e deprimidos. As doenças mentais agravam-se. Estamos verdadeiramente cada vez mais sós e doentes. Esta sociedade não presta, mata-nos. Dá-nos uma ilusão de felicidade em forma de lazer e de consumo. Mata-nos de sacrifício e trabalho. Põe-nos a competir uns contra os outros pelo dinheiro, pelo estatuto, pela carreira. Imbeciliza-nos. Faz-nos endeusar o Dinheiro. Faz-nos obedecer, servir os Poderes. 
A internet até pode ser um bom instrumento se for usada de forma livre e libertária e não ao serviço das grandes corporações e dos governos. 
A linguagem dos partidos comunistas que atribuem um papel messiânico à classe operária está ultrapassada. A classe operária já não é uma classe revolucionária. Voltemo-nos para os jovens, para os artistas, para alguns intelectuais, para alguma pequena burguesia. Destruamos esta sociedade desprezível. Ergamos a sociedade sem Deus nem amos. Ergamos a sociedade anarquista.

 

Público • Sábado, 13 de Março de 2021 Augusto Küttner de Magalhães

Desconfinar

Como pessoa e como avô, o desconfinar instituído para a segunda quinzena deste mês de Março é muito adequado.

Como cidadão está mal.

Como pessoa, dá para sair livremente, ir cortar o cabelo, ir tomar livremente o café ao postigo.

 Como avô, dá para sentir que a necessidade dos netos de saírem, normalmente, todas as manhãs, para irem para a escola, para poderem conviver ao vivo com a miudagem das suas idades, para “normalizar o mais possível “, está muito bem.

Como cidadão em Portugal e na Europa está mal.

Vai ser possível, gloriosamente, ter a atitude de que com a baixa tão acentuada de casos novos de covid-19 é possível ir normalizando — mesmo que ainda haja uma tremenda falta de cidadãos e cidadãs vacinados.

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

Parabéns ao centenário PCP

Não é preciso ser afecto ao PCP, para considerá-lo coerente. Não se reclama social-democrata, se bem que a sua prática por vezes tenha algumas dessas nuances. Não confundir com a social-democracia de contrafacção do PSD...

A sua ligação ao mundo sindical tem sido relevante ajudado os trabalhadores nas suas justas lutas. Quem não luta perde sempre, quem luta muitas das vezes tem ganho! Não podemos partilhar de vários apoios internacionais do PCP, tais como: ao musculado líder russo Putin, (amigo de Trump); ao Partido Comunista da China, um país dois sistemas(!), capitalista e dito comunista, que valha a verdade é tão comunista quanto o Salazar foi democrata. Basta ver a sua posição face a Hong-Kong... cuja bota cardada do imperador, Xi Jinping, esmagou qualquer veleidade democrática daquele pequeno território. De facto!

Há a salientar, que na história do PCP há notáveis figuras da sua vida política, que foram literalmente apagadas! Um exemplo: Francisco Martins Rodrigues(FMR), evadido da cadeia do Forte de Peniche com Álvaro Cunhal, brilhante camarada com uma consistente preparação ideológica e bem acima da média. Hoje, camadas mais jovens do partido nem sabem quem é(!). Sei do que falo. 
Quem teve divergências, e FMR teve-as, jamais pode ser sumido... 

Não haja quaisquer dúvidas em reconhecer que o PCP, nos dias que correm, é o único partido que tem implantação, organização e capacidade mobilizadora junto dos trabalhadores, daí ser um valor acrescentado, ainda mais quando á sombra e respaldo da pandemia se cometem as maiores atrocidades contra os trabalhadores!

        Vítor Colaço Santos

NB: A quem interessar consulte no google, Francisco Martins Rodrigues.

        Vítor Colaço Santos

quinta-feira, 11 de março de 2021

Qual centro?

O 'troikista' e de direita, Carlos Moedas, do PSD diz querer unir o centro, para a eleição à Câmara Municipal de Lisboa. Qual centro? Esta gente não é séria e tem vergonha em se assumir de direita! A seriedade, o rigor e a verdade andam arredadas da política de direita. Depois os políticos choram lágrimas de crocodilo pelos elevados índices de abstenção. Todos os partidos atrelados a Moedas (má moeda, diga-se) são de direita. Só falta o Chega para compor a aliança, e por mais que este diga que não o quer - é música para os ouvidos dos lisboetas. Observe-se o que aconteceu nos Açores, o PSD aliou-se àquele partido para governar o arquipélago... A sua apresentação pública foi duma pobreza tal, que nem teve a presença de quem o convidou, o líder Rui Rio. Olhando para o currículo de Moedas durante a (ou melhor, para além da) troika... é de fugir!

         Vítor Colaço Santos 

quarta-feira, 10 de março de 2021

Espanto

 

É com profundo espanto que tomei conhecimento que o meus País vai estar no Festival da Canção com uma canção em inglês? Temos uma língua universal que é conhecida nos quatro cantos do Mundo e vamos cantar lá fora noutra língua que embora conhecida não é a nossa.

Não devia ser obrigatório que nestes concursos as letras das canções fossem em português? Não é censurar as actuações mas sim lembrar regras que devem defender a nossa história.

Maria Clotilde Moreira

Público - 09.03.2021


Não lhe dêem cavaco

O ortodoxo, Cavaco Silva voltou à política pela porta baixa. Falou da nossa «democracia amordaçada», como se durante os largos anos em que foi 1º ministro e presidente da República, a democracia fosse exemplar. Não foi! Nem vale a pena mencionar os erros, as injustiças e a grosseria exponenciada, como no caso do laureado escritor, José de Sousa Saramago... O seu pensamento estruturado é menos que medíocre. Quem amordaçou a democracia foi ele. Como exemplo: suspendeu como presidente da República, as homenagens aos militares obreiros do 25 de Abril! Acompanha-o, ainda um enorme ressentimento em relação ao governo anterior apoiado pelo PCP e BE. Caso fosse com o apoio do seu PSD não havia mordaça... Seria avisado que os seus colegas de partido lhe dissessem que os ex-presidentes têm de ter dignidade. Nos seus mandatos, jamais implementou quaisquer medidas a favor dos trabalhadores. O velho Cavaco não está cá... Não lhe deem cavaco!

                     Vítor Colaço Santos 

terça-feira, 9 de março de 2021

Indecência

 

5,5 mil milhões de euros é imenso dinheiro, mas foi esta impressionante soma que, segundo um estudo que pôde ler-se no JN, foi sonegada às mulheres portuguesas, só em salários do ano passado, por receberem menos que os homens em cargos iguais.

 Agora pensemos nas muitas horas de trabalho extra que também lhes exigem e não pagam, e todo o outro trabalho gratuito que tradicionalmente lhes cabe no seio da família, que todos esperam ver feito mas muito raramente é reconhecido, porque lhes “compete” a elas e só elas é que sabem fazê-lo...

 

 

Amândio G. Martins

segunda-feira, 8 de março de 2021

no DIA INTERNACIONAL DA MULHER

DIA INTERNACIONAL DA MULHER (08/03) - POUCO A COMEMORAR

      PARA ILUSTRAR, VÍDEO COM A MÚSICA “DEIXA EU TE AMAR” COM AGEPÊ


A mulher, apesar da evolução de sua presença na moderna sociedade, ainda está sujeita a forte discriminação, indevidamente camuflada e justificada pelos aspectos culturais dos povos que habitam os mais remotos rincões do planeta.

No mundo ocidental a diferença é menos acentuada, mas ela ainda está presente em alguns aspectos, um deles é o salarial, onde, com mesma função e competência, a mulher tem menores rendimentos.

Particularmente no meu querido Brasil, apesar de muito melhor do que já foi, se tem uma sociedade acentuadamente machista, espelhada em todos os aspectos, a começar pela tenebrosa violência doméstica.

O pai ao anunciar o sexo da criança é alvo de efusivos cumprimentos, quando diz aquela clássica palavra usada por aqui: “tem vírgula”.

Nas brincadeiras entre amigos, quando o pai é engenheiro recém-formado, ao anunciar que a criança é uma filha, vem o consolo: “não se preocupe a primeira obra sempre trinca”. Nas divergências profissionais, engenheiros querendo menosprezar o arquiteto sempre diz: “Quem projetou a mulher foi o arquiteto, porque colocou a área de lazer perto do esgoto”. O próprio atual presidente, pai de quatros mancebos e uma filha, disse que a teve mulher, por ter fraquejado no momento de sua geração.

Por tudo isto, no meu ponto de vista, ainda considero a mulher sobrevivente em um mundo cuja sociedade foi criada exclusivamente pelo e para o homem.


 

Viva a birra!


A propósito das infelizes declarações de Cavaco Silva (C.S.) sobre uma imaginária nova forma de democracia, lembra-nos Manuel Carvalho (M.C.) no Editorial do PÚBLICO de domingo, que o ex-presidente não consegue esquecer a sua própria aversão a António Costa e ao modelo de Governo que este o obrigou a “engolir”. Isto, a par da azia que Marcelo lhe provoca, porque desempenha com brilho e maioritário reconhecimento as funções que C.S. mediocremente exerceu, a ponto de todos o termos já atirado para o baú das inutilidades desagradáveis, leva-o a inventar o que não existe, designadamente uma “democracia amordaçada”, talvez uma contradição nos termos, uma vez que, amordaçadas, só se concebem as não-democracias. E logo ele, que fez olhos baixos e orelhas moucas aos atropelos jurídicos que o Governo de Passos Coelho cometeu, e mais cometeria, se o Tribunal Constitucional, à época, não lhe pusesse travões. 

Vamos deixá-lo falar. Recorrendo mais uma vez a M.C., parece-me evidente que C.S. se tornou ridículo e birrento. Não haverá nenhum conselheiro que o avise? E, já agora, avisem-no também de que já não se justifica falar de “geringonças”. O homem não lê jornais?


Público - 10.03.2021, com pequenos cortes e o título alterado para "Birra".

domingo, 7 de março de 2021

Profanação de cadáver

 

NEM OS MORTOS ESCAPAM

 

 

Mãos largas a propalar probidade

Também prolixo em vulgaridades

Quererá fingir excentricidades

Para disfarçar a senilidade...

 

Nem mortos poupa da iniquidade

Reduz o rigor a banalidades

Raro que não debite alarvidades

Tão grande e grotesca a boçalidade.

 

Se os mortos “alegam” insolvência

Essa tão descarada insolência

Não pode ficar na impunidade;

 

A corrupção da morte é bem medonha

Não condená-la é grande vergonha

E também ofensa à dignidade...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

 

sábado, 6 de março de 2021

CENTENÁRIO DO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS

«A fundação do PCP em 6 de Março de 1921, não foi fruto do acaso nem de uma decisão arbitrária. Foi a expressão de uma necessidade histórica da sociedade portuguesa. Foi o resultado da evolução do movimento operário português ao atingir um determinado estádio de desenvolvimento. Foi também a expressão nacional das grandes conquistas teóricas e práticas do movimento operário mundial na época da liquidação do sistema capitalista e da transição revolucionária para o socialismo. A história do PCP tem as suas raízes na história do povo português e é parte integrante e fundamental dessa história.» (1921-1926 A formação do PCP», no livro «1921/2021 100 ANOS DE LUTA», edições Avante)

Na metade de meio cêntimo

 

MELANCOLIA

 

 

Quase a meio do século vinte

Entrava eu a chorar neste mundo

Talvez adivinhando o mal profundo

Que lhe fizera o execrado biltre...

 

Bom para poucos o tempo seguinte

E para muitos uns cheques sem fundo

Ou se era humilde ou vagabundo

Para alguns gozarem de requinte.

 

Demoravam os avanços sociais

E nada de querermos ser iguais

Utopia que não sai do tinteiro;

 

Sempre os mesmos a quem dão os convites

Cada vez maiores os apetites

Onde o espertalhão chega  primeiro!

 

 

Amândio G. Martins