O PREÇO DA GUERRA, INJUSTIÇAS E DESPERDÍCIO
O preço de qualquer
guerra é sempre elevado. Nem que se tratasse apenas da perda de uma
única vida. Mas, qualquer uma, vai muito para além disso, como é o
caso da que está em curso na Ucrânia. Desta, a principal vítima,
evidentemente , é o povo deste país. Depois o da Rússia, e pelas
consequências da dimensão, das sanções e dos países
envolvidos,os restantes povos da Europa e não só.
Em relação a nós,
portugueses, como todos já bem sentimos na carteira, sobretudo, como
sempre, os de menores posses que é a grande maioria.
A partir do aumento
do preço dos combustíveis, gasóleo, gasolina e gás, tudo sobe.
Isto, em relação a estas matérias que, como se sabe, a Rússia é
um grande produtor e exportador. Em relação à Ucrânia, é o caso
dos cereais. Milho e, sobretudo, trigo. Felizmente, ainda não nos
faltou porque temos outras fontes de abastecimento (e podíamos
produzir bem mais do que produzimos), mas com os preços a subiram no
mercado mundial, somos também afetados. Afetados, e muito, somos
também noutros aspetos. Desde logo, e bem, pelo acolhimento aos
refugiados que já são largas dezenas de milhar. Depois, pela
decisão do Governo, como país membro da NATO e da União Europeia,
mas ao arrepio da Constituição, por tomar partido em relação a
um contendores, a Ucrânia. Em material de guerra e de assistência
médica, Portugal já contribui com centenas de toneladas.
Mas mesmo neste
lamentável quadro que devia e podia ter sido evitado, há injustiças
que beneficiam ou prejudicam sempre os mesmos. Por exemplo, em
relação ao preço dos combustíveis, como disse e bem explicado, na
edição de 12 do corrente do SETUBALENSE a deputada do PCP, Paula
Santos: “É Mesmo Necessário Controlar e Fixar os preços dos
Combustíveis”, para que as gasolineiras não tenham lucros
fabulosos à conta da guerra e do bolso dos portugueses, o Governo
não devia efetivamente fazer esse controlo e fixar preços? Depois,
há desperdícios inconcebíveis como, por exemplo, com tanta
frequência, iluminação pública, ligada de dia.
Na penúltima
semana, na minha ida à praia, durante 3 dias, entre Vila Nova e os
Capuchos, foi o que verifiquei. Assim como, dias seguidos, entre
Corroios e Santa Marta do Pinhal, junto à Piscina Municipal.
São apenas dois
casos atuais. Imagine-se a quantidade deles por esse país fora!
Portanto, a guerra,
a indiferença, a má gestão e a injustiça, são cancros que matam
e prejudicam tanto ou mais que os reais. Todos podemos e devemos
contribuir para extirpá-los. Desde logo, denunciando-os e
batendo-nos por uma sociedade bem mais justa. O que implica,
evidentemente, quem elegemos.
Em relação à
guerra, o pior de todos os males, como se existisse apenas um
culpado, é o que se vê: sanções e mais sanções para um dos
lados, e armas e mais armas, para o outro. Esforços para acabar com
ela, zero! A quem interessa esta situação? Aos povos dos países
implicados e aos outros, não é com certeza. A sede de domínio e o
comércio das armas, falam mais alto.
Francisco Ramalho
Publicado ontem no jornal "O Setubalense"
PS- Falta a
referência aos 250 milhões. Quando escrevi o texto, ainda não era
conhecido. Nem talvez se previsse que o Governo/PS fosse tão
generoso com o fomento da guerra. Sempre a surpreender-nos (pela
negativa) este PS.